Na final da Copa do Mundo disputada hoje em Moscou na Rússia, o time da Croácia deu uma aula de desporto e civilidade. Perdeu para a França com brio, garra e combatividade. Mesmo quando já não havia mais possibilidade de empate, jogou como se houvesse. Não desmereceu o esporte, sua nação e a linda presidente do país, Kolinda Grabar-Kitarović, que assistia, esbanjando simpatia, beleza e educação. Nenhum caiu no chão como se uma tragédia houvesse se abatido sobre a vida. Não! Apenas a tristeza, mas dominada, de quem perdeu um título esportivo. (via facebook do Pr. Benedito Muniz)
“Tudo isso é incrível e inesquecível”, disse o narrador na TV croata após o apito final de Néstor Pitana. “Agora o mundo inteiro sabe que nosso pequeno país tem jogadores fabulosos”, acrescentou. “Terminou uma belíssima aventura, a Croácia é segunda”, diz o jornal “Jutarnji list”. “Os alvirrubros são nosso orgulho”, reforça o “Vecernji list”.
Fica a lição para a nossa vida espiritual também.
Hoje, vemos muitos dando uma grande ênfase na vitória como sendo um referencial perfeito para indicar as pessoas que servem a Deus de verdade e são abençoadas por Ele. Os vencedores são os abençoados, não os perdedores. Os ricos são os abençoados, não os pobres. A fé vencedora é dos que venceram situações e não dos que perderam.
O problema é que o referencial humano sobre a vitória está bem longe do referencial que Deus tem dela. É evidente que o Senhor é um Deus que dá a vitória aos seus filhos, mas a plenitude da Sua ação não se dá apenas em ambientes onde o ser humano enxerga a vitória.
Sadraque, Mesaque e Abede-Nego estavam diante do tirano rei da Babilônia, Nabucodonosor. Esse rei, loucamente, manda construir uma imagem para que todos a adorassem. Esses três desobedeceram a ordem e foram chamados para uma conversa particular com o rei. A resposta desses jovens ao rei é que nos mostra algo surpreendente sobre a vitória:
“Se formos atirados na fornalha em chamas, o Deus a quem prestamos culto pode livrar-nos, e Ele nos livrará das suas mãos, ó rei. Mas, se Ele não nos livrar, saiba, ó rei, que não prestaremos culto aos seus deuses nem adoraremos a imagem de ouro que mandaste erguer.” (Daniel 3:17-18)
O que chama a atenção é que esses jovens criam que Deus tinha a escolha de livrá-los ou não. Essa atitude deles não era uma atitude de covardia ou de resignação, mas de fé plena em Deus, acontecesse o que acontecesse. Se eles morressem queimados, morreriam em obediência e pleno exercício de sua fé. Humanamente, talvez seriam chamados de derrotados, mas espiritualmente seriam vitoriosos. Eles não viam na vitória a base de sua fé, mas apenas no cumprimento da vontade de Deus, seja ela qual fosse. Eles confiavam na direção do Pai em todas as situações.
Assim, as circunstâncias não tinham o poder de destruir a fé deles. A vitória era bem-vinda, mas se fossem derrotados (humanamente falando), mesmo assim morreriam exercendo plenamente a obediência à vontade do Pai e, portanto, seriam vitoriosos diante de Deus.
Agora, a questão é nossa: E se acontecer a nossa derrota? Continuaremos firmes na fé em Deus? Estaremos dispostos a exercer a fé seja no “sim” seja no “não”?
Consigo entender a lógica arrebatadora de Jesus no sermão da Montanha, quando Ele diz que bem-aventurado é aquele que chora, pois será consolado. Precisamos aprender a conviver com a derrota. Precisamos aprender a conviver com frustrações e sonhos não realizados. Saber perder não é conformar-se com a derrota, mas entendê-la como necessária para uma outra perspectiva da vida. Todas as vezes que perdemos, precisamos olhar a vida sem auto comiseração. Deus está nos dando uma nova chance de fazer aquilo que deixamos de fazer. Esta lição serve para muitas situações. Seja luto, seja falência, sejam relacionamentos destruídos, seja até um jogo perdido...
Uma das orações mais difíceis que podemos fazer é esta: “Jesus, ensina-me a perder!”
MUITO BOM!!
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