Na Bíblia não está registrada a palavra “milênio”. Está registrado, sim, um período de mil anos, a qual chamamos de milênio. O texto literal diz assim: “Então, vi descer do Céu um anjo; tinha na mão a chave do abismo e uma grande corrente. Ele segurou o dragão, a antiga serpente, que é o diabo, Satanás, e o prendeu por mil anos; lançou-o no abismo, fechou-o e pôs selo sobre ele, para que não mais engane as nações até se completarem os mil anos. Depois disto, é necessário que ele seja solto pouco tempo” (Apocalipse 20:1 a 3).
Essa profecia anuncia que o diabo será preso e acorrentado por um período de mil anos nos quais não poderá enganar mais ninguém. Como acontecerá isso? Qual será a situação dele durante o milênio? E que tipo de prisão é essa capaz de segurar um inimigo tão poderoso?
Acontece que, por ocasião da volta de Cristo, os remidos vivos e os justos ressuscitados serão transladados para o Céu. Os ímpios vivos morrerão com o resplendor do rosto de Cristo e a Terra ficará desolada. Veja agora como o profeta Jeremias descreve a situação da Terra durante o milênio: “Olhei para a Terra, e ei-la sem forma e vazia; para os céus, e não tinham luz. Olhei para os montes, e eis que tremiam, e todos os outeiros estremeciam. Olhei, e eis que não havia homem nenhum, e todas as aves havia fugido. Olhei ainda, e eis que a terra fértil era deserto, e todas as suas cidades estavam derribadas diante do Senhor, diante do furor de Sua ira” (Jeremias 4:23 a 26).
A prisão de Satanás é simbólica. Ele não estará literalmente atrás das grades. Mas, ao não ter mais a quem tentar na Terra, simbolicamente estará acorrentado às circunstâncias, num planeta destruído fisicamente e com montanhas de cadáveres por todo lado. Vejamos a descrição de Ellen G. White no livro O Grande Conflito sobre o assunto:
"O escritor do Apocalipse prediz não apenas o banimento de Satanás, mas a condição de caos e desolação a que a Terra deve ser reduzida. Ele também declara que tal condição existirá durante mil anos. Aqui deverá ser a morada de Satanás com seus anjos maus durante mil anos. Restrito à Terra, não terá acesso a outros mundos para tentar e molestar os que jamais caíram. É nesse sentido que ele está amarrado: não restou ninguém sobre quem ele possa exercer seu poder. Está inteiramente separado da obra de engano e ruína que, durante tantos séculos, foi seu único prazer. Durante seis mil anos, a obra de rebelião de Satanás tem feito 'estremecer a Terra' (Isaías 14:16). Ele tornou 'o mundo como um deserto' e destruiu 'suas cidades'. 'A seus cativos não deixava ir soltos' (v. 17). Durante seis mil anos, seu cárcere (o sepulcro) recebeu o povo de Deus, e ele queria conservá-los cativos para sempre. Entretanto, Cristo quebrou os seus laços, pondo em liberdade os prisioneiros. […] Durante mil anos, Satanás vagueará de um lugar para outro na Terra desolada, para contemplar os resultados de sua rebelião contra a lei de Deus. Durante esse tempo, seus sofrimentos serão intensos. Desde sua queda, a vida de incessante atividade baniu a reflexão. Agora, porém, ele está despojado de seu poder e entregue a si mesmo não apenas para contemplar a parte que desempenhou desde que se rebelou contra o governo do Céu, mas para aguardar, com temor e tremor, o futuro terrível […] O cativeiro de Satanás trará alegria e júbilo ao povo de Deus. O profeta diz: 'No dia em que Deus vier a dar-te descanso do teu trabalho, das tuas angústias e da dura servidão com que te fizeram servir […], dirás: Como cessou o opressor!' (Isaías 14:3, 4)."
Finalmente quando esse período de mil anos acabar, os mortos ímpios de todos os tempos juntos com os mortos por ocasião da volta de Cristo, ressuscitarão. O Apocalipse é claro ao dizer: “Os restantes dos mortos não reviveram até que se completassem os mil anos.”
Podemos perceber que o início e o fim do milênio são marcados por duas ressurreições. A primeira, dos justos e a segunda, dos ímpios. Ao mesmo tempo em que os ímpios ressuscitam, Satanás é solto novamente “por pouco tempo”. E agora veja o que ele faz com os ímpios que ressuscitaram. João diz o seguinte: “Quando, porém, se completarem os mil anos, Satanás será solto da prisão, e sairá a seduzir as nações que há nos quatro cantos da Terra, Gogue e Magogue, a fim de reuni-las para a peleja. O número dessas é como areia do mar” (Apocalipse 20:7 e 8).
Feche os olhos e imagine a cena: Jesus e Seus remidos, depois dos mil anos, descem novamente à Terra, onde será o Lar Eterno. João diz: “Vi também a Cidade Santa, a Nova Jerusalém, que descia do Céu, da parte de Deus, ataviada como noiva adornada para seu esposo ” (Apocalipse 21:2).
Nesse momento, o diabo e todo o seu exército de ímpios ressuscitados tentam tomar posse da Cidade. “Marcharam, então, pela superfície da Terra” – narra o Apocalipse – “e sitiaram o acampamento dos santos e a Cidade querida; desceu, porém fogo do céu e os consumiu. O diabo o sedutor deles, foi lançado para dentro do lago de fogo e enxofre, onde já se encontram não só a besta como também o falso profeta; e serão atormentados de dia e de noite, pelos séculos dos séculos” (Apocalipse 20:9 e 10).
Este será o fim do milênio e também o triste fim da história do pecado. Satanás e seus seguidores, finalmente, serão destruídos e, segundo o profeta, “não se levantará duas vezes a angústia”. Por isso é que usando uma linguagem simbólica, João diz que Satanás e seus seguidores “serão atormentados de dia e de noite, pelos séculos dos séculos.” Aqui o apóstolo está se referindo às consequências eternas do fim do pecado, de outro modo, a cena do tormento eterno não se encaixaria com o caráter de misericórdia e justiça de Deus. A madeira arde enquanto o que pode ser consumido não acaba; e os ímpios arderão, também, até serem consumidos de todo. E o pecado terá chegado ao fim, pelo séculos dos séculos.
Assista também o prof. Leandro Quadros explicando detalhes importantes sobre o milênio:
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