É prata de ouro! Após três cirurgias, e chegando a caminhar duas horas para treinar no ginásio, o Brasil se depara com outra história épica de superação.
Rebeca Andrade, 22 anos, conquista a primeira medalha da história brasileira em Ginástica Feminina nos Jogos Olímpicos. O metal não importa. É primeiríssima colocada neste país de desafios, lutas, descasos, ousadias e berço de gente cuja raça e garra tatua nosso DNA.
É bonito de ver. De Guarulhos para o mundo, esta filha com seus sete irmãos provou que não há provação capaz de reprovar uma gigante incomodada por sonhar grande demais. “Esforçai-vos, e animai-vos; não temais, nem vos espanteis diante deles” (Dt 31:6). Consegue entender? Com pódio, ou sem, a medalha que vale é aquela que coroa um coração determinado.
Gosto de conhecer os outros heróis: uma mãe que limpou muito chão com nobreza e orgulho, técnicos cujas lágrimas revelam o sobre-esforço nestes dias de privação, comentaristas (Jade Barbosa e Dani Hipólito) em prantos por verem que ela carrega o sonho de todas que lhe antecederam, e tantos outros capazes de ousar em anos tão difíceis.
Que esta conquista inédita não eclipse todos os outros atletas imbatíveis na perseverança. Nem nos distraia das lágrimas e durezas destes meses de dor e isolamento. Que estas olimpíadas sirvam de lembrete pétreo da humanidade em suas batalhas. Da ginástica às UTIs, vamos em frente. Juntos. Felizes e tristes, dos dias claros aos escuros, nos pódios ou óbitos, tudo é motivo pra seguirmos adiante.
“Obrigado a Deus por ser minha fortaleza e a todos os demais ginastas que também dividem esta medalha comigo”. Enquanto ela acaba de falar isso em rede nacional, sinto um empurrão vindo de 18.000 quilômetros de distância. Não desistamos! Sempre é possível dar a volta por cima.
“Dificuldade a gente sempre vai ter”. Garota de ouro. Tem outro ouro para cada um de nós também. Vamos atrás?
Odailson Fonseca (via Instagram)
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