sexta-feira, 25 de maio de 2018

A greve dos caminhoneiros e a fragilidade das estruturas humanas

Reivindicando seus direitos, os caminhoneiros do Brasil estão parados há cinco dias. Em tão pouco tempo essa greve ajudou a revelar uma faceta pouco percebida pelas pessoas, da qual apenas se dão conta quando ocorrem guerras ou tragédias naturais: nossas estruturas e nossos sistemas são extremamente frágeis. Os combustíveis simplesmente acabaram nos postos. Voos estão sendo cancelados por falta de querosene para os aviões. Nos supermercados já se notam os efeitos do desabastecimento. Algumas cidades poderão ficar sem água tratada, pois os produtos químicos usados no processo não estão chegando às estações de tratamento. Dezenas de navios estão impedidos de descarregar seus contêineres nos portos. Mesmo a polícia está sendo afetada com a falta de combustível para as viaturas, o que aumenta a apreensão com a falta de segurança. Em apenas cinco dias nossa vida virou de pernas para o ar. Em apenas cinco dias nos demos conta uma vez mais de quão frágeis são nossas estruturas e nossos sistemas. Da noite para o dia tudo aquilo em que muita gente coloca a confiança – o dinheiro, a tecnologia, os modernos meios de transporte – pode simplesmente acabar. Percebemos que o mundo carece de uma esperança real, com fundamentos sólidos.

No Salmo 121, versos 1 e 2, o salmista faz uma pergunta e ele mesmo a responde: “Levanto os meus olhos para os montes e pergunto: De onde me vem o socorro? O meu socorro vem do Senhor, que fez os céus e a terra.” De fato, nosso socorro não vem dos montes, não vem da nossa conta bancária, não vem da nossa saúde que tem prazo de validade, não vem da força das nossas mãos e das obras que elas podem realizar. Nosso socorro não vem das coisas que inventamos. Elas até ajudam, mas são frágeis, transitórias e podem desabar como um castelo de cartas no curto período de cinco dias ou menos.

Pior que a perda das estruturas é a perda da vida. Quando morre uma pessoa querida, aí, sim, é que nos damos conta da fragilidade da existência humana. E isso pode acontecer a qualquer momento, num piscar de olhos. Quando o ser humano altivo, orgulhoso de seus feitos se dará conta de tudo isso? Quando vamos perceber que não somos nada sem Deus, sem aquele que fez os céus e a Terra? Nosso planeta é menos que um grão de areia neste vasto Universo. Nós somos menos que bactérias neste grão de areia. Sem Deus não temos esperança alguma, e uma simples greve de caminhoneiros nos faz perceber isso no curto intervalo de tempo de cinco dias…

Mas a esperança existe, ela é real e tem nome: Jesus Cristo. Ele morreu por nós e isso reajusta nosso pensamento com respeito ao valor da vida humana. Sim, somos bactérias no Universo, mas temos valor infinito – o valor da vida de Deus. Somos minúsculos e nossos problemas, aparentemente insignificantes. Mas o Eterno atenta para esses detalhes da nossa vida. Ele sabe que neste mundo de pecado teremos tribulações, lutas e sofrimentos – e até nos advertiu quanto a isso –, mas garantiu que não nos deixaria órfãos; que voltaria para nos buscar, e logo cumprirá essa promessa.

As pessoas precisam parar de olhar para os “montes” como se de lá lhes viesse o socorro. Precisam parar de confiar tanto nas obras de suas mãos, nas estruturas que construíram e que lhes parecem tão sólidas. Essas coisas são apenas paliativos para um problema maior. Não temos condições de salvar a nós mesmos. Precisamos do poder da esperança; precisamos do Deus da esperança, o Criador do Universo.

Conte isso para as pessoas. Seja um portador de boas-novas. Diga para elas que Deus existe e que Jesus em breve voltará para nos tirar deste mundo que se consome, que se autodestrói. Seja um missionário da esperança!

Michelson Borges (via Outra Leitura)

P.S.: “Quando os justos florescem, o povo se alegra; quando os ímpios governam, o povo geme. […] O rei que exerce a justiça dá estabilidade ao país, mas o que gosta de subornos o leva à ruína.” (Provérbios 29:2, 4).

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