sexta-feira, 14 de fevereiro de 2020

Sedentarismo e Depressão

Um estudo publicado no periódico The Lancet na terça-feira (11) encontrou associações entre atividade física, comportamento sedentário e sintomas depressivos em adolescentes. Os pesquisadores da University College London descobriram que jovens de 12 a 16 anos que têm níveis altos de sedentarismo apresentaram um aumento de 8 a 11% nos riscos de ter depressão aos 18 anos ou mais. Exemplos de comportamento sedentário incluem navegar na web, tempo de tela em smartphones, jogar videogame, assistir televisão e ler.

A manutenção dos níveis de atividades físicas, entretanto, reduziu os sintomas depressivos. Já jovens que praticavam atividade moderada a alta com regularidade apresentaram escores mais baixos do transtorno mental. No estudo, os autores explicaram que a atividade física pode influenciar os sintomas depressivos por meio de uma "variedade de mecanismos psicossociais e biológicos, como estimular a neuroplasticidade nas regiões cerebrais implicadas na depressão, reduzir a inflamação ou promover a autoestima".

Como o estudo foi feito 
O estudo analisou 14.901 adolescentes por seis anos. Foram avaliados a cada dois anos informações sobre atividades físicas, que foram categorizadas como sedentárias, leves e moderadas a vigorosas. Os participantes usaram acelerômetros nos quadris por sete dias de cada vez para medir a quantidade e a intensidade de sua atividade física. 

- Sintomas depressivos também foram analisados a cada dois anos até que eles fizessem 18 anos. 

- Ao final da pesquisa, 4.257 jovens tiveram depressão aos 18 anos. 

- Os resultados também mostraram que o comportamento sedentário aumentou e a atividade leve diminuiu ao longo da adolescência, por motivos desconhecidos, os quais levaram a sintomas depressivos aos 18 anos ou mais.

- Quanto maior o tempo gasto com comportamentos sedentários ou praticando atividade leve, maiores eram os escores de depressão..

Exercício e prevenção 
Os cientistas afirmam que o exercício regular pode proteger o desenvolvimento da depressão. Em novembro do ano passado, um estudo feito pela OMS (Organização Mundial da Saúde) revelou que, no Brasil, 84% de jovens entre 11 e 17 anos não praticam uma hora diária de atividade física, conforme recomendação do órgão. "É necessário adotar medidas regulatórias urgentes para aumentar a atividade física e, em particular, promover e manter a participação das meninas", diz Regina Guthold (OMS), autora do estudo. Os dados do estudo atual sugeriram que uma redução de 2 horas no comportamento sedentário diário estava associada a uma redução de 16 a 22% nos escores de depressão aos 18 anos. "Para jovens com sintomas depressivos subclínicos, uma redução dessa magnitude pode ter um impacto substancial", concluíram os autores.(UOL)

Nota do blog: A ligação dentre o sedentarismo e a depressão é muito real. Já no século 19, Ellen G. White nos deixou estes importantes conselhos:

“Deve-se conceder aos pulmões a maior liberdade possível, sua capacidade se desenvolve pela liberdade de ação; diminui, se eles são constrangidos e comprimidos. Daí os maus efeitos do hábito tão comum, especialmente em trabalhos sedentários, de ficar todo dobrado sobre a tarefa em mão. Nesta postura é impossível respirar profundo. A respiração superficial torna-se em breve um hábito, e os pulmões perdem a capacidade de expansão. Assim é recebida uma deficiente provisão de oxigênio. O sangue move-se lentamente. Os resíduos, matéria venenosa que devia ser expelida nas exalações dos pulmões, são retidos, e o sangue se torna impuro. Não somente os pulmões, mas o estômago, o fígado e o cérebro são afetados. A pele torna-se pálida, é retardada a digestão; o coração fica deprimido; o cérebro nublado; confusos os pensamentos; baixam sombras sobre o espírito; todo o organismo se torna deprimido e inativo, e especialmente suscetível à doença.” (A Ciência do Bom Viver, pp. 272-273)

"Aqueles cujos hábitos são sedentários devem, quando o tempo permitir, fazer exercício ao ar livre todos os dias, de verão e de inverno. O exercício aviva e equilibra a circulação do sangue, mas na ociosidade o sangue não circula livremente, e não ocorrem as mudanças que nele se operam, e são tão necessárias à vida e à saúde." (Idem, pp. 238 e 240)

"As diversões excitam a mente, mas é certo seguir-se a depressão. O trabalho útil e o exercício físico terão sobre a mente uma influência sadia e fortalecerão os músculos, melhorarão a circulação, e demonstrar-se-ão poderoso agente na recuperação da saúde." (Conselhos sobre Saúde, p. 627)

"Umas poucas horas de trabalho físico diariamente, tenderiam a renovar o vigor físico e dar repouso e alívio à mente." (Testimonies, vol. 4, p. 264)

"Ao negligenciarmos fazer exercício físico, ao sobrecarregarmos a mente ou o corpo, desequilibramos o sistema nervoso. Aqueles que assim encurtam a existência, desatendendo as leis da Natureza, são culpados de roubo para com Deus." (Conselhos sobre Saúde, p. 41)

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