Você e boa parte dos mais de 2 bilhões de cristãos já deve ter se perguntado por que Deus às vezes não responde suas orações. Essa dúvida costuma surgir quando o Todo-poderoso parece Se negar a atender ou até mesmo ouvir seus anseios, sejam eles a promoção no trabalho, o sucesso no vestibular, o namoro com aquela morena (ou moreno) dos olhos verdes ou a cura de um parente que está no hospital. Mas, imagine se as coisas fossem do jeito que você quisesse! Se, assim como Jim Carrey no filme Todo-poderoso (2003), você pudesse ficar no lugar de Deus! Olhar a oração da perspectiva dEle pode fazer toda a diferença.
Sem vencedor
As competições esportivas e políticas só terminariam empatadas. Apenas haveria um perdedor se alguém orasse para perder. Isso valeria também para a Copa e as eleições presidenciais do ano que vem, ou até mesmo para a pelada que você joga no fim de semana. Afinal, a qual roda de jogadores que orou antes do jogo Deus atenderia? Ou a qual torcedor que reza por seu time com o terço na mão? E qual candidato Ele elegeria? O religioso da esquerda ou o de direita que fez promessa? Ele daria o poder ao político do governo ou da oposição?
Eu e meu umbigo
“Senhor, eu gostaria de ter um helicóptero particular. Não é por mim, não. É porque o congestionamento está cada vez mais complicado e, com um helicóptero, eu ganharia tempo para ficar com minha família.” Esse seria apenas um dos pedidos, caso Deus Se sujeitasse a fazer nossos caprichos. Dá pra imaginar também milhões de vencedores da Mega-Sena (que ficariam apenas com poucos reais)? Executivos cada vez mais poderosos, políticos com poderes ilimitados... Os pedidos poderiam até parecer legítimos e desinteressados, mas estariam centrados no egoísmo (Jr 17:9) e ignorariam a complexidade do Universo que Deus tem para administrar.
Viva a preguiça!
Se Deus pode fazer você passar num concurso público ou na prova final do semestre, pra que estudar? Se Ele tem a obrigação de levar seu carro em segurança pra casa, não tem problema se você beber ou dirigir acima da velocidade. Se Ele sempre dissesse sim, o mundo ficaria repleto de seres humanos preguiçosos e cada vez mais negligentes.
O gênio da lâmpada
Deus seria encarado como o gênio da lâmpada mágica dos contos do Oriente Médio, com a vantagem de realizar muito mais que três pedidos. Os papéis seriam trocados: as criaturas ficariam mal acostumadas sendo servidas pelo Mordomo da Bênção.
Cruz sem Cristo
“Meu Pai, se possível, passe de Mim este cálice!” (Mt 26:39, NTLH). Se Deus respondesse sim para a oração mais desesperadora já feita por alguém, Cristo não teria enfrentado a morte de cruz e a humanidade estaria eternamente perdida. Ainda bem que Jesus completou seu pedido com um “todavia, não seja como Eu quero, e sim como Tu queres”. A oração deve estar baseada na vontade de Deus e não na do homem.
De passagem
Mas e o que dizer dos pedidos que não são meros gostos pessoais e sim orações legítimas por você ou outras pessoas? Como entender o “não” de Deus quando o que está em jogo é doença, fome, decepção e morte? O “sim” irrestrito dEle para as injustiças da vida está reservado para o futuro (Ap 21:4). Até que isso aconteça, as adversidades servirão de lembretes de que a condição atual não é a ideal, de que somos peregrinos e o melhor ainda está por vir (2Pe 3:11-13).
Você não é o primeiro nem será o último a questionar Deus. Há cerca de 3.500 anos, Jó – aquele da Bíblia, que teve bastante paciência – colocou o Eterno contra a parede (Jó 30:20). Não era para menos. Em pouco tempo, Jó tinha perdido a riqueza, os filhos e a saúde (Jó 1, 2). E pior: não sabia por que estava sofrendo! Mas o mesmo Jó, em determinado momento de sua experiência dramática, teve um novo vislumbre de quem é Deus. Ele provavelmente entendeu que, quando Deus responde a uma oração, Ele tem em mente as implicações eternas daquele pedido para o indivíduo e para todo o Universo que está envolvido no conflito entre o bem e o mal. Antes mesmo de ter sua sorte mudada, e ainda que nunca tenha compreendido a razão de seu sofrimento, Jó precisava de apenas uma certeza: Deus é sábio demais para errar! (Jó 42:1-6). E os “nãos” dEle podem ensinar a mesma lição fundamental para você.
André Leite (via Conexão 2.0)
"Há certas condições sob as quais podemos esperar que Deus ouça nossas orações e a elas atenda. Se não recebemos exatamente as coisas que pedimos e ao tempo desejado, devemos não obstante crer que o Senhor nos ouve, e que atenderá às nossas orações. Somos tão falíveis e curtos de vistas que às vezes pedimos coisas que não nos seriam uma bênção, e nosso Pai celestial amorosamente nos atende às orações dando-nos aquilo que é para o nosso maior bem - aquilo que nós mesmos desejaríamos se com vistas divinamente iluminada, pudéssemos ver todas as coisas tais como elas são na realidade. Quando nossas orações ficam aparentemente indeferidas, devemos apegar-nos à promessa; pois virá por certo a ocasião de serem atendidas, e receberemos a bênção de que mais carecemos. Mas pretender que a oração seja sempre atendida exatamente do modo e no sentido particular que desejamos, é presunção. Deus é muito sábio para errar, e bom demais para reter qualquer benefício dos que andam sinceramente. Não receeis, pois, confiar nEle, ainda que não vejais a resposta imediata às vossas orações. Apoiai-vos em Sua segura promessa: 'Pedi, e dar-se-vos-á.' (Mateus 7:7)." (Ellen G. White - Caminho a Cristo, p. 96)
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