Deus sabe quem vai ser salvo e quem se perderá, porque Ele é “perfeito em conhecimento” (Jó 37:16) e “conhece todas as coisas” (1Jo 3:20), inclusive “o que há de acontecer” (Is 46:10). Mas esse conhecimento divino não restringe de qualquer forma a liberdade humana de escolher o caminho da salvação ou da perdição.
Embora a salvação seja oferecida gratuitamente a todos indistintamente, somente aqueles que a aceitam pela fé serão salvos (ver Ef 2:8-10). “Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o Seu Filho unigênito, para que todo o que nEle crê não pereça, mas tenha a vida eterna” (Jo 3:16). A perdição dos ímpios não é, portanto, o resultado de um decreto divino arbitrário, mas sim a consequência natural de haverem rejeitado individualmente a oferta de salvação.
A. W. Tozer comenta: “Certas coisas foram decretadas pelo livre-arbítrio de Deus, e uma delas é a lei da escolha e suas consequências. Deus declarou que todo aquele que voluntariamente se entrega a Seu Filho Jesus Cristo na obediência da fé, receberá a vida eterna e se tornará filho de Deus. Decretou também que aqueles que amam as trevas e continuam em sua rebeldia contra a suprema autoridade do Céu, permanecerão em estado de alienação espiritual e sofrerão afinal a morte eterna” (Mais Perto de Deus, p. 132).
Embora Deus haja predestinado à salvação todos os que voluntariamente aceitam a Cristo (ver Ef 1:314), Ele não predestinou ninguém para a perdição. Que compete ao próprio homem (e não a Deus) escolher o seu destino é óbvio nas seguintes palavras de Josué 24:15: “Porém, se vos parece mal servir ao Senhor, escolhei, hoje, a quem sirvais: se aos deuses a quem serviram vossos pais que estavam dalém do Eufrates ou aos deuses dos amorreus em cuja terra habitais. Eu e a minha casa serviremos ao Senhor.”
Toda a humanidade aguarda um de dois destinos: "Os que tiverem feito o bem, para a ressurreição da vida; e os que tiverem praticado o mal, para a ressurreição do juízo" (João 5:29). "Ponho diante de ti a vida e a morte, a bênção e a maldição. Escolhe pois a vida, para que vivas com a tua posteridade" (Deuteronômio 30:19).
Stairway to Heaven (Escada para o Céu)
O Céu é uma realidade. É um lugar. É onde Deus vive com os outros membros da Divindade e uma hoste de anjos não-caídos. Também é o lugar em que viveremos durante mil anos, se permanecermos ao lado de Deus. Quando Cristo voltar e tiver lugar a primeira ressurreição, os santos ressuscitados acompanharão seu Senhor para o Céu, onde permanecerão por mil anos (Apocalipse 20:4-6). Depois disso, ocorrerá uma série de eventos culminando com a criação de um “novo céu” e uma “nova Terra” (Apocalipse 21:1), em que os remidos então viverão para sempre.
O pastor e escritor Dr. Steven J. Lawson escreveu sobre o céu: "Não se enganem, o céu é um lugar real. Não é um estado de consciência. Nem uma invenção da imaginação humana. Nem um conceito filosófico. Nem abstração religiosa. Nem um sonho emocionante. Nem as fábulas medievais de um cientista do passado. Nem a superstição desgastada de um teólogo liberal. É um lugar real. Um local muito mais real do que onde você está agora... É um lugar real onde Deus vive. É o lugar real de onde Deus veio para este mundo. E é um lugar real para onde Cristo voltou na Sua ascensão – com toda a certeza!" (Heaven Help Us! Truths About Eternity That Will Help You Live Today, p. 16)
Ellen G. White aconselha: "Muitos estão perdendo o caminho certo, por pensarem que têm de conquistar o Céu; que têm de fazer algo para merecer o favor de Deus. Procuram tornar-se melhores pelos próprios frágeis esforços. Isso jamais conseguirão realizar. Cristo abriu caminho morrendo como nosso sacrifício, vivendo como nosso exemplo, tornando-Se nosso grande sumo sacerdote. Diz Ele: 'Eu sou o caminho, e a verdade e a vida' (João 14:6). Se por qualquer esforço nosso pudéssemos subir um único degrau na escada, as palavras de Cristo não seriam verdadeiras. Mas quando aceitamos a Cristo, as boas obras aparecerão, como frutífera prova de que nos achamos no caminho da vida, que Cristo é nosso caminho, e que estamos palmilhando a vereda certa, que conduz ao Céu" (Mensagens Escolhidas, vol. 1, p. 368).
Highway to Hell (Estrada para o Inferno)
Mas o inferno também é uma realidade. A crença popular de um lugar em que os pecadores serão atormentados e queimarão por toda a eternidade não tem apoio bíblico. Mas também não tem esse apoio a ideia popular de que, no fim, todos serão salvos. Os que rejeitam as boas-novas de salvação e recusam obediência a Deus serão julgados, condenados e enfrentarão uma morte da qual nunca haverá ressurreição. Os que creem que todos serão salvos argumentam que um Deus de amor não permitiria que ninguém perdesse a felicidade eterna. Eles têm certa razão até onde dizem que Deus é o amor personificado e quer salvar a todos. Mas, tragicamente, nem todos querem ser salvos.
Sobre isso, Ellen G. White diz: “Uma distinção, porém, se faz entre as duas classes que ressuscitam. 'Todos os que estão nos sepulcros ouvirão a Sua voz. E os que fizeram o bem, sairão para a ressurreição da vida; e os que fizeram o mal para a ressurreição da condenação' (João 5:28 e 29). Os que foram 'tidos por dignos' da ressurreição da vida, são 'bem-aventurados e santos'. 'Sobre estes não tem poder a segunda morte' (Apocalipse 20:6). Os que, porém, não alcançaram o perdão, mediante o arrependimento e a fé, devem receber a pena da transgressão: 'o salário do pecado'. Sofrem castigo, que varia em duração e intensidade, 'segundo suas obras', mas que finalmente termina com a segunda morte. Visto ser impossível para Deus, de modo coerente com a Sua justiça e misericórdia salvar o pecador em seus pecados, Ele o despoja da existência, que perdeu por suas transgressões, e da qual se mostrou indigno. Diz um escritor inspirado: 'Ainda um pouco, e o ímpio não existirá; olhará para o seu lugar e não aparecerá.' E outro declara: 'E serão como se nunca tivessem sido' (Salmos 37:10; Obadias 16). Cobertos de infâmia, mergulham, sem esperança, no olvido eterno” (O Grande Conflito, pp. 544, 545).
Você decide
Vejamos o que os escritos de Ellen G. White dizem sobre essa fundamental decisão:
"Há muitas almas que vacilam entre o caminho do Céu e o do inferno. Há sutis e enganadoras influências que desviam almas de Deus e das coisas celestiais" (Conselhos sobre a Escola Sabatina, p. 49).
"Toda alma tem um Céu a ganhar, e um inferno a evitar. E as instrumentalidades angélicas acham-se todas prontas a vir em auxílio da alma tentada e provada" (Mensagens Escolhidas, vol. 1, p. 96).
"A hora da graça vai-se rapidamente encerrando, e cada caso está a ponto de ser eternamente decidido. Poucos há que acreditem de alma e coração que temos um Céu a ganhar e um inferno de que fugir; estes, porém, revelam pelas obras a sua fé" (Conselhos aos Professores, Pais e Estudantes, p. 413).
"Homem algum cai no Céu por engano. Ninguém vai para lá de olhos vendados. Caso tome tempo para considerar, toda pessoa saberá se está no caminho reto e estreito, ou na estrada larga que conduz à morte e ao inferno" (A Fé Pela Qual Eu Vivo, p. 363).
"O mundo caído é o campo de batalha para o maior conflito que o universo celestial e os poderes terrestres já presenciaram.. entre o bem e o mal, entre o Céu e o inferno. Ninguém pode ficar em terreno neutro" (Exaltai-o, p. 290).
"Se os homens resistissem à prova em que Adão falhou, e, na força de Jesus, obedecessem a todos os reclamos de Deus, porque estes reclamos são justos, jamais quereriam tornar-se familiarizados com o conhecimento objetável. Deus jamais desejou que o homem tivesse este conhecimento que vem da desobediência e que, introduzido na vida prática, termina em morte eterna. Quando os homens quase invariavelmente escolhem o conhecimento que Satanás apresenta; quando o seu gosto está de tal modo pervertido que anseiam por esse conhecimento como se ele fosse fonte de suprema sabedoria, estão dando então prova de que estão separados de Deus e em rebelião contra Cristo" (Conselhos sobre Educação, p. 108).
Vejamos o que a Palavra de Deus nos diz: "Vi novo céu e nova terra, pois o primeiro céu e a primeira terra passaram, e o mar já não existe. Vi também a cidade santa, a nova Jerusalém, que descia do céu, da parte de Deus, ataviada como noiva adornada para o seu esposo. Então, ouvi grande voz vinda do trono, dizendo: Eis o tabernáculo de Deus com os homens. Deus habitará com eles. Eles serão povos de Deus, e Deus mesmo estará com eles. E lhes enxugará dos olhos toda lágrima, e a morte já não existirá, já não haverá luto, nem pranto, nem dor, porque as primeiras coisas passaram. [...] Quanto, porém, aos covardes, aos incrédulos, aos abomináveis, aos assassinos, aos impuros, aos feiticeiros, aos idólatras e a todos os mentirosos, a parte que lhes cabe será no lago que arde com fogo e enxofre, a saber, a segunda morte" (Apocalipse 21:1-4, 8).
Conclusão
Deus nos deu a vida, e durante a nossa existência temos uma escolha a fazer. A mais importante de todas, e esta decisão é com relação a nossa vida eterna. "Entrem pela porta estreita porque a porta larga e o caminho fácil levam para o inferno, e há muitas pessoas que andam por esse caminho. A porta estreita e o caminho difícil levam para a vida, e poucas pessoas encontram esse caminho" (Mateus 7:13-14). Aceitemos a Jesus e nos preparemos para o Céu. O Céu existe, sim, e está ao nosso alcance. O Céu é a morada de Deus, e será a morada daqueles que creem nEle. Jesus nos prometeu um lugar no Céu: “Não se turbe o vosso coração; credes em Deus, crede também em mim. Na casa de Meu Pai há muitas moradas. Se assim não fora, eu vo-lo teria dito. Pois vou preparar-vos lugar. E, quando eu for e vos preparar lugar, voltarei e vos receberei para mim mesmo, para que, onde Eu estou, estejais vós também” (João 14:1-3).
O Céu pode ser nosso se escolhermos crer em Deus e estivermos dispostos a nos tornar discípulos de Seu Filho, Jesus Cristo. Portanto, sigamos o conselho de Ellen G. White: "Precisamos acostumar-nos a falar do Céu, do belo Céu. Falar daquela existência que perdurará enquanto Deus existir, e então esquecereis vossas pequenas provas e dificuldades. Seja a mente atraída para Deus" (Historical Sketches of the Foreign Missions of the Seventh Day Adventist, p. 146).
Nota: O título do artigo é uma alusão às canções "Stairway to Heaven", do Led Zeppelin e "Highway to Hell", do AC/DC, e claro, ao Dia Mundial do Rock.
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