“Estamos todos numa solidão e numa multidão ao mesmo tempo." (Zygmunt Bauman) |
Hoje completa um ano da morte do educador, sociólogo e filósofo polonês Zygmunt Bauman. Conhecido como criador do conceito de modernidade líquida, Bauman faleceu aos 91 anos na cidade de Leeds, na Inglaterra, onde vivia. O padrão volátil dos relacionamentos e do consumo eram alguns dos temas caros ao sociólogo, que foram dissecados em livros como Vida para Consumo, Tempos Líquidos, A Sociedade Individualizada, Modernidade Líquida, O Mal-Estar da Pós-Modernidade, Amor Líquido e Capitalismo Parasitário - alguns de seus textos que fizeram sucesso pelo mundo.
Zygmunt Bauman declarou que vivemos em um tempo que escorre pelas mãos, um tempo líquido em que nada é para persistir. Não há nada tão intenso que consiga permanecer e se tornar verdadeiramente necessário. Tudo é transitório. Não há a observação pausada daquilo que experimentamos. É preciso fotografar, filmar, comentar, curtir, mostrar, comprar e comparar. O desejo habita a ansiedade e se perde no consumismo imediato.
A sociedade está marcada pela ansiedade, reina uma inabilidade de experimentar profundamente o que nos chega, o que importa é poder descrever aos demais o que se está fazendo. Em tempos de redes sociais, não há desagrados; se não gosto de uma declaração ou um pensamento, deleto, desconecto, bloqueio. Perde-se a profundidade das relações; perde-se a conversa que possibilita a harmonia e também o destoar. Nas relações virtuais não existem discussões que terminem em abraços vivos, as discussões são mudas, distantes. As relações começam ou terminam sem contato algum. Analisamos o outro por suas fotos e frases de efeito. Não existe a troca vivida.
Ao mesmo tempo em que experimentamos um isolamento protetor, vivenciamos uma absoluta exposição. Não há o privado, tudo é desvendado: o que se come, o que se compra; o que nos atormenta e o que nos alegra. O amor é mais falado do que vivido. Vivemos um tempo de secreta angústia. Filosoficamente a angústia é o sentimento do nada. O corpo se inquieta e a alma sufoca. Há uma vertigem permeando as relações, tudo se torna vacilante, tudo pode ser deletado: o amor e os amigos.
"Temo que estejamos em perigo de, pela angústia, fazer jugos para nosso pescoço. Não nos preocupemos, pois assim tornamos muito severo o jugo e pesada a carga. Façamos tudo que pudermos, sem nos preocupar, confiando em Cristo. Desviemo-nos das estradas quentes e poeirentas da vida, para repousar à sombra do amor de Cristo. Ali, nos fortaleceremos para a luta. Aprenderemos a diminuir nossa angústia e preocupações, e a falar e cantar para o louvor de Deus. Os cansados e oprimidos aprenderão de Cristo uma lição de confiante calma. Se quiserem desfrutar paz e descanso, devem sentar-se à Sua sombra." (Ellen G. White - Como Lidar com as Emoções, p. 26)Adaptação de texto de Luciana Chardelli (via Revista Pazes)
Muito pertinente este texto, diga-se de passagem que estamos em meio a dificuldades que nele contem, não apenas no cotidiano, mas também na "igreja"! Estamos sendo afetados de forma significativa por este conjunto de males pós-modernos.Todavia já formos advertidos: E não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente, para que proveis qual é a boa, agradável e perfeita vontade de Deus. Rm 12:2
ResponderExcluir