terça-feira, 21 de abril de 2020

A Lei Dominical

Alguns, infelizmente, veem a lei dominical escondida em toda manchete. Ao longo da história da Igreja, e até nossos dias, surgiram, repetidas vezes, situações que certamente podem estar preparando o caminho para a lei dominical, a qual nós, adventistas, aguardamos por mais de um século. Devemos, porém, ser extremamente cautelosos em nossas especulações. Necessita-se equilíbrio nesse assunto. Precisamos de uma religião que esteja atenta aos sinais dos tempos, ao mesmo tempo que resista à tendência de criar sinais com base em acontecimentos que não merecem tanto significado. 

Apesar de Ellen G. White se referir a esse assunto muitas vezes, sem dúvida, os registros mais completos se encontram nos livros O Grande Conflito e Eventos Finais. Em síntese, ela diz que a besta semelhante a um cordeiro são os Estados Unidos, nação fundada sobre os princípios do protestantismo. A questão em jogo é a lealdade centralizada no dia de adoração. Um pouco antes do retorno de Jesus, ela diz, o protestantismo e o catolicismo se unirão com o objetivo de forçar a observância universal do domingo. Uma lei dominical nacional será promulgada nos Estados Unidos, seguida de uma lei dominical internacional. Todos os que concordarem com a união católico-protestante e prestarem homenagem ao dia de adoração espúrio, receberão a marca da besta. Toda cristandade estará dividida em duas grandes classes: os que guardam os mandamentos de Deus e a fé de Jesus, e os que adoram a besta e sua imagem, e recebem o seu sinal.

Vejamos agora detalhadamente o que é, como e quando esta Lei Dominical ocorrerá.

A Bíblia apresenta o sábado como dia sagrado desde a criação, porém existe uma grande controvérsia no mundo protestante atual sobre a validade desse mandamento, e a grande maioria dos evangélicos substituiu a guarda do sábado pelo domingo sob o argumento da ressurreição de Cristo, costume esse herdado da igreja católica, e essa afirma que a tradição é o fundamento da mudança. 

Portanto essa mudança não têm apoio nas escrituras, como o próprio Cristo afirmou: "Não penseis que vim revogar a Lei ou os Profetas; não vim para revogar, vim para cumprir" (Mt 5:17). O Apóstolo João é ainda mais enfático: "Aquele que diz: Eu O conheço e não guarda os Seus mandamentos é mentiroso, e nele não está a verdade" (1 João 2:4). A Bíblia também afirma que o diabo é pai da mentira (Jo 8:44), portanto é do diabo a ideia de que o mandamento de Deus acerca do sábado seja desconsiderado. 

"Lembra-te do dia de sábado, para o santificar. Seis dias trabalharás e farás toda a tua obra. Mas o sétimo dia é o sábado do SENHOR, teu Deus; não farás nenhum trabalho, nem tu, nem o teu filho, nem a tua filha, nem o teu servo, nem a tua serva, nem o teu animal, nem o forasteiro das tuas portas para dentro; porque, em seis dias, fez o SENHOR os céus e a terra, o mar e tudo o que neles há e, ao sétimo dia, descansou; por isso, o SENHOR abençoou o dia de sábado e o santificou" (Ex:20:8-11).

O decálogo é a palavra usada para designar os dez mandamentos da Lei de Deus. Oito mandamentos começam com a palavra 'não', e é irônico o fato de que o mandamento do Sábado em Êxodo 20:8 é o único dos dez mandamentos que começa com a palavra 'lembra-te', pois é justamente esse que as pessoas fazem questão de 'esquecer'. 

A Lei Dominical, portanto, anuncia um tempo em que as leis humanas instituirão o domingo como dia sagrado em lugar do sábado bíblico, será uma versão do antigo decreto promulgado por Constantino de Roma em 7 de março do ano 321, no chamado Édito de Constantino

"Deus fez o mundo em seis dias e descansou no sétimo, santificando este dia e separando-o de todos os outros como sagrado a Sua própria Pessoa, para que fosse observado por Seu povo durante todas as suas gerações. Mas o homem do pecado, exaltando-se acima de Deus, assentando-se no templo de Deus e ostentando-se como se fosse o próprio Deus, cuidou em mudar os tempos e as leis. Este poder, tencionando provar que não somente era igual a Deus, mas estava acima de Deus, mudou o dia de repouso, colocando o primeiro dia da semana onde deveria estar o sétimo. E o mundo protestante tem admitido que este filho do papado seja considerado sagrado. Na Palavra de Deus, isto é chamado de sua fornicação (Ap 14:8)" (The Seventh-day Adventist Bible Commentary, vol. 7, p. 979).

Essa profecia não estipula uma data específica, mas fala acerca do cenário social e político que o antecederá. O mais impressionante é que tudo isso será feito sob uma perspectiva cristã. 

"Quando as principais igrejas dos Estados Unidos, ligando-se em pontos de doutrinas que lhes são comuns, influenciarem o Estado para que imponha seus decretos e lhes apoie as instituições, a América protestante terá então formado uma imagem da hierarquia romana, e a inflição de penas civis aos dissidentes será o resultado inevitável" (Eventos Finais, p. 131).

Os Estados Unidos da América, país protestante, figurará como o responsável por promulgar essa lei, não apenas infligindo a todos a guarda do domingo em honra da família, como obrigará a todos a transgredir o sábado, sob a penalidade de serem proibidos de comprar e de vender. Esse evento é descrito no Apocalipse: "... para que ninguém possa comprar ou vender, senão aquele que tem a marca, o nome da besta ou o número do seu nome" (Ap 13:17).

A marca da besta diz respeito a uma condição de opressão econômica e religiosa no tempo futuro, e será algo fruto da união entre Igreja e Estado sob a égide da nova ordem mundial. 

"A todos, os pequenos e os grandes, os ricos e os pobres, os livres e os escravos, faz que lhes seja dada certa marca sobre a mão direita ou sobre a fronte, para que ninguém possa comprar ou vender, senão aquele que tem a marca, o nome da besta ou o número do seu nome." (Ap 13:15,16) 

"Mediante os dois grandes erros - a imortalidade da alma e a santidade do domingo - Satanás há de enredar o povo em suas malhas. Enquanto o primeiro lança o fundamento do espiritismo, o último cria um laço de simpatia com Roma. Os protestantes dos Estados Unidos serão os primeiros a estender as mãos através do abismo para apanhar a mão do espiritismo; estender-se-ão por sobre o abismo para dar mãos ao poder romano; e, sob a influência desta tríplice união, este país seguirá as pegadas de Roma, desprezando os direitos da consciência" (O Grande Conflito, p. 588).

Então, o domingo é a marca da besta? Ainda não, por que não existem leis impondo sua observância. Quando essas leis forem postas em vigor, ou seja, quando a Lei Dominical for aprovada, aí sim, guardar o domingo implicará em receber a marca da besta. 

"Mas os cristãos das gerações passadas observaram o domingo, supondo que em assim fazendo estavam a guardar o sábado bíblico; e hoje existem verdadeiros cristãos em todas as igrejas, não excetuando a comunhão católica romana, que creem sinceramente ser o domingo o dia de repouso divinamente instituído. Deus aceita a sinceridade de propósito de tais pessoas e sua integridade. Quando, porém, a observância do domingo for imposta por lei, e o mundo for esclarecido relativamente à obrigação do verdadeiro sábado, quem então transgredir o mandamento de Deus para obedecer a um preceito que não tem maior autoridade que a de Roma, honrará desta maneira ao papado mais do que a Deus. Prestará homenagem a Roma, e ao poder que impõe a instituição que Roma ordenou. Adorará a besta e a sua imagem. Ao rejeitarem os homens a instituição que Deus declarou ser o sinal de Sua autoridade, e honrarem em seu lugar a que Roma escolheu como sinal de sua supremacia, aceitarão, de fato, o sinal de fidelidade para com Roma — 'o sinal da besta'. E somente depois que esta situação esteja assim plenamente exposta perante o povo, e este seja levado a optar entre os mandamentos de Deus e os dos homens, é que, então, aqueles que continuam a transgredir hão de receber 'o sinal da besta'." (O Grande Conflito, p. 449).

"Está prestes a sobrevir ao povo de Deus o tempo de angústia. Então é que sairá o decreto que proíbe aos que guardam o sábado do Senhor, comprar ou vender, ameaçando-os de punição, e mesmo de morte, se não observarem como dia de descanso o primeiro dia da semana." (Eventos Finais, p. 257)

Muitos abandonarão a igreja e se unirão à oposição, tornando-se os piores inimigos. 

“Ao aproximar-se a tempestade, uma classe numerosa que tem professado fé na mensagem do terceiro anjo, mas não tem sido santificada pela obediência à verdade, abandona sua posição, passando para as fileiras do adversário. Unindo-se ao mundo e participando de seu espírito, chegaram a ver as coisas quase sob a mesma luz; e, em vindo a prova, estão prontos a escolher o lado fácil, popular. Homens de talento e maneiras agradáveis, que se haviam já regozijado na verdade, empregam sua capacidade em enganar e transviar as almas. Tornam-se os piores inimigos de seus antigos irmãos. Quando os observadores do sábado forem levados perante os tribunais para responder por sua fé, estes apóstatas serão os mais ativos agentes de Satanás para representá-los falsamente e os acusar e, por meio de falsos boatos e insinuações, incitar os governantes contra eles” (O Grande Conflito, p. 608).

E os que se recusarem serão tidos como inimigos do bem e da ordem, assim como Elias foi chamado de 'perturbador de Israel' (1Rs 18:17).

O preparo necessário para hoje fica acerca da necessidade de mudar-se para o campo o quanto antes, tendo em vista que a aprovação da Lei Dominical imergirá o mundo na maior crise já vista na terra, e a única segurança para o povo de Deus estará na fuga para as montanhas.

"Quando o decreto promulgado pelos vários governantes da cristandade contra os observadores dos mandamentos lhes retirar a proteção do governo, abandonando-os aos que lhes desejam a destruição, o povo de Deus fugirá das cidades e vilas e reunir-se-á em grupos, habitando nos lugares mais desertos e solitários. Muitos encontrarão refúgio na fortaleza das montanhas" (Eventos Finais, p. 260).

"Nas fortalezas das montanhas, nas cavernas e brenhas da Terra, o Senhor revelará Sua presença e Sua glória. Mais um poucochinho, e O que há de vir virá, e não tardará. Seus olhos, qual chama de fogo, penetram nos aferrolhados calabouços e buscam os ali escondidos, pois seus nomes estão escritos no livro da vida, do Cordeiro. Esses olhos do Salvador estão acima de nós, em nosso redor, observando toda dificuldade, discernindo todo perigo; e não há lugar onde Seus olhos não possam penetrar, nenhuma tristeza e sofrimento de Seu povo onde não chegue a simpatia de Cristo" (Eventos Finais, p. 277).

Haverá então uma decisão internacional para aniquilar os dissidentes.

"A História se repetirá. A religião falsa será exaltada. O primeiro dia da semana, um dia comum de trabalho que não possui santidade alguma, será estabelecido como o foi a estátua de Babilônia. A todas as nações, línguas e povos se ordenará que venerem esse sábado espúrio. ... O decreto impondo a veneração desse dia se estenderá a todo o mundo. A questão do sábado será o ponto controverso no grande final conflito em que o mundo inteiro há de ser envolvido" (Eventos Finais, p. 135).

“Quando a proteção das leis humanas for retirada dos que honram a lei de Deus, haverá, nos diferentes países, um movimento simultâneo com o fim de destruí-los. Aproximando-se o tempo indicado no decreto, o povo conspirará para desarraigar a odiada seita. Resolver-se-á dar em uma noite um golpe decisivo, que faça silenciar por completo a voz de dissentimento e reprovação” (O Grande Conflito, p. 635).

Mas infelizmente, a maioria dos adventistas aguarda o decreto dominical para, enfim, fazer sua consagração e abandonar o mundo. Haverá tempo para isso, após a saída do decreto? 

"Que estais fazendo, irmãos, na grande obra de preparação? Os que se estão unindo com o mundo, estão-se amoldando ao modelo mundano, e preparando-se para o sinal da besta. Os que desconfiam do eu, que se humilham diante de Deus, e purificam a alma pela obediência à verdade, estão recebendo o molde divino, e preparando-se para receber na fronte o selo de Deus. Quando sair o decreto, e o selo for aplicado, seu caráter permanecerá puro e sem mácula para toda a eternidade. Agora é o tempo de preparar-nos. O selo de Deus jamais será colocado à testa de um homem ou mulher impuros. Jamais será colocado à testa de um homem ou mulher cobiçosos ou amantes do mundo. Jamais será colocado à testa de homens ou mulheres de língua falsa ou coração enganoso. Todos os que recebem o selo devem ser imaculados diante de Deus - candidatos para o Céu. Pesquisai as Escrituras por vós mesmos, para que possais compreender a terrível solenidade do tempo presente." (Testemunhos Seletos, vol. 2, p. 71).

Mas o desfecho será glorioso...

"No desfecho desta controvérsia, toda a cristandade estará dividida em duas grandes classes — os que guardam os mandamentos de Deus e a fé de Jesus, e os que adoram a besta e sua imagem, e recebem o seu sinal. Se bem que a igreja e o Estado reúnam o seu poder a fim de obrigar 'a todos, pequenos e grandes, ricos e pobres, livres e servos', a receberem 'o sinal da besta' (Apocalipse 13:16), o povo de Deus, no entanto, não o receberá. O profeta de Patmos contempla 'os que saíram vitoriosos da besta, e da sua imagem, e do seu sinal, e do número de seu nome, que estavam junto ao mar de vidro, e tinham as harpas de Deus. E cantavam o cântico de Moisés, ... e o cântico do Cordeiro' (Apocalipse 15:2, 3)" (O Grande Conflito, p. 450).

O professor Leandro Quadros fala também neste vídeo sobre perseguição, Ecumenismo, Lei Dominical e a marca da besta:

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