sexta-feira, 12 de julho de 2019

Os Dez Mandamentos explanados por Ellen White

Segue a explanação dos Dez Mandamentos por Ellen G. White conforme apresentados no livro Os Escolhidos, capítulo 27, A Lei no Monte Sinai (versão na linguagem de hoje do livro Patriarcas e Profetas):

Os preceitos dos Dez Mandamentos são adaptados ao modo de vida das pessoas em todos os lugares e foram dados para instrução e governo de todos. São dez leis curtas, abrangentes e cheias de autoridade, que combinam o nosso dever para com Deus e para com o próximo, todos baseados no grande e fundamental princípio do amor: ‘“Ame o Senhor, o seu Deus, de todo o seu coração, de toda a sua alma, de todas as suas forças e de todo o seu entendimento’e‘ame o seu próximo como a si mesmo”’ (Lc 10:27). Nos Dez Mandamentos, esses princípios são aplicados à nossa vida.

(1) “Não terás outros deuses além de Mim” (Êx 20:3). 
Qualquer coisa que acariciamos, que tenda a minimizar o nosso amor a Deus ou venha a interferir no culto que deve ser prestado somente a Ele, fazemos disso um deus. 

(2) “Não farás para ti nenhum ídolo, nenhuma imagem de qualquer coisa no Céu, na Terra, ou nas águas debaixo da terra. Não te prostrarás diante deles nem lhes prestarás culto” (Êx 20:4).
Muitas nações pagãs diziam que suas imagens eram apenas símbolos por meio dos quais adoravam a Divindade, mas Deus declarou que tal culto é pecado. A intenção de representar o Eterno por meio de objetos materiais rebaixa nossos conceitos de Deus. Nossa mente é atraída para a criatura e não para o Criador. Quando os conceitos a respeito de Deus são rebaixados, da mesma forma o homem também é degradado. “Eu, o Senhor, o teu Deus, sou Deus zeloso” (Êx 20:5). A íntima relação de Deus com Seu povo é representada pela relação que há no casamento. Sendo que a idolatria é o adultério espiritual, o desagrado de Deus contra ela é bem apropriadamente chamado de ciúme. 

(3) Não tomarás em vão o nome do Senhor, o teu Deus, pois o Senhor não deixará impune quem tomar o Seu nome em vão” (Êx 20:7). 
Esse mandamento nos proíbe de usar o nome de Deus de maneira descuidada. Ao mencionar Deus impensadamente na conversação comum e pela frequente repetição irrefletida de Seu nome, nós O desonramos. “Santo e temível é o Seu nome!” (Sl 111:9). Devemos pronunciá-lo com reverência e solenidade. 

(4) “Lembra-te do dia de sábado, para santificá-lo. Trabalharás seis dias e neles farás todos os teus trabalhos, mas o sétimo dia é o sábado dedicado ao Senhor, o teu Deus. Nesse dia não farás trabalho algum, nem tu, nem teus filhos ou filhas, nem teus servos ou servas, nem teus animais, nem os estrangeiros que morarem em tuas cidades. Pois em seis dias o Senhor fez os céus e a Terra, o mar e tudo o que neles existe, mas no sétimo dia descansou. Portanto, o Senhor abençoou o sétimo dia e o santificou” (Êx 20:8-11). 
O sábado não é apresentado como uma nova instituição, mas como um tempo que foi estabelecido desde a criação. Ao apontar para Deus como Aquele que fez os céus e a Terra, distingue o verdadeiro Deus dos falsos deuses. Assim, o sábado é um sinal de nossa lealdade a Ele. O quarto mandamento é o único entre os dez que traz tanto o nome como o título do Legislador, o único que mostra por autoridade de quem a lei foi dada. Portanto, ele contém o selo de Deus. O Senhor nos deu seis dias para trabalhar, e Ele pede que façamos nosso trabalho nesses seis dias. Atos necessários e de misericórdia são permitidos no sábado. Os doentes e os que sofrem precisam receber os cuidados de que necessitam; mas todo trabalho desnecessário deve ser estritamente evitado. Para santificar o sábado, não devemos nem mesmo permitir que nossa mente se fixe nas coisas do mundo. O mandamento inclui todos aqueles que estão dentro das nossas “portas”. Os que fazem parte da família devem deixar de lado suas ocupações diárias durante as horas sagradas. Todos devem se unir para prestar a Ele um culto voluntário em Seu santo dia.

(5) Honra teu pai e tua mãe, a fim de que tenhas vida longa na terra que o Senhor, o teu Deus, te dá” (Êx 20:12). 
Os pais têm o direito a um grau de amor e respeito que a nenhuma outra pessoa devem ser dados. Rejeitar a legítima autoridade dos pais é rejeitar também a autoridade de Deus. O quinto mandamento requer que os filhos não somente respeitem, sejam submissos e obedeçam aos seus pais, mas que deem a eles amor e ternura, aliviem suas preocupações, tenham respeito pelo seu nome, cuidem deles e os confortem na velhice. Pede também que seja dado o devido respeito aos pastores e àqueles a quem Ele deu autoridade. 

(6) “Não matarás” (Êx 20:13). 
Todos os atos de injustiça que de alguma forma abreviam a vida; o espírito de ódio e vingança ou a condescendência com qualquer sentimento que leve à prática de atos ofensivos em relação aos outros (até mesmo desejar intimamente o mal de alguém, pois “qualquer que se irar contra seu irmão estará sujeito a julgamento” (Mt 5:22); negligenciar o cuidado de um necessitado, de maneira egoísta; condescendência própria ou excesso de trabalho que venha a prejudicar a saúde – todas essas coisas, em maior ou menor grau, são uma forma de transgressão do sexto mandamento. 

(7) “Não adulterarás” (Êx 20:14). 
A lei de Deus requer pureza não somente na vida exterior, mas também quanto às intenções e emoções secretas do coração. Cristo, que ensinou de maneira mais abrangente nossos deveres para com a lei de Deus, declarou que um mau pensamento ou um olhar é verdadeiramente tão pecado quanto o ato ilícito. 

(8) “Não furtarás” (Êx 20:15). 
Essa é uma proibição que condena o sequestro de pessoas e o tráfico de escravos, guerras de conquista, furto e roubo. Exige estrita integridade nos mínimos detalhes da vida. Proíbe negócios duvidosos e requer o pagamento justo de dívidas e salários. Toda tentativa de obter vantagem pela ignorância, fraqueza ou infelicidade de outros é registrada como fraude nos livros do Céu. 

(9) “Não darás falso testemunho contra o teu próximo” (Êx 20:16). 
Toda intenção de enganar se constitui uma falsidade. Um olhar, um movimento da mão, uma expressão do rosto podem representar uma falsidade tão eficaz quanto o que se diz por palavras. É falsidade até mesmo a declaração de fatos feita de forma enganosa para induzir ao erro. Toda tentativa de prejudicar a reputação do nosso próximo, pela difamação, calúnia ou injúria, e até mesmo a ocultação intencional da verdade para prejudicar outros se constitui em transgressão do nono mandamento. 

(10) “Não cobiçarás a casa do teu próximo. Não cobiçarás a mulher do teu próximo, nem seus servos ou servas, nem seu boi ou jumento, nem coisa alguma que lhe pertença” (Êx 20:17). 
O décimo mandamento atinge a própria raiz de todos os pecados; proíbe o desejo egoísta, do qual nasce o ato pecaminoso. A pessoa que se recusa a ceder até mesmo a um desejo pecaminoso com relação a alguma coisa que pertença a outro não será culpada de ter cometido um ato ilícito para com ninguém. 

Deus proclamou Sua lei com demonstrações do Seu poder e glória para que Seu povo jamais se esquecesse daquela cena. Ele desejava mostrar a todos a santidade e a imutabilidade da Sua lei.

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