Gosto muito de refletir
sobre questões importantes do evangelho de Cristo que parecem ter sido
esquecidas por muitos cristãos. Ultimamente, por exemplo, tenho pensado
muito sobre o peso espiritual da paciência. Você já ouviu alguma
pregação sobre paciência e impaciência? Já leu algum livro sobre o tema,
já foi a algum congresso teológico com esse assunto? Eu nunca. No
entanto, Paulo escreveu que paciência é uma das nove virtudes do fruto
do Espírito (Gl 5:22-23). E, se esse comportamento é tão virtuoso a
ponto de ter sido incluído por Paulo nessa seleta lista, infere-se,
naturalmente, que a impaciência é um comportamento que não agrada a
Deus. Logo, precisamos falar e refletir sobre isso, com muita
seriedade.
Paciência (ou “longanimidade”, nas traduções bíblicas mais arcaicas) é
ter paz no coração enquanto se espera que algo aconteça. É ficar
sossegado diante da necessidade de aguardar. Portanto, a pessoa que
manifesta o fruto do Espírito sabe esperar em paz. E por que isso é
espiritualmente importante? Porque paciência tem tudo a ver com fé.
Se fé é “a certeza de coisas que se esperam” (Hb 11:1), fica claro que
nossa fé está diretamente relacionada com nossa capacidade de esperar. E
se “sem fé é impossível agradar a Deus” (Hb 11:6), certamente
desagradamos o Senhor se demonstramos impaciência, pois ela revela que
não temos fé suficiente nele para aguardar de forma descansada. A
impaciência demonstra, portanto, que não temos confiança inabalável no
fato de que Deus está no controle de tudo e que tem total domínio sobre o
tempo certo daquilo pelo que esperamos. Impaciência é desconfiar da
soberania divina.
Deus é quem determina a hora exata de qualquer coisa acontecer, de
acordo com seus propósitos. Isso fica claro quando vemos que Jesus só se
fez carne na plenitude do tempo, predeterminada desde antes da fundação
do mundo. De nada adiantaria a impaciência de querer que o Messias
viesse logo, pois Ele só viria no tempo preciso de Deus. Ele esperou
trinta anos para iniciar seu ministério. A ressurreição só ocorreu após
três dias, como Jesus antecipou que ocorreria. O povo de Israel precisou
esperar 400 anos para sair do Egito e depois mais 40 para entrar na
Terra Prometida. Jó precisou esperar “42 capítulos” para seu cativeiro
ser virado. José teve de ser escravo e presidiário por muitos anos antes
de se tornar o segundo em poder do Egito. Esses e muitos outros
exemplos mostram que tudo acontece no tempo exato de Deus. Não adianta
nada balançar o pé, ficar olhando para o relógio de dois em dois minutos
ou roer as unhas até o talo. É tão somente quando Deus bater o martelo
que o que tiver de ser… será.
Se sabemos que tudo acontece no tempo exato de Deus, ficar impaciente
revela que não temos fé suficiente nessa verdade. Impaciência revela,
portanto, falta de confiança em Deus.
Se você está esperando por algo, meu irmão, minha irmã, entregue a Deus e
confie nele. Saiba que o Senhor tem os olhos voltados para você e está
ciente da situação. Uma de três coisas acontecerá:
- Deus pode fazer o que você espera, no tempo em que você gostaria. Nesse caso, não é necessário exercer paciência.
- Deus pode não fazer nunca o que você espera; e, nesse caso, ficar
impaciente simplesmente não terá absolutamente nenhuma serventia, só
alimentará uma ansiedade inútil; ou
- Deus pode fazer o que você espera, mas no tempo dele e não no seu.
Nesse caso, sua impaciência será inócua, não adiantará nada, não fará
Deus se apressar e a vontade dele prevalecerá de qualquer jeito. A única
vantagem da sua impaciência é… bem, não há vantagem alguma na sua
impaciência.
Está claro, então, que ficar impaciente é inútil. Não adianta nada. E
ainda demonstra falta de confiança no Senhor, o que certamente o
desagrada.
Meu irmão, minha irmã, espere com paciência no Senhor, sabendo que ele
em absolutamente tudo é soberano. Tudo acontecerá na hora certa, da
forma correta, de acordo com a boa, agradável é perfeita vontade do seu
Santo Pai. O que você tem de fazer? Descansar. Lance sobre Cristo toda a
sua ansiedade e relaxe. Ficar agoniado, angustiado, querendo que tudo
ocorra no tempo que você quer só fará mal à sua pressão arterial e
provocará queimação gástrica. Talvez uma úlcera. Vantagem na prática?
Nenhuma. Então… paciência!
“Porque, na esperança, fomos salvos. Ora, esperança que se vê não é
esperança; pois o que alguém vê, como o espera? Mas, se esperamos o que
não vemos, com paciência o aguardamos” (Rm 8:24-25).
“Sede vós também pacientes e fortalecei o vosso coração, pois a vinda do
Senhor está próxima. […] Irmãos, tomai por modelo no sofrimento e na
paciência os profetas, os quais falaram em nome do Senhor. Eis que temos
por felizes os que perseveraram firmes. Tendes ouvido da paciência de
Jó e vistes que fim o Senhor lhe deu; porque o Senhor é cheio de terna
misericórdia e compassivo” (Tg 5:8-11).
“Ora, o Deus da paciência e da consolação vos conceda o mesmo sentir de
uns para com os outros, segundo Cristo Jesus, para que concordemente e a
uma voz glorifiqueis ao Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo” (Rm
15:5-6).
Paz a todos vocês que estão em Cristo,
Maurício Zágari (via Apenas)
"A paciência sob as provas nos guardará de dizer e fazer aquilo que nos
prejudique a alma e aos que se acham ao nosso redor. Sejam nossas
provações quais forem, coisa alguma nos pode causar sério dano, caso
exerçais paciência, sejais calmos, não vos irriteis quando em condições
difíceis. A paciência deve ter sua obra perfeita, ou não podemos estar
perfeitos e completos, sem faltar em coisa alguma. São-nos designadas
tribulações e aflições, e havemos nós de suportá-las com toda a
paciência ou tornaremos tudo amargo por nossos queixumes? O ouro é
metido na fornalha a fim de remover-se a escória. Não seremos nós então
pacientes diante dos olhos do refinador? Precisamos recusar-nos a
imergir num triste e desconsolado estado de espírito, mostrando antes
calma confiança em Deus, considerando tudo alegria ao ser permitido que
suportemos provas por amor de Cristo." (Ellen G. White - Nossa Alta Vocação, p. 65)
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