quarta-feira, 30 de setembro de 2020

REBATISMO

A Bíblia diz que há um só batismo, isto é, apenas uma forma de batismo (por imersão), mas podemos compreender pelas Escrituras que há respaldo bíblico para o rebatismo quando alguém compreende mais profundamente as Escrituras Sagradas.

Conforme explica o bibliotecário e mantenedor do canal Bíblia Anotada, Vanderlei Ricken, “rebatismo é para casos em que a pessoa decide abandonar os caminhos de Deus e, depois de um ano ou mais, ela ‘cai na real’ e assim como o filho pródigo volta para a casa do Pai, recebendo uma ‘nova roupa’ e um ‘anel’ para atestar a filiação recuperada. Essa demonstração pública de compromisso e mudança de vida é feita por meio do rebatismo”.

O rebatismo é mencionado especificamente apenas em Atos 19:1-7, onde o apóstolo o sanciona para um grupo de crentes cujo batismo de arrependimento tinha sido feito previamente por João. Em adição ao arrependimento, o batismo cristão está associado a uma compreensão e a um comprometimento pessoal em relação ao evangelho e aos ensinamentos de Jesus e ao recebimento do Espírito Santo. Com esse discernimento ampliado e compromisso, o rebatismo é aceitável. 

A ideia de rebatismo em Atos 19 é compartilhada por grandes teólogos não adventistas, como Marshall e Matthew Henry. Logo, os adventistas não são os inventores do rebatismo, muito menos rebatizam pessoas por qualquer motivo. O batismo é um dos ritos mais sagrados do cristianismo e é assim que tem que ser tratado.

Indivíduos Vindos de Outras Comunidades Cristãs
Com bases bíblicas, pessoas de outras comunidades cristãs que tenham abraçado as crenças adventistas do sétimo dia e que tenham sido previamente batizadas por imersão podem solicitar o rebatismo. Os exemplos abaixo, no entanto, sugerem que o rebatismo pode não ser obrigatório. 

É evidente que o episódio de Atos 19 foi um caso especial, pois é relatado que Apolo tinha recebido o batismo de João (At 18:25), e não há registro de que tenha sido rebatizado. Aparentemente, mesmo alguns dos apóstolos receberam o batismo de João (Jo 1:35-40), mas não há informação de que tenham sido rebatizados. 

Se um novo crente aceitou novas verdades importantes, Ellen G. White apoia o rebatismo à medida que o Espírito induz o novo crente a pedi-lo. Isso se enquadra no padrão de Atos 19. Uma pessoa que experimentou previamente o batismo por imersão avaliará sua nova experiência religiosa e decidirá se deseja o rebatismo. Não se deve insistir nesse ponto. 

“Isto é um assunto em que cada indivíduo precisa conscienciosamente tomar sua atitude no temor de Deus. Deve ser cuidadosamente apresentado no espírito de benignidade e amor. Portanto, o dever de insistir não pertence a ninguém senão a Deus; dai-lhe oportunidade de atuar por meio de seu Espírito Santo na mente, de modo que o indivíduo seja perfeitamente convencido e satisfeito no que respeita a esse passo avançado” (Evangelismo, p. 373).

Apostasia e Rebatismo
A apostasia é “viver deliberadamente em pecado, depois de ter recebido o pleno conhecimento da verdade”, “calcar aos pés o Filho de Deus”, “profanar o sangue da aliança com o qual foi santificado”, e “ultrajar o Espírito da graça” (Hb 10:29).

Embora tivesse havido apostasia na igreja apostólica (Hb 6:4-6), as Escrituras não comentam a questão do rebatismo. Ellen G. White apoia o rebatismo de pessoas que se afastaram da igreja e que então se reconvertem e desejam se unir novamente ao povo de Deus. 

“O Senhor requer decidida reforma. E quando uma pessoa está verdadeiramente reconvertida, seja ela rebatizada. Renove ela seu concerto com Deus, e Deus renovará seu concerto com ela” (Evangelismo, p. 375).

Rebatismo Impróprio
Com base nos ensinamentos bíblicos e na orientação de Ellen G. White, o rebatismo deverá ocorrer apenas em circunstâncias especiais e será relativamente raro. Administrar o batismo repetidamente ou com motivação emocional deprecia seu significado e representa incompreensão da solenidade e significado que as Escrituras atribuem a ele. Um membro cuja experiência espiritual se tornou fria necessita de um espírito de arrependimento que o conduzirá ao reavivamento e reforma. Essa experiência será acompanhada pela participação na cerimônia da comunhão para indicar uma purificação renovada e comunhão no corpo de Cristo, fazendo com que o rebatismo seja desnecessário.

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