O sangue e a crueldade, todos os dias, são estampados nos jornais do mundo todo. Mas uma notícia em especial abalou os brasileiros no dia de hoje. Um jovem de 18 anos armado com um facão invadiu hoje uma creche municipal em Saudades, a 446 km de Florianópolis (SC), e desferiu golpes em crianças e adultos dentro do estabelecimento de ensino, segundo a Polícia Militar. A corporação confirmou ao menos cinco mortes, sendo três de crianças com menos de dois anos e duas mulheres.
A Polícia Civil informou que duas crianças morreram no local e uma terceira veio a óbito após atendimento médico no hospital em Saudades. Depois, o jovem tentou se matar, mas foi interrompido por populares e está internado em estado grave. Todas são alunas da creche e tinham menos dois anos. Já entre as adultas, uma professora morreu no local e uma funcionária da creche foi hospitalizada, mas não resistiu.
A intenção do suspeito era "fazer uma barbárie". Havia 30 crianças dentro da escola. De acordo com a investigação preliminar, a tragédia não foi maior porque as professoras perceberam o atentado e trancaram as outras salas que tinham aulas no momento.
A violência está com os dias contados
É difícil dizer se houve, em algum momento da história, uma indiferença e crueldade tão imensuravelmente maior contra a vida. O que sabemos é que, pelas notícias diárias de criminalidade, nada mais parece chocar, assustar, assombrar, surpreender ou aterrorizar a sociedade de uma maneira tão impactante, marcante e perturbadora.
Parece estranho, mas o que fica evidente é que um surto de espanto e pavor de ontem não é muito diferente do surto de hoje e, claro, não será diferente do surto de amanhã. A diferença mesmo está na intensidade, pois na medida em que o tempo passa, a selvageria, desumanidade, truculência e improbidade se tornam maiores, intensas e, infelizmente, cada vez mais comuns.
O que desejo dizer é que nos assustamos não tanto mais pela hediondez do crime, mas pela onda ou intensidade em que essas coisas têm se tornado corriqueiras. Paulo, o Apóstolo, ao contemplar o futuro, não observou nada diferente quanto à realidade da natureza moral e racional do que vemos hoje. Não fomos pegos de surpresa porque a Palavra de Deus já havia nos alertado do aumento da maldade humana. O apóstolo afirmou o que “os homens maus e impostores irão de mal a pior, enganando e sendo enganados” (2 Timóteo 3:13).
Esta tônica da profecia de Paulo é desconcertante e temerosa, pois, segundo sua perspectiva, melhor dizendo, segundo a perspectiva de Deus, no mundo não haverá dias melhores. Jesus também não foi otimista quando, ao descrever os dias finais da história, com ênfase em Sua segunda vinda, retratou o mundo como se parecendo com os dias de Noé (Lucas 17). Naqueles dias, o pecado mais agravante, além de outros, era a violência em todo seu viés. O mesmo juízo que recaiu sobre a geração de Noé será o mesmo juízo que recairá sobre o mundo impenitente de hoje. Deus intervirá hoje como interveio no passado. A qualquer momento Ele fará a Sua visitação extraordinária.
Não há dúvidas de que estamos todos chocados com o terror em cada esquina. A vida se tornou tão insignificante que muitos torturam e matam uma pessoa como se ela fosse um mero inseto. Jesus havia predito que por causa da multiplicação da iniquidade, o amor de muitos se esfriaria (Mateus 24:12). Amor, sentimento, dor, sofrimento humano ser tornaram profundamente banais para muitos. Mas, o que conforta é saber que a justiça honrará a todos os que foram humilhados e pisoteados pelo pecado. Uma certeza bem gratificante é que o mal, na agenda de Deus, está com data marcada para acabar.
Por mais que pareça tardia, a justiça de Deus não tarda e não falha. Na verdade, ela ocorre no tempo oportuno e certeiro. Viva confiante e com a certeza da providência divina. Olhe para sua sombra e contemple a presença do anjo do Senhor ao seu lado. Viva com os olhos no céu com a convicção da justiça de Deus.
Jamais deixe de orar antes de inserir os seus pés para fora de casa. Sempre peça a Deus que conserve ao seu lado a presença do anjo protetor. Lembre-se que todos os que confessam o nome de Deus e vivem ao Seu lado podem, mesmo em meio a tanta tribulação, viver na paz de espírito. Ele está atento a todas as desordens que tem trazido dor e medo e fará justiça por cada uma delas. Alegre-se, porque a nossa estadia nesta terra está chegando ao fim. Lembre-se:
“Porque Deus conduzirá a Juízo tudo quanto foi realizado e até mesmo o que ainda está escondido; quer seja bem, quer seja mal” (Eclesiastes 12:14).
“Porque determinou um dia em que julgará o mundo com o rigor de sua justiça, por meio do homem que para isso estabeleceu. E, quanto a isso, Ele deu provas a todos, ao ressuscitá-lo dentre os mortos!” (Atos 17:31).
“Porquanto, todos nós deveremos comparecer diante do tribunal de Cristo, a fim de que cada um receba o que merece em retribuição pelas obras praticadas por meio do corpo, quer seja o bem, quer seja o mal. Perfeita reconciliação com Deus” (2 Coríntios 5:10).
Termino com este pensamento de Ellen G. White:
"Nenhuma teoria científica pode explicar a firme marcha de obreiros iníquos sob o comando de Satanás. Em toda multidão, anjos ímpios estão em operação, instando homens a cometer atos de violência. A perversidade e crueldade dos homens alcançarão tal altitude que Deus Se revelará em Sua majestade. Muito em breve a impiedade do mundo terá atingido seu limite e, como nos dias de Noé, Deus derramará os Seus juízos" (Olhando para o Alto, p. 372).
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