segunda-feira, 29 de março de 2021

OS 4 CAVALEIROS DO APOCALIPSE

No capítulo 5 do Apocalipse, João descreve a cena em que Jesus toma o livro selado da mão de Deus sob uma aclamação nunca antes vista no Universo.

“E vi na destra do que estava assentado sobre o trono um livro escrito por dentro e por fora, selado com sete selos” (Ap 5:1).

O fato de estar selado com sete selos revela que o conteúdo do rolo era muito importante, porque só documentos importantes são selados. O Pai Eterno depôs este documento selado nas mãos do Cordeiro de Deus que foi morto desde a fundação do mundo. Ele, por Sua vez, abriu os selos na presença de milhões e milhões de anjos da corte celestial, porque todos estavam na expectativa, aguardando saber o desenlace da luta final entre o bem e o mal, entre Cristo e Satanás.

O capítulo 6 trata dos seis primeiros selos. Assim, como em outros capítulos, a simbologia é bastante utilizada. É importante citar que a sequência profética e simbólica dos sete selos relaciona-se com o mesmo terreno coberto pela profecia das sete igrejas, mas dando ênfase a outros eventos. O tempo da abertura dos quatro primeiros selos corresponde ao tempo retratado nas igrejas de Éfeso, Esmirna, Pérgamo e Tiatira.

O Primeiro Selo
Leiamos e analisemos o primeiro selo:

Apocalipse 6:1-2 – “E, havendo o Cordeiro aberto um dos selos, olhei, e ouvi um dos quatro animais, que dizia como em voz de trovão: Vem, e vê. E olhei, e eis um cavalo branco; e o que estava assentado sobre ele tinha um arco; e foi-lhe dada uma coroa, e saiu vitorioso, e para vencer.”

O primeiro selo nos mostra um cavalo branco, e sobre ele um cavaleiro com um arco de conquistador. O cavalo, em profecia, segundo Provérbio 21:31, simboliza lutas políticas ou religiosas.

A cor branca do cavalo simboliza, segundo o Livro Sagrado, a imaculada pureza da igreja divina. Em outras palavras, temos a descrição em símbolo do evangelho puro de Jesus Cristo como foi ensinado pelos apóstolos e pela bendita virgem.

O texto diz que o cavalo branco, a pureza do evangelho, e o cavaleiro, saíram vencendo e para vencer. Graças a Deus que a História confirma os triunfos da gloriosa igreja apostólica. A igreja cristã primitiva conquistou as forças pagãs que se lhe opunham, e milhões aceitaram a verdade pura do evangelho durante o primeiro século. Justo antes do seu martírio, o apóstolo Paulo confirmou este fato nas seguintes palavras:

(Colossenses 1:23): “Se, na verdade, permanecerdes fundados e firmes na fé, e não vos moverdes da esperança do evangelho que tendes ouvido, o qual foi pregado a toda criatura que há debaixo do céu, e do qual eu, Paulo, estou feito ministro.”

Esta é uma confirmação histórica de que o evangelho havia sido pregado a todo o mundo conhecido por ocasião do martírio de Paulo no ano 68. Era a corrida vitoriosa do cavalo branco, que teve início no ano 31 e foi até o ano 100, quando morreu o último apóstolo, João.

O Segundo Selo
Vamos agora à revelação e descrição do segundo cavaleiro:

Apocalipse 6:3 e 4) – “E, havendo aberto o segundo selo, ouvi o segundo animal, dizendo: Vem, e vê. E saiu outro cavalo, vermelho; e ao que estava assentado sobre ele foi dado que tirasse a paz da terra, e que se matassem uns aos outros; e foi-lhe dada uma grande espada.”

O que monta este cavalo vermelho, e que deveria correr o mundo então conhecido, tinha uma grande espada para matar.

A cor do cavalo – o vermelho – é símbolo do derramamento de sangue, e representa a era de perseguições dos cristãos pelos judeus bem como pelos romanos, cuja igreja pagã oficial via sua sobrevivência perigando em face do sucesso da igreja cristã como resultado dessas mesmas perseguições. Mas, ao mesmo tempo uma multidão de erros se introduziriam na igreja, sobrevindo a luta de facções em seu seio.

A despeito de todas as lutas e perseguições do segundo e terceiro séculos, Satanás não pôde alcançar o seu propósito de exterminar a igreja. Ao contrário, na expressão de Tertuliano, “o sangue dos mártires é semente da igreja”. A era do cavalo vermelho vai de 100 a 313. Esta data assinala o decreto de tolerância dos romanos para com os cristãos. Mais tarde o próprio imperador Constantino aceitou o cristianismo.

O Terceiro Selo
Apocalipse 6:5 e 6 – “E, havendo aberto o terceiro selo, ouvi dizer ao terceiro animal: Vem, e vê. E olhei, e eis um cavalo preto e o que sobre ele estava assentado tinha uma balança na mão. E ouvi uma voz no meio dos quatro animais, que dizia: Uma medida de trigo por um dinheiro, e três medidas de cevada por um dinheiro; e não danifiques o azeite e o vinho.”

Se o branco é emblema de pureza da verdade, o preto simboliza o oposto, isto é a apostasia e o erro. Quando Satanás viu que fora incapaz de destruir a igreja divina pela perseguição, mudou seus métodos. Procurou destruí-la pela apostasia. Isto teve melhores resultados. O imperador Constantino manifestou o seu beneplácito para com a igreja, e mais tarde professou sua fé. Grande estadista que era, logrou êxito em unir a igreja pagã com a cristã numa só grande igreja do Estado.

Eusébio, bispo de Antioquia, amigo e conselheiro religioso do imperador, desempenhou também grande parte na apostasia da igreja. Cumpriu-se então com este triste drama a profecia de Paulo sobre os bispos da Ásia Menor (Ver Atos 20:28-30).

Mais ainda, o mesmo apóstolo, em sua segunda carta aos Tessalonicenses, expõe a natureza da apostasia.

(2Ts 2:1-4): “Ora, irmãos, rogamo-vos, pela vinda de nosso Senhor Jesus Cristo, e pela nossa reunião com ele, Que não vos movais facilmente do vosso entendimento, nem vos perturbeis, quer por espírito, quer por palavra, quer por epístola, como de nós, como se o dia de Cristo estivesse já perto. Ninguém de maneira alguma vos engane; porque não será assim sem que antes venha a apostasia, e se manifeste o homem do pecado, o filho da perdição, O qual se opõe, e se levanta contra tudo o que se chama Deus, ou se adora; de sorte que se assentará, como Deus, no templo de Deus, querendo parecer Deus.”

Havia alguns falsos pregadores no tempo de Paulo que ensinavam que o Senhor voltaria no seu tempo para salvar o mundo e estabelecer Seu reino eterno. E para melhor convencer o povo, eles mesmos escreveram cartas às igrejas sobre o assunto, assinando-as com o nome de Paulo ou de algum outro apóstolo. Essas são algumas cartas que hoje chamamos “apócrifas”, por serem de duvidosa inspiração.

Paulo pedia que as igrejas não se deixassem enganar com essas cartas facciosas. Antes da Volta de Cristo a igreja passaria primeiro pela grande apostasia, com o oponente da verdade reclamando adoração como se fora Deus. Analisemos, porém, de acordo com S. Paulo, a predição deste poder e sua duração:

(2Ts 2:8): “E então será revelado o iníquo, a quem o Senhor desfará pelo assopro da sua boca, e aniquilará pelo esplendor da sua vinda.”

Ele exerceria seu poder e domínio sofre as almas dos homens justo ao tempo da Segunda Vinda de Cristo; isto é, no fim do mundo o Senhor destruiria este poder apóstata com o resplendor de Sua vinda. Este poder facilmente é reconhecido por qualquer arguto observador de nossos dias.

Vejamos alguns atributos deste poder apóstata, segundo o verso 9: “esse cuja vinda é segundo a eficácia de Satanás, com todo o poder, e sinais e prodígios de mentira.”

Este poder é de origem satânica e não divina. Ele procuraria provar sua origem divina realizando milagres, curando os enfermos, etc. Lembremos que Satanás é um anjo caído, e tanto ele como a terça parte dos anjos que o acompanharam na queda podem realizar milagres. Ele arrasta as nações para o seu sistema de contrafação da verdade, sistema simbolizado pelo cavalo preto, fazendo-as crer que a verdade é mentira e a mentira verdade.

Notemos o que Paulo diz sobre isto:

(2Ts 2:10 e 11): “E com todo o engano da injustiça para os que perecem, porque não receberam o amor da verdade para se salvarem. E por isso Deus lhes enviará a operação do erro, para que creiam a mentira.”

Todo aquele que não tem amor pela verdade e não deseja segui-la com verdadeira paixão, é deixado no erro. O que precisamos pedir a Deus é que nos dê um coração puro e sincero, para que conheçamos a verdade, o supremo tesouro do homem. O que tem fome e sede da verdade, obedecerá a Deus porque O ama e porque ama a verdade sobre todas as coisas.

A apostasia, que se desenvolvia muito lentamente, foi acelerada a partir do ano 313, quando Constantino outorgou favores à igreja cristã, até o ano 538, quando toda oposição a esta igreja foi subjugada pela força da espada, sendo sua autoridade completamente imposta. Satanás não pôde destruir a igreja pela perseguição indicada pelo segundo cavaleiro, mas obteve êxito induzindo-a à apostasia. Aqui Satanás triunfou.

O Quarto Selo
Apocalipse 6:8 – “E olhei, e eis um cavalo amarelo, e o que estava assentado sobre ele tinha por nome Morte; e o inferno o seguia; e foi-lhes dado poder para matar a quarta parte da terra, com espada, e com fome, e com peste, e com as feras da terra.”

A partir do ano 538 nova era começou para a igreja, desdobrando-se segundo a descrição do quarto cavaleiro.

Surge um cavalo amarelo. Esta cor (pálido, na versão inglesa) – é símbolo da morte, porque é a tonalidade da pele de quem está para morrer. O cavaleiro do cavalo pálido recebeu poder “para matar a quarta parte da Terra”. Foi cerca do ano 538 que isto ocorreu, quando a igreja apóstata, “em defesa da fé”, começou a exercer poder temporal sobre as nações da Europa, que bem representam a quarta parte da Terra, segundo a profecia.

Este poder levou os governos da Europa a perseguir os que não renunciassem sua fé na Santa Escritura e insistissem em permanecer na verdade do cavalo branco. Várias nações baixaram decretos rejeitando por lei qualquer crença contrária. Mas milhares e milhares preferiram a morte antes que violentar a consciência.

A História confirma que terrível perseguição dominou o mundo por mais de um milênio, sendo conhecida na História como a “Inquisição da Idade Média”. Muitos livros têm sido escritos sobre a história dos fiéis valdenses, albigenses e huguenotes, que durante este tempo foram mártires da fé. O período do quarto selo foi de 538 a 1517.

Com o quarto selo termina a visão dos cavalos. Os últimos três selos, que são representados por meio de símbolos, revelam que os futuros acontecimentos não seriam de escopo universal.

O quinto selo é uma sucessão do quarto e estende-se do período que vai do ano 1517 a 1755. No quarto selo vimos os terríveis extermínios do papado contra o povo de Deus. O quinto selo nos mostra o quadro das testemunhas de Deus e de Seus filhos mortos pela espada papal.

Depois disto, João visualiza a abertura do sexto selo, onde estão descritos os sinais da iminente volta de Jesus. A linguagem que antes era simbólica passa a ser literal. Os escritores do Antigo Testamento, e o próprio Cristo, falaram muitas vezes de grandes sinais no universo físico, no Sol, na Lua, nas estrelas e na Terra. Esses sinais seriam indicações especiais da volta de nosso Senhor. O período deste selo foi de 1755 a 1833. O sexto selo do Apocalipse nos ajuda a descobrir quando começaria o tempo do fim e conclui com a descrição da segunda vinda de Jesus. 

O sétimo selo só será rompido depois que Cristo vier e os ímpios forem mortos pela glória de Seu aparecimento. Então haverá silêncio no Céu durante cerca de ‘meia hora’ (Ap 8:1). O silêncio que ocorrerá imediatamente após o aparecimento de Cristo (Ap 6:12-17), representa o descanso, a paz e o regozijo entre a hoste celestial e os salvos depois que o veredicto do tribunal celestial começar a ser posto em execução. Quando for rompido o sétimo selo, tornar-se-á conhecido o conteúdo do livro do destino (Ap 5:5 e 9), e o povo de Deus será reunido pelos anjos e levado para o Céu.

Assista também a esta série do Feliz7Play onde o Pr. Lélis explica exatamente o que os 4 cavaleiros do Apocalipse representam e como se aplicam ao contexto atual. https://youtube.com/playlist?list=PLg7vVjTMs6Z6afA791oj0tWchk8bdze_y

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