Quem esperava que o Bolsonaro, já presidente, seria diferente do Bolsonaro candidato, se equivocou. Existe apenas um com seu discurso radical, que, irônico paradoxo, reproduz um dos erros dos governos de esquerda que ele abomina e combate: o do “nós contra eles”. O novo presidente da extrema direita confessou que veio “libertar o Brasil do socialismo”, e que a bandeira brasileira “nunca será vermelha”. É como afirmar que aqueles que defendem, em seu direito democrático, os valores que não são os da extrema direita, não cabem mais no Brasil.
O grande ausente em seus discursos, que poderia tê-lo resgatado das acusações de sectarismo, foi a esperada afirmação de que pretendia ser o presidente de “todos os brasileiros”, sem distinção de cores ou ideologias. Um presidente disposto a contribuir para reconstruir juntos um país lacerado. Tentar combater o perigo das ideologias excludentes com outra ideologia de cor diferente é perpetuar o drama da divisão.
Querer arrancar do arco-íris dos valores democráticos uma de suas cores é perpetuar a luta ideológica, pois as verdadeiras democracias, aquelas que criam prosperidade e liberdade, abraçam em vez de dividir. Afirmar que veio libertar o Brasil do socialismo equivale a mutilar a democracia que se conjuga com todas as cores da política. Afirmar que somente com sangue, isto é, com violência, valores políticos que não são os seus seriam aceitos é convidar os brasileiros a alimentar sentimentos de perigosas rivalidades. Em vez de unir o país em uma esperança comum de convivência, ele o arrasta e incita a continuar não apenas dividido, mas a abrir uma guerra ideológica mais perigosa do que a que tenta combater.
Bolsonaro — que afirma querer governar em nome dos valores cristãos e judeus com uma bandeira mutilada — deveria se lembrar que o rei da divisão e inimigo da concórdia é Lúcifer e não Deus. O Deus cristão não apenas não divide nem discrimina, mas abraça até o que o mundo despreza.
Querer abrir uma guerra ideológica em um país já estressado politicamente é o que menos leva à utopia de que o Brasil “encontre seu destino”, como desejou em seu discurso ao Congresso. Na história humana, os povos, ontem e hoje, só descobrem e dão sentido a um destino que liberta as pessoas das correntes impostas pela tirania, caminhando juntos, diferentes, mas unidos e enriquecidos pelas diferenças. Querer apequenar as cores da democracia é empobrecer a beleza da diversidade. É querer combater fantasmas que só existem nas mentes dos frustrados.
Juan Arias (via El País)
"Qualquer discriminação é aborrecível a Deus. É-Lhe desconhecida qualquer coisa dessa natureza. Aos Seus olhos, a alma de todos os homens é de igual valor." (Ellen G. White - O Desejado se Todas as Nações, p. 403)
Ótima reflexão. Parabéns!!!
ResponderExcluirQue otima nada. Nao co sigo crer num afventista esquerdista.
Excluir????? mais lenha no fogo,
ResponderExcluirSeu blog é um lixo
ResponderExcluirConcordo. Adventista comunista ou socialista. Nao existe.
ExcluirParabéns!
ResponderExcluirOu vc é um idiota ou se faz dê
ResponderExcluirFalou como um verdadeiro cristão convicente com os principios de cristo, Deus abraça a todos mesmo até aqueles que são desprezados por todos os dema, e não incita odio ou desavenças entre os homens..
ResponderExcluirTa vendo só Angelo Repetto, como essas pessoas estão tão cega pelo ódio pelo simples fato de falar sobre o lado ruim do Bolsonaro? Eu sei que você Angelo não é de esquerda, você é de Direita, você não é de Extrema-Direita, tudo que vai ao Extremo faz mal a Democracia, triste ver pessoas aqui te xingar, onde está o amor cristão? Pois é... abraços e gosto desse blog veio aqui de vez em quando, mas nunca deixo de ver seu blog.
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