Segundo o jornalista Laurentino Gomes, no livro 1822, o famoso grito de “Independência ou morte” dado pelo imperador D. Pedro I foi envolvido em mais simplicidade do que se imagina. Para quem não se recorda, a tal frase foi dita na tarde do dia 7 de setembro de 1822. Laurentino Gomes diz, em seu livro, que o imperador estava montado provavelmente em uma mula e subia a serra do Mar, em São Paulo, às margens do riacho Ipiranga. Dom Pedro era um jovem prestes a completar 24 anos e, naquele dia, estava com dor de barriga. Chegou a tomar um chá para aliviar o incômodo.
Histórias curiosas à parte, o tal grito marcou simbolicamente a decisão de o Brasil, governado naquele período pela monarquia, libertar-se politicamente de Portugal e deixar de ser uma colônia para se posicionar como nação independente.
A independência do Brasil teve motivações ideológicas, políticas e econômicas. Isso se deu, aliás, com grande parte das nações e muitas somente conseguiram se desconectar dos países colonizadores após guerras e conflitos sangrentos.
Mas será que sempre é saudável ser independente? Independência implica, também, seguir na vida de maneira autônoma e sem uma ajuda maior. Alguns jovens, por exemplo, gostam de se sentir independentes dos pais, principalmente na hora de sair com os amigos.
Espiritualmente, a Bíblia apresenta os riscos da independência. Lúcifer, o anjo portador de luz, resolveu agir de maneira independente do amor e das leis divinas e houve guerra no céu. O resultado foi que ele se transformou em Satanás, o adversário de Deus, que trabalha para destruir o ser humano. Adão e Eva também optaram por seguir independentes diante da orientação de Deus para não comerem da árvore da ciência do bem e do mal. O apóstolo Pedro, desejoso de caminhar sobre as águas como Jesus havia feito, afundou quando parou de depender de Cristo e não confiou mais em Seu poder.
No evangelho de João, capítulo 15, está a síntese da necessidade de dependência. Cristo, referindo-se a Si mesmo, declara nos versículos 1 e 2 que “eu sou a videira verdadeira, e meu Pai é o agricultor. Todo ramo que, estando em mim, não der fruto, ele o corta; e todo o que dá fruto limpa, para que produza mais fruto ainda”. O ser humano é o ramo que precisa estar ligado à Videira verdadeira.
No versículo 4, a ênfase é maior ainda na dependência de Deus. O Senhor mesmo diz que devemos permanecer nEle. Depender de Cristo é se submeter a Ele em todos os aspectos da vida. É deixar que Ele controle as vontades, pensamentos e, por consequência, as ações. Isso exige uma decisão diária amparada por constante oração, meditação profunda na Palavra de Deus e no testemunho visível dessa atuação.
Parafraseando o imperador, nosso grito espiritual deve ser “dependência ou morte”. Ou aprendemos a depender de nosso Senhor e Salvador e entendemos que nosso eu precisa ser soterrado para dar lugar a Deus, ou corremos risco de morrermos espiritualmente. O dramático é que essa morte quase não é percebida e acontece aos poucos. Por isso, o alerta individual precisa soar logo. Dependência já de Deus!
Felipe Lemos (via Realidade em Foco)
"Deus quer que cada alma por quem Cristo morreu se torne uma parte da vinha, ligada com o tronco original, e dele extraia a nutrição. Nossa dependência de Deus é absoluta, e nos deve conservar bem humildes; e, por causa de nossa dependência dEle, nosso conhecimento dEle será grandemente aumentado. Deus quer que removamos toda espécie de egoísmo, e a Ele nos acheguemos, não como donos de nós mesmos, mas como uma possessão adquirida pelo Senhor." (Ellen White - Mente, Caráter e Personalidade 1, p. 261)
"Deus quer que cada alma por quem Cristo morreu se torne uma parte da vinha, ligada com o tronco original, e dele extraia a nutrição. Nossa dependência de Deus é absoluta, e nos deve conservar bem humildes; e, por causa de nossa dependência dEle, nosso conhecimento dEle será grandemente aumentado. Deus quer que removamos toda espécie de egoísmo, e a Ele nos acheguemos, não como donos de nós mesmos, mas como uma possessão adquirida pelo Senhor." (Ellen White - Mente, Caráter e Personalidade 1, p. 261)
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