terça-feira, 13 de março de 2018

Quando paquerar é pecado

Se em sua região a palavra “paquera” é pejorativa ou não é muito bem vista, perdoe-nos e aceite esta explicação: usaremos a palavra “paquera”, como é entendida na maior parte do Brasil (o ato de observar alguém “interessante”, visando uma possibilidade de namoro).

Um sentimento especial
Homem e mulher sentem-se atraídos um pelo outro, algo diferente ocorre, uma certa sensação de conquista, que tem um aspecto interessante: O OLHAR! Olhos se cruzam, um certo charme “paira no ar”, e aquele sorriso discreto, traz um clima de expectativa e surpresa. Tudo acontece muito intensamente.

Paquera “saudável”
A paquera saudável é aquela onde tudo acontece naturalmente. Você está com um grupo de amigos conversando e de repente, alguém interessante aparece! Você começa a dar uma atenção especial à pessoa. Papo vai, papo vem… e como você está “solteiríssimo(a)” acaba gostando da história.

É o momento para conversar, conhecer o outro, encontrar afinidades, saber seus sonhos e alvos. Mas sempre de uma forma discreta, pura e sem malícia.

Este primeiro momento é decisivo, para continuar ou não com a ideia. Algumas vezes, acontece do outro nem perceber que foi alvo de suas intenções. Numa pequena conversa você já percebe que não daria certo, um namoro entre vocês.

Por outro lado, você também pode se surpreender. A cada momento que o papo se prolonga, o entusiasmo toma conta. Você dá a entender que gostaria de conversar novamente e convida para no próximo sábado, ir à reunião de jovens da sua Igreja.

A “prejudicial”
Pode um momento tão emocionante como este, ser prejudicial? Deus faz um comentário “preocupante”, sobre o coração do homem, quando fala ao profeta Jeremias:
“Enganoso é o coração, mais do que todas as coisas, e desesperadamente corrupto; quem o conhecerá ? Eu, o Senhor, esquadrinho o coração e provo os pensamentos; e isto para dar a um segundo o seu proceder, segundo o fruto de suas ações.” (Jr 17:9-10)
O coração do homem é enganoso. Uma coisa simples pode transformar-se em algo negativo, que pode magoar e deixar marcas. Analisando a paquera, à luz de alguns textos e princípios bíblicos, podemos dizer que ela é prejudicial, nestas situações:

1) quando não tem um ideal: desperta expectativas no outro e na hora “H”, pula fora sem assumir o que fez e ainda diz: “Foi uma brincadeira, você é que entendeu mal, você leva tudo a sério…”.
“Como louco que lança fogo, flecha e morte. Assim é o homem que engana o seu próximo e diz : fiz isso por brincadeira”. (Pv 26:18-19)
2) quando há uma intenção impura: quando a pessoa começa a paquera, com o principal pensamento na atração e sedução física, no desejo sexual e na malícia.
“Ouvistes o que foi dito: Não adulterarás. Eu porém vos digo : qualquer que olhar para uma mulher com intenção impura, no coração já adulterou com ela.” (Mt 5:27-28)
3) quando envolve defraudação: cria-se uma ilusão, desperta-se um desejo físico no outro, que você sabe que não poderá ir adiante, por não ser namorado da pessoa. Isso é o que a Bíblia condena e chama de defraudação.
“E que nesta matéria, ninguém ofenda, nem defraude a seu irmão; porque o Senhor, contra todas estas coisas, como antes vos avisamos e testificamos claramente, é o vingador, porquanto Deus, não nos chamou para a impureza e sim para a santificação.” (1Ts 4:6-7)
Todo o cuidado é pouco
Já dizia o poeta: “A maior covardia de um homem, é despertar o amor de uma mulher, sem a intenção de amá-la.” Esta frase diz respeito aos homens, mas também é valida para as mulheres. Portanto, todo cuidado é pouco.

A sensatez é uma das grandes virtudes. Usar a paquera para enganar, afirmar-se e sentir-se seguro, é covardia e egoísmo. Não condiz com a integridade de alguém que quer levar Deus a sério.

O importante nos contatos e relacionamentos é desenvolver uma amizade sadia. Buscar conhecer o outro sem malícia e “segundas intenções”. Aí sim, valerá a pena!
“O Deus eterno vê o que acontece em toda a parte; Ele está observando todos, tanto os bons, como os maus.” (Pv 15:3)
Percebeu a responsabilidade? Não adianta querer trapacear. Deus conhece o seu coração e está observando suas atitudes. [via Novo Tempo]

Segue somente alguns de vários sábios conselhos de Ellen G. White sobre esse assunto: 
"A juventude confia demais no impulso. Não deve entregar-se demasiado facilmente, nem deixar-se cativar muito depressa pelo atraente exterior do pretendente. O namoro, tal como é seguido hoje, é um artifício de engano e hipocrisia, com o qual o inimigo das almas tem muito mais que ver do que o Senhor. Se há coisa em que seja preciso o bom senso comum, é esta; mas o fato é que ele pouco se emprega neste assunto." (O Lar Adventista, p. 55)
"Brincar com corações não é um crime de pequena magnitude aos olhos de um Deus santo. E todavia alguns mostrarão preferência por moças e lhes despertarão as afeições, e depois vão-se embora e esquecem tudo quanto disseram e o efeito que isto causou. Um novo rosto os atrai, e eles repetem as mesmas palavras, dispensam a outra as mesmas atenções." (Cartas a Jovens Namorados, p. 76)

"O verdadeiro amor não é uma forte, ardente e impetuosa paixão. Ao contrário, é calmo e profundo em sua natureza. Olha para além das meras exterioridades, sendo atraído pelas qualidades apenas. É sábio e apto a discernir, e sua dedicação é real e permanente." (Testemunhos Seletos, vol. 1, p. 208)

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