Há quem pense no diabo como um ser aterrador, vermelho com chifres, um longo rabo e patas de cavalo. Para muitos, a ideia de um diabo real é absurda. Entretanto, quando céticos presenciam fenômenos de possessão, e veem a transformação de natureza em pessoas possessas por um mau espírito, mudam de opinião quanto à existência do Diabo. Jesus Cristo, o Filho de Deus cria na existência do Diabo: "Vós sois do diabo, que é vosso pai, e quereis satisfazer-lhe os desejos. Ele foi homicida desde o princípio e não se firmou na verdade, porque nele não há verdade. Quando ele profere a mentira, fala do que lhe é próprio, porque é mentiroso e pai da mentira” (João 8:44).
A seguir, enumero algumas informações das Escrituras sobre o diabo:
(1) O Diabo é acusador e adversário. Diabo é tradução da palavra grega διάβολος (diábolos), que significa acusador, adversário. O Diabo é também identificado por “dragão”, “a antiga serpente”, e “Satanás” (Apocalipse 12:9).
(2) O Diabo foi homicida desde o princípio. Um de seus objetivos é destruir os seres humanos, e colocar a culpa em Deus. Quando Caim matou Abel certamente foi inspirado por Satanás – “não segundo Caim, que era do Maligno e assassinou seu irmão..” (1 João 3:12).
(3) O Diabo é mentiroso e pai da mentira. O conceito de que “o diabo não é um ser pessoal” é uma das suas mentiras preferidas, pois assim pode mais facilmente enganar seres humanos. Satanás é muito astuto e ardiloso, na prática do engano. “E não é de admirar, porque o próprio Satanás se transforma em anjo de luz” (2 Coríntios 11:14).
(4) O Diabo peca desde o princípio. “Aquele que pratica o pecado procede do diabo, porque o diabo vive pecando desde o princípio” (1 João 3:8). Deus criou o Diabo? De maneira nenhuma!
(5) Deus criou Lúcifer, um anjo perfeito. Lúcifer, em latim, quer dizer “portador de luz”. Essa expressão vem de Isaías 14:12. Satanás era um “Luzeiro”, ou “estrela do dia”.[1] “Perfeito eras nos teus caminhos, desde o dia em que foste criado..” (Ezequiel 28:15).
(6) Lúcifer foi um dos anjos mais honrados do Céu. “Tu eras querubim da guarda ungido e te estabeleci” (Ezequiel 28:14). Os querubins serviam diante de Deus. Mas como Lúcifer, um querubim perfeito e poderoso tornou-se Satanás, o inimigo de Deus?
(7) Lúcifer se transformou no Diabo e Satanás, porque abrigou iniquidade. “…até que se achou iniquidade em ti” (Ezequiel 28:13). Aquele ser de extraordinária beleza e glória perverteu o seu livre arbítrio. Ao abrigar egoísmo, inveja, e cobiça Lúcifer transformou irreversivelmente sua natureza perfeita no temível Satanás.
(8) Satanás pretendia estabelecer um trono no Céu. “Tu dizias no teu coração: Eu subirei ao céu; acima das estrelas de Deus exaltarei o meu trono e no monte da congregação me assentarei, nas extremidades do norte” (Isaías 14:13). Lúcifer trabalhou enganosamente de modo que inicialmente os anjos não perceberam seu verdadeiro caráter. Ezequiel 28:16 usa as palavras “multiplicação do teu comércio”. A figura de Lúcifer e a do rei de Tiro se confundem na profecia, pois, ao atuar com a sabedoria da serpente, este rei se tornou um símbolo de Lúcifer.
(9) Satanás foi expulso do Céu para a Terra. Assim como o êxito comercial do rei de Tiro levou à violência, o orgulho e a atividade persuasiva de Lúcifer em propagar seus enganos resultaram em uma guerra no Céu. ”Houve peleja no céu. Miguel e seus anjos pelejaram contra o dragão e seus anjos, todavia não prevaleceram; nem mais se achou no céu o lugar deles. E foi expulso o grande dragão, a antiga serpente, que se chama diabo e Satanás, sim, foi atirado para a terra, e com ele os seus anjos” (Apocalipse 12:7-9). Isaías declarou: “Como caíste do Céu ó estrela da alva” (Isaías 14:12). E Jesus afirmou: “eu via Satanás caindo do céu como um relâmpago” (Lucas 10:18).
(10) Em sua rebelião, Satanás levou consigo a terça parte dos anjos do Céu. “A sua cauda arrastava a terça parte das estrelas do céu, as quais lançou por terra…” (Apocalipse 12:4).[2]
(11) Por levar o homem ao pecado e rebelião contra Deus, Satanás reclamou o planeta Terra como sua propriedade. “E elevando-o, mostrou-lhe num momento, todos os reinos do mundo. Disse o diabo: Dar-te-ei toda esta autoridade e a glória destes reinos, porque ela me foi entregue, e a dou a quem eu quiser. Portanto, se prostrado me adorares, toda será tua” (Lucas 4:5-7).
O Diabo é real! A boa notícia é que Jesus venceu o Diabo, e nós também podemos vencê-lo. “Eles pois, o venceram por causa do sangue do Cordeiro e por causa da palavra do testemunho que deram, e, mesmo em face da morte, não amaram a própria vida” (Apocalipse 12:11). “Aqui está a perseverança dos santos, os que guardam os mandamentos de Deus e a fé em Jesus” (Apocalipse 14:12).
Wilson Borba (via Sola Scriptura)
[1] Frank B. Holbrook, Tratado de teologia adventista del séptimo día (Buenos Aires: Casa Editora Sudamericana, 2009), 1091.
[2] Estrelas em profecia representam anjos. “… as sete estrela são os anjos das sete igrejas..” (Apocalipse 1:20).
Ilustração: Rosalinda Celentano como Satanás no filme A Paixão de Cristo (2004)
"Foi-me então mostrado Satanás como havia sido: um anjo feliz e elevado. Em seguida, ele foi-me mostrado como se acha agora. Ainda tem formas régias. Suas feições ainda são nobres, pois é um anjo, ainda que decaído. Mas a expressão de seu rosto está cheia de ansiedade, cuidados, infelicidade, maldade, ódio, nocividade, engano e todo mal. Aquele semblante que fora tão nobre, notei-o particularmente. Sua fronte, logo acima dos olhos, começava a recuar. Vi que ele se havia degradado durante tanto tempo que toda boa qualidade se rebaixara, e todo mau traço se desenvolvera. Seu olhar era astuto e dissimulado, e mostrava grande penetração. Sua constituição era ampla; mas a carne lhe pendia frouxamente nas mãos e no rosto. Quando o vi, apoiava o queixo sobre a mão esquerda. Parecia estar em profundos pensamentos. Tinha um sorriso no rosto, o qual me fez tremer, tão cheio de maldade e dissimulação satânica era ele. Este sorriso é o que ele tem precisamente antes de segurar sua vítima; e, ao fixá-la em sua cilada, tal sorriso se torna horrível." (Ellen G. White - Primeiros Escritos, pp. 152-153)
Nenhum comentário:
Postar um comentário