quarta-feira, 28 de abril de 2021

LISA SIMPSON E O EVANGELHO

No seriado Os Simpsons, toda a famosa família é protestante e frequenta a Primeira Igreja de Springfield, pastoreada pelo reverendo Lovejoy, exceto a filha mais velha Lisa Simpson, que é budista. Lisa é a filha que todo pai gostaria de ter. Ela é carismática, educada e inteligente, além de muito boa em matemática, física, astronomia, medicina, história, geografia, ciências e biologia. Toca sax profissionalmente, é super preocupada com questões ambientais e ainda é vegetariana. Algo de errado com ela? Não! Lisa é a pessoa da família Simpson que mais reflete Jesus em suas atitudes, porém ela não crê em Jesus, não vê em Cristo o Deus encarnado que morreu por amor a humanidade e que ensinou aos Seus seguidores a amar como Ele amou.

Em João 13:34, Jesus diz ao seus discípulos: “Um novo mandamento lhes dou: Amem-se uns aos outros. Como eu os amei, vocês devem amar-se uns aos outros. Com isso todos saberão que vocês são meus discípulos, se vocês se amarem uns aos outros“.

Ellen G. White diz: “O amor é o princípio da ação. Modifica o caráter, governa os impulsos, domina as paixões, subjuga a inimizade e enobrece as afeições. Esse amor, abrigado no coração, ameniza a vida e espalha ao redor uma influência enobrecedora” (Caminho a Cristo, p. 59).

O ponto é que, num mundo tão carente de boas referências, a sociedade espera bons exemplos, sobretudo dos cristãos. São vários os métodos utilizados na pregação do evangelho, mas talvez o mais eficaz deles seja a influência pessoal. E, segundo Ellen G. White, o cristão deve utilizá-la em favor da humanidade. “Mediante Cristo, Deus conferiu ao homem uma influência que lhe tornaria impossível viver para si próprio. […] É propósito de Deus que cada um se sinta imprescindível ao bem-estar dos outros, e procure promover a sua felicidade” (Serviço Cristão, p. 26). Quando eu me torno seguidor de Cristo, devo através das minhas ações tornar Cristo real para os outros.

Lisa nasceu em um lar cristão, até que um dia, mais precisamente no episódio “Uma questão de fé”, ela se decepciona com atitudes dos seguidores de Jesus e resolve conhecer o templo budista da cidade. Ter nascido em um lar cristão e ter frequentando a igreja desde pequena não foi suficiente para ela conhecer o Cristo verdadeiro, pois à sua volta não havia ninguém que imitasse Jesus em suas atitudes.

O seu pai, Homer Simpson, apesar de ser presente e ir à igreja todos os domingos, não possui as características de um seguidor de Jesus. Homer é um péssimo funcionário, vive em discórdia com o seu vizinho Ned Flanders, é invejoso e tem dificuldade de confiar em Deus, sua escapatória para as crises sempre é o Bar do Moe e as cervejas, e nunca o Cristo e sua palavra.

Bart, apesar de ser muito amigo de Lisa e também ir à igreja todos os domingos, é um péssimo aluno, vive infernizando a vida da vizinhança e adora bater nos colegas nerds.

Seu vizinho, Ned Flanders, é um religioso fervoroso e legalista, porém mentiroso, vive em conflito com os outros e já tentou seduzir a senhora Simpson (Marge).

O próprio pastor da igreja, reverendo Lovejoy, é um homem que demonstra pouco conhecimento da Palavra. Tem uma esposa que é considerada a maior fofoqueira de Springfield e sua filha é uma das piores crianças da cidade.

Esse é o cenário em que Lisa Simpson cresceu. Ela já ouviu falar muito de Cristo, mas não O viu de forma real na vida dos outros. 

Qual tipo de pais temos sido? Um pai honesto que ensina o filho no caminho da fé ou simplesmente um hipócrita, que na igreja é uma coisa e em casa outra? Que tipo de vizinho temos sido? Aquele que é bem visto e querido por todos ou aquele que não se relaciona, que perturba a vizinhança e vive em dissidência com todos da rua? Que tipo de cristão nós temos sido?

Fomos chamados para ser sal e luz nesse mundo. O sal serve para dar sabor à carne, portanto ser sal do mundo serve para dar o sabor de Cristo ao mundo. Ser luz é apontar a claridão para as pessoas, e não simplesmente virar o holofote para si e se achar o mais abençoado de todos.

Em Mateus 5:16, Jesus disse: “Assim brilhe a luz de vocês diante dos homens, para que vejam as suas boas obras e glorifiquem ao Pai de vocês, que está nos céus“.

Nossa vida deve ser tal que leve outros a ter sede de Jesus, de uma vida nova. Deve criar dentro das pessoas com as quais convivemos e trabalhamos, sede por aquilo que é melhor. As pessoas devem ser atraídas a Jesus por causa de nossa alegria, nossa bondade e gentileza. Elas devem se sentir importantes pela nossa maneira de tratá-las. Devemos mostrar um cristianismo contagiante e atraente.

Vejamos também o que Ellen G. White nos diz sobre a importância dos efeitos de nossa influência como cristãos:

"Nós mantemos uma soleníssima relação uns com os outros. Nossa influência é sempre ou a favor ou contra a salvação de pessoas. Estamos ou juntando com Cristo, ou espalhando por volta. Devemos andar humildemente e fazer retos caminhos, para que não desviemos outros do caminho certo. [...] Oh! que cada um de nós se possa tornar um cheiro de vida para vida aos que nos cercam! As boas qualidades que muitos possuem acham-se ocultas e, em vez de atrair pessoas para Cristo, eles as repelem. [...] Que Cristo seja visto em tudo que fazeis. Vejam todos que sois vivas epístolas de Jesus Cristo. Cada palavra que proferis, cada ato que praticais, tem para com os que convosco se associam uma influência para bem ou para mal; e, oh! quão necessário é que, pela fé, tenhais a Cristo habitando em vosso coração, a fim de que vossas palavras sejam palavras de vida, e vossas obras, atos de amor" (Mente, Caráter e Personalidade 2, pp. 431-440).

Nossa vida deve brilhar à luz de Cristo. Nossas obras devem apontar para Jesus e, assim, através de nós, Jesus se tornar real e verdadeiro na vida dos vários e várias “Lisas Simpson” que cruzam o nosso caminho. 

[Assista aqui ao episódio "Uma questão de fé": youtube.com/watch?v=xjtjexicjEk]

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