Gosto de refletir sobre a perfeição cristã, o crescimento na graça, o amadurecimento espiritual do crente. E amadurecimento é o termo que mais aprecio, pois ao mesmo tempo em que passa a ideia de ser uma condição possível de ser alcançada, deixa entender também que existe uma luta constante, sendo que há uma vitória a ser conquistada à frente.
Amadurecimento espiritual é procurar mudar a mim mesmo, ao invés de ficar obcecado em mudar os outros.
Amadurecimento espiritual é não procurar a todo instante mostrar o quanto sou bom, quão acertadamente faço tudo e quão altruístas e corretas são as minhas atitudes.
Amadurecimento espiritual é não viver destacando quão certinha é minha vida familiar, profissional, escolar, devocional.
Amadurecimento espiritual é não ficar dizendo quão equilibrada é minha alimentação, quão sóbrio o meu vestuário e quão adequados o meu lazer e relacionamentos.
Amadurecimento espiritual é não achar que minha visão doutrinária e interpretação bíblica, bem como a minha vida eclesiástica e as soluções que vejo para os problemas da comunidade religiosa que frequento, são as únicas que estão de acordo com a verdade que professo.
Amadurecimento espiritual é não achar que minha compreensão do mundo, minhas posições políticas, econômicas, religiosas e minha visão das questões sociais, não necessitam ajustes e correções, bem como atualizações e até mesmo revisões e mudanças.
Amadurecimento espiritual é quando paro de comparar os outros comigo e de ficar buscando ou esperando a aprovação e o louvor dos meus irmãos.
Amadurecimento espiritual é, de uma vez por todas, aceitar que não sou perfeito, mas, que não preciso me render à minha imperfeição, que há vitória em cooperar com Cristo Jesus.
Amadurecimento espiritual é não usar o meu estilo de vida como padrão de comportamento ou régua para medir a vida do meu semelhante.
Amadurecimento espiritual é crer que onde existe a graça salvadora, não existe merecimento de tipo algum.
Amadurecimento espiritual é saber que perdoar não implica em esquecer, não significa que a ferida nunca existiu, mas, significa que ela não controla mais a minha vida e nem me faz sofrer.
Amadurecimento espiritual é não viver uma religião raivosa, condenatória e assustadora, entendendo que Evangelho não precisa ser algo triste e depressivo, mas, cheio de alegria e certeza da salvação.
Amadurecimento espiritual é quando eu quiser chamar o pecado pelo nome, começar pelos meus próprios pecados.
Amadurecimento espiritual é nunca ceder ao impulso de julgar e condenar o meu irmão, sem antes gastar os joelhos em muitos momentos de oração, intercedendo por ele a Deus, com misericórdia no coração e lágrimas na voz.
Amadurecimento espiritual é buscar amar o inimigo, em um tempo em que gostar e até mesmo aceitar os próprios amigos como eles são, se torna difícil e quase impossível pra mim.
Amadurecimento espiritual, enfim, é sentir paz na tempestade. É conseguir dormir no barco, mesmo com o mar absurdamente revolto.
Quando eu conseguir ser e viver assim, estarei, então, começando a trilhar, ainda muito timidamente, o caminho da perfeição e a compreender o que é o viver cristão transformador e santificador.
E quando isso acontecer, não precisarei gritar a todos o que eu sou, o que faço ou o tipo de crente que me tornei. E não precisarei porque, mesmo sem que eu busque isso, como dizia a frase de um velho hino do meu amigo Enio Monteiro, "o mundo saberá que Cristo vive em mim".
Mário Jorge Lima (via facebook)
“Muito temos que dizer, de difícil interpretação, porquanto vos fizestes negligentes para ouvir [Eles não discerniam rapidamente as coisas do Espírito de Deus]. Porque, devendo já ser mestres, pelo tempo, ainda necessitais de que se vos torne a ensinar quais sejam os primeiros rudimentos das palavras de Deus, e vos haveis feito tais que necessitais de leite, e não de sólido mantimento; porque qualquer que ainda se alimenta de leite não está experimentado na palavra da justiça, porque é menino. Mas o mantimento sólido é para os perfeitos, os quais, em razão do hábito, têm os sentidos exercitados para discernir tanto o bem como o mal” (Hb 5:11-14).
É certamente necessário que aqueles que creem na verdade, façam avanços contínuos, crescendo à estatura completa de homens e mulheres em Cristo Jesus. Não há tempo para apostasia e indiferença. Cada um deve ter uma experiência viva nas coisas de Deus. Tende raiz em vós mesmos. Firmai-vos na fé, de modo que, tendo feito tudo, possais ficar firmes, com inabalável confiança em Deus, através do tempo que provará a obra e o caráter de cada homem. Aplicai as vossas capacidades nas coisas espirituais, até que possais apreciar as coisas profundas da Palavra de Deus, e prossigam de força em força.
Há milhares de pessoas, que pretendem ter a luz da verdade, e que não dão nenhum passo em frente. Não possuem uma experiência viva, apesar de terem tido toda a vantagem. Não sabem o que significa consagração. As suas devoções são formais e vazias, e a sua piedade não tem qualquer profundidade. A Palavra de Deus oferece liberdade e iluminação espirituais aos que as buscam sinceramente. Aqueles que aceitam as promessas de Deus, e sobre elas agem com fé viva, terão a luz do Céu na sua vida. Beberão da fonte da vida, e levarão outros às águas que têm refrescado o seu coração. Devemos ter aquela fé em Deus que O faça cumprir o que prometeu. Não podemos ter vitórias sem uma confiança clara; pois “sem fé, é impossível agradar-Lhe [a Deus]” (Hb 11:6). É a fé que nos liga ao poder do Céu, e que nos traz a força necessária para lidar com os poderes das trevas. “Esta é a vitória que vence o mundo, a nossa fé” (1Jo 5:4). “A fé é pelo ouvir, e o ouvir pela palavra de Deus” (Rm 10:17). Para exercermos uma fé inteligente devemos estudar a Palavra de Deus. A Bíblia, e só a Bíblia, comunica um conhecimento correto do caráter de Deus e a Sua vontade em relação a nós. O dever e o destino do homem estão definidos nas suas páginas. As condições sob as quais podemos ter esperança na vida eterna estão declaradas de forma explícita, e o destino daqueles que rejeitam uma salvação tão grandiosa está predito na linguagem mais impressionante.
(Ellen G. White, Review and Herald, 10 de janeiro de 1888)
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