No dom de Seu Filho para nossa redenção, Deus mostrou quão alto valor dá Ele a toda alma humana, e não dá direito a homem algum de falar desprezivelmente de outro. Veremos faltas e fraquezas nos que nos rodeiam, mas Deus reivindica toda alma como Sua propriedade — Sua pela criação, e duplamente Sua como comprada com o precioso sangue de Cristo. Todos foram criados à Sua imagem, e mesmo os mais degradados devem ser tratados com respeito e ternura. Deus nos considerará responsáveis mesmo por uma palavra proferida em desprezo a respeito de uma alma por quem Cristo depôs a vida. Jesus diz que quem quer que condene seu irmão como apóstata ou desprezador de Deus, mostra ser ele mesmo digno da mesma condenação.1
Enquanto deixarmos predominar na lembrança os atos desagradáveis e injustos de outros, nos parecerá impossível amá-los como Cristo nos ama. Se, porém, nossos pensamentos se fixarem no extraordinário amor e piedade de Cristo para conosco, esse mesmo espírito irradiará de nós para os nossos semelhantes. Cumpre-nos amar e respeitar uns aos outros, apesar das faltas e imperfeições que não podemos deixar de notar neles. Necessitamos cultivar a humildade e a desconfiança de nós mesmos, bem como paciente benevolência para com as faltas do próximo. Isso destruirá em nós todo o mesquinho egoísmo, tornando-nos magnânimos e generosos.2
Os seres humanos, dados eles próprios ao mal, são inclinados a tratar duramente com os tentados e os que erram. Eles não podem ler o coração; não conhecem suas lutas e pesares. Necessitam aprender a respeito da repreensão que é amor, do golpe que fere para curar, da advertência que fala de esperança.3
O Senhor deseja que Seu povo siga outros métodos que não os que levam a condenar o erro, mesmo que a condenação seja justa. Ele quer que façamos alguma coisa mais do que atirar a nossos adversários, acusações que só servem para mais os afastar da verdade. A obra que Cristo veio fazer em nosso mundo, não foi erguer barreiras, nem lançar constantemente em rosto ao povo o fato de que se acham em erro. Aquele que espera esclarecer um povo iludido, deve-se aproximar dele, e por ele trabalhar com amor. Essa pessoa deve tornar-se um centro de santa influência.
Na defesa da verdade, devem-se tratar os mais acerbos adversários com respeito e deferência. Alguns não hão de corresponder aos nossos esforços, mas menosprezarão o convite do evangelho. Outros, mesmo os que supomos haverem passado dos limites da misericórdia de Deus, serão ganhos para Cristo. A última obra no conflito, talvez seja a iluminação dos que não rejeitaram a luz e a evidência, mas que se têm encontrado em densas trevas, e, em ignorância, têm trabalhado contra a verdade. Portanto, tratai a todo homem como sendo sincero. Não pronuncieis uma palavra, nem pratiqueis uma ação que venha a confirmar alguém na incredulidade.4
Aquele que ocupa o lugar de porta-voz de Deus não deve proferir palavras que nem a Majestade do Céu empregaria quando contendendo com Satanás. Devemos deixar com Deus a obra de julgar e condenar.5
Textos extraídos das obras de Ellen G. White:
1. Refletindo a Cristo, p. 62
2. Filhas de Deus, p. 113
3. Atos dos Apóstolos, p. 269
4. Obreiros Evangélicos, p. 373
5. O Maior Discurso de Cristo, p. 55
Nenhum comentário:
Postar um comentário