sexta-feira, 7 de janeiro de 2022

PROTEÇÃO CONTRA AS PANDEMIAS NO TEMPO DO FIM

Os adventistas do sétimo dia são uma comunidade religiosa global que proclama a salvação pela fé em Jesus Cristo, o reino espiritual de Deus na Terra, a guarda do sábado do sétimo dia e a volta de Jesus. Os adventistas afirmam manter uma fé fundamentada na Bíblia e, da mesma forma, também estão comprometidos com um estilo de vida que se baseia na crença de que o corpo é o templo do Espírito Santo de Deus. Para os adventistas, a saúde e o viver saudável são partes vitais da vida cristã e da mensagem por eles pregada. Eles sustentam que: “A reforma da saúde e o ensino sobre saúde e temperança são partes inseparáveis da mensagem da igreja.”1

Este artigo analisa a mensagem adventista de saúde tanto do ponto de vista bíblico como científico e ressalta a bênção dessa mensagem de saúde2 para o povo de Deus durante as pandemias do tempo do fim.

UM ESTILO DE VIDA PARA O POVO DE DEUS

A Bíblia ensina que a dinâmica da saúde está intimamente ligada à nossa obediência às leis de Deus. Moisés disse aos filhos de Israel, às portas da tão esperada Terra Prometida: “Se vocês obedecerem a essas ordenanças, as guardarem e as cumprirem, então o Senhor, o seu Deus, manterá com vocês a aliança e a bondade que prometeu sob juramento aos seus antepassados. [...] O Senhor os guardará de todas as doenças. Não infligirá a vocês as doenças terríveis que, como sabem, atingiram o Egito, mas as infligirá a todos os seus inimigos” (Deuteronômio 7:12, 15). As Escrituras mostram que a saúde é a recompensa da obediência às leis de Deus, enquanto a doença é geralmente o resultado da desobediência às mesmas leis (Êxodo 15:26; Deuteronômio 7:12, 15).

A Bíblia faz referência a pelo menos dois tipos de lei. A primeira, a lei moral, os Dez Mandamentos (Êxodo 20:1-17), é a que define o nosso relacionamento com Deus e de uns com os outros. Aqueles que vivem em harmonia com essa lei, pelo poder de seu Autor, serão colocados numa posição de ótima saúde espiritual, mental e física. Por exemplo, aqueles que guardam o sétimo mandamento, “Não adulterarás” (Êxodo 20:14)3, praticarão a abstinência sexual antes e fora do casamento. Do ponto de vista da saúde pública, essa é a melhor maneira de prevenir doenças sexualmente transmissíveis (DSTs), como a sífilis, gonorreia, clamídia e tricomoníase, que são curáveis, e a hepatite B, o vírus herpes simplex, o HIV e o papiloma vírus humano ou HPV que podem ser tratados, mas são incuráveis.4 A recompensa por guardar o sétimo mandamento será uma boa saúde reprodutiva. Enquanto isso, aqueles que desafiam essa lei praticando um comportamento oposto estarão em maior risco de contrair as DSTs.

O segundo tipo de lei que a Bíblia ensina é a lei natural. Deus criou o ambiente natural em seis dias (Salmo 33:6-9). Ele é o Criador e o Mantenedor dos ciclos da água, do nitrogênio e do carbono, entre outros processos que mantêm a vida em movimento, dentro de um equilíbrio apropriado, e definiu as leis que governam a natureza − incluindo cada célula, tecido, órgão e sistema do corpo. Quando Deus formou o ser humano, Ele formou aproximadamente 206 ossos,5 mais de 650 músculos esqueléticos,6 cerca de cinco milhões de poros7 e entre 274 milhões e 790 milhões de alvéolos pulmonares.8 A ciência tenta nos mostrar como devemos cuidar desse maravilhoso sistema que Deus criou, e essas leis são estudadas por pesquisadores biomédicos nas áreas de anatomia, fisiologia, microbiologia, biologia molecular e outras.

A violação dessas leis, em qualquer uma das duas categorias, põe em risco a vida e a saúde humanas. Mas como os seres humanos podem violar as leis de Deus? Por ignorância, erros, negligência e até mesmo por ações deliberada. Como podemos viver de acordo com as leis de Deus? Entregando-nos completamente a Ele e sendo transformados pelo Espírito Santo por meio de um relacionamento de amor para com Ele. Tal relacionamento envolve entender Suas leis naturais e fazer escolhas adequadas que sejam relevantes para a nossa saúde moral, espiritual e física.

As leis de Deus que influenciam a dinâmica da saúde e da doença foram dadas a Israel por volta de 1500 a.C. Naquela época, a maioria das nações acreditava que a saúde e a doença eram o resultado de interações das forças sobrenaturais que estavam além do controle humano. Quão revolucionária era a ideia de que Deus colocaria a dinâmica da saúde e da doença nas mãos do próprio povo! A saúde e a doença não dependiam de forças sobrenaturais ou de causas desconhecidas, mas das decisões e atitudes individuais relacionadas às leis que o Criador havia estabelecido, que na verdade queriam dizer: “Se viverem de acordo com Minhas leis, Eu lhe recompensarei com a saúde; se vocês não seguirem as Minhas leis, o resultado natural será a doença.” Além do mais, Deus Se apresentou ao Seu povo, dizendo: “Eu sou o Senhor que os cura” (Êxodo 15:26). Esse era o estilo de vida proposto por Deus, que colocava a saúde e a doença, em grande parte, nas mãos humanas, dependendo das escolhas e práticas das pessoas. Digo “em grande parte”, pois as Sagradas Escrituras reconhecem que a saúde e a doença podem ter outras causas também, como uma prova causada por Satanás, que Deus permitiu, para cumprir um propósito maior no contexto do Grande Conflito cósmico, universal, porém invisível (Jó 2: 1-6), ou uma oportunidade “para que a obra de Deus se manifestasse em sua vida” (João 9:1-7), como no caso do cego cuja cegueira não era o resultado do estilo de vida nem da hereditariedade biológica.

A CIÊNCIA E O ESTILO DE VIDA BÍBLICO

A ênfase bíblica na relação entre o comportamento pessoal e a dinâmica da saúde e da doença é corroborada hoje pela ciência, ao estudarmos a conexão entre as doenças não transmissíveis, como as doenças cardiovasculares, diabetes, câncer e outras, e as doenças infecciosas, como é o caso da COVID-19, a gripe e a pneumonia.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde,9 as doenças cardiovasculares são a causa número um de mortes no mundo. A cada ano, cerca de 17,9 milhões de pessoas morrem de doenças cardiovasculares. Sendo 85% dessas mortes atribuídas ao ataque cardíaco ou ao derrame.10 Embora a OMS tenha estabelecido uma meta para reduzir as mortes prematuras por doenças não transmissíveis em 25% até 2025,11 a projeção é de que as doenças cardiovasculares continuarão sendo a causa número um de mortes em 2030.12

O câncer é a segunda principal causa de doença e mortalidade em todo o mundo. Em 2018, houve 18,1 milhões de novos casos diagnosticados mundialmente e 9,6 milhões de mortes relacionadas ao câncer.13 Em 2040, calcula-se que o número de novos casos de câncer aumente para 29,5 milhões a cada ano, e o número de mortes relacionadas ao câncer aumentem para 16,4 milhões.14

Resumindo, essas são as pandemias que matam mais pessoas do que qualquer outra causa, incluindo a Covid-19. Atualmente, o ataque cardíaco, o derrame e o câncer matam quase 25 milhões de pessoas a cada ano. Em 2030, o número de mortes por ataque cardíaco e AVC aumentará 20 milhões, e em 2040 o número de mortes por câncer aumentará 16,4 milhões. As vítimas abrangerão todas as idades, incluindo ricos e pobres, instruídos e não instruídos de todas as partes do mundo. De acordo com o Centro Europeu de Controle de Doenças, a Covid-19 matou mais de 4.500 pessoas por dia no mundo, entre março e maio de 2020, no auge da primeira onda da pandemia.15 O pico da segunda onda foi na segunda metade de janeiro de 2021, com mais de 18.000 mortes por dia.16 [Hoje o número de mortes no mundo alcançou a marca de 5,47 milhões desde o início da pandemia, e registrou mais de 2,5 milhões de casos em um dia]. Em comparação, as doenças circulatórias, que terminam em um ataque cardíaco ou derrame, matam em todo o mundo cerca de 42.000 pessoas por dia, com o câncer matando mais de 26.000 por dia! São mais de 68.000 mortes por dia, apenas de complicações circulatórias ou câncer! Enquanto a Covid-19 se torna menos mortal com a implementação de uma vacina, as doenças circulatórias e o câncer provavelmente aumentarão o seu poder letal até 2030 e 2040, matando, respectivamente, 55.000 e 45.000 pessoas por dia.

Em grande parte, as principais causas para os fatores de risco compartilhados nas DNTs [Doenças Não Transmissíveis] e DIs [Doenças Infecciosas] são as formas de comportamento no dia a dia relacionadas ao risco, como hábitos de saúde precários, uso de produtos do tabaco, consumo de álcool, ausência de atividade física regular, ingestão excessiva de alimentos de origem animal / refinados / açucarados / salgados, dieta com baixo teor de grãos integrais, fibras, sementes, nozes, frutas, vegetais crus e cozidos e a incapacidade de controlar o estresse.17 Esses maus hábitos, além das condições sociais inadequadas, como a pobreza, a falta de normas de saneamento básico, além de outras desigualdades, abrem caminho e contribuem para o aumento das pandemias, do sofrimento e da morte. É por isso que o The Lancet declara: “Os governos devem implementar controles mais rígidos para o uso do tabaco, álcool e açúcar, bem como fazer investimentos focados na melhoria da atividade física e do regime alimentar saudável.”18

É isso uma mera coincidência? Conforme discutido anteriormente, a Bíblia indica que a dinâmica da saúde e da doença depende em grande medida da responsabilidade individual (obediência / desobediência às leis de Deus), independentemente da importância das iniciativas de saúde pública e de educação. A ciência também demonstra que a vulnerabilidade ou a proteção contra as pandemias depende em grande parte da responsabilidade individual: os comportamentos cotidianos em relação à saúde / doença. A ciência do século 21 e a revelação bíblica dada há 3.500 anos mostram a mesma coisa: saúde e doença dependem, em grande parte, da responsabilidade individual de obedecer ou desobedecer às leis naturais de Deus que foram escritas em todo o nosso ser.

Deus designou o estilo de vida de Seu povo como parte de seu preparo para a entrada na Canaã terrestre. Nestes dias, quando os sinais anunciam a volta de Jesus, Deus, mais uma vez, recomenda ao Seu povo o mesmo estilo de vida, que nos foi dado através da mensagem adventista de saúde, como o principal meio de proteção contra as causas das doenças e morte que hoje matam milhões. Claro, isso não invalida todos os protocolos de prevenção de pandemias recomendados em todas as nações. Mas um estilo de vida saudável é parte do preparo espiritual para a nossa entrada na Canaã celestial e é um meio eficaz para cumprirmos a missão da igreja de proclamar o evangelho a todas as nações e grupos culturais (Mateus 24:14).

O Novo Testamento reforça esse estilo de vida como parte do preparo daqueles que esperam a segunda vinda de Jesus: “E o mesmo Deus de paz vos santifique em tudo; e todo o vosso espírito, e alma, e corpo, sejam plenamente conservados irrepreensíveis para a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo” (1 Tessalonicenses 5:23 – ARA). Todo o ser, inclusive o físico, é santificado pelo próprio Deus e é preservado sem mácula por meio de um estilo de vida em harmonia com Sua mensagem de saúde, quando é vivida por Seu poder.

O POVO DE DEUS E AS PANDEMIAS DO TEMPO DO FIM

Em conclusão: a seguir estão descritos os oito hábitos de proteção à saúde, especialmente relevantes para o tempo do fim. Eles devem, naturalmente, ser acrescentados aos protocolos de prevenção e proteção emitidos pelas autoridades de saúde para cada pandemia. Esses hábitos de proteção à saúde são baseados em pesquisas atuais e nos escritos de Ellen White, que foi quem sistematizou e aplicou a mensagem bíblica de saúde. São eles:

  • Viva em comunhão diária com Jesus por meio de Sua Palavra, oração e serviço ao próximo.
  • Cuide da saúde mental mantendo uma atitude positiva em relação à vida e seus desafios. Procure administrar o estresse de maneira apropriada, mantenha-se em contato com a natureza, cultive relacionamentos de apoio e envolva-se em atividades voluntárias e hobbies.
  • Pratique atividade física de acordo com sua capacidade: caminhe de 35 a 45 minutos diariamente, seis dias por semana, ou pratique exercícios aeróbicos quatro dias por semana e ande a cada hora por 5 a 10 minutos.
  • Tome um bom desjejum e evite comer tarde da noite.
  • Consuma uma pequena porção ou, melhor ainda, abstenha-se de alimentos de origem animal, processados, refinados e fritos, bem como daqueles que são ricos em gordura e colesterol, sódio ou açúcar e de bebidas que contenham grandes quantidades de açúcar ou o xarope de milho por ter alto teor de frutose.
  • Adote uma dieta balanceada, certificando-se de que uma grande parte de suas escolhas venha de grãos integrais, legumes, nozes, frutas, sementes, brotos, tubérculos, vegetais cozidos e crus. Beba água pura.
  • Vá para a cama cedo e durma de oito a nove horas por noite.
  • Vença o uso das drogas ou os vícios comportamentais pelo poder de Deus e por meio de aconselhamento / terapia psicológica.

Se você tem uma boa condição de saúde − isto é, sua cintura é inferior a 88 cm, se for mulher, ou inferior a 102 cm, se for homem, e não tiver diabetes, pressão alta, colesterol ou triglicerídeos aumentados, você pode implementar essas mudanças e melhorias, progressivamente, começando pelo mais fácil e indo até o mais difícil. Adote apenas um ou dois procedimentos de cada vez até sentir seus benefícios e eles se tornarem parte normal da sua vida. A seguir, adicione outra mudança saudável de comportamento. Mas se você tem diabetes, câncer ou obesidade, ou tem sinais ou sintomas de doenças crônicas, como pressão alta, colesterol alto, triglicerídeos altos, então, procure imediatamente acompanhamento médico, pois precisará implementar essas mudanças ampla e rapidamente. Não há tempo a perder. Você precisa recuperar o tempo e obter alívio, reversão e até mesmo cura das doenças e poder desfrutar de saúde abundante. Ao fazer a sua parte, peça a Deus poder para mudar e aceite os resultados de acordo com a Sua vontade.

César Augusto Galvez (via Diálogo Universitário)

NOTAS E REFERÊNCIAS

  1. Manual da Igreja Adventista do Sétimo Dia (Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, 2016) p. 146, também publicado pelo Centro White no endereço: https://www.adventistas.org.pt/uploads/ckeditor/ attachments/1296/Manual_IASD_2016.pdf
  2. Cesar Augusto Galvez, The 7 Secrets to Change for Your Total Health and Wellness (Caloocan, Metro Manila, Philippines: Philippine Publishing House, 2014).
  3. A menos que de outra forma indicado, todas as referências bíblicas deste artigo foram citadas da Nova Versão Internacional da Bíblia Sagrada.
  4. World Health Organization (WHO), “Sexual Transmitted Infections (STIs),” (14 de junho de 2020): https://www.who.int/news-room/fact-sheets/detail/sexually-transmitted-infections-(stis)
  5. Neumann PE, Gest TR. “How many bones? Every bone in my body”. Clin Anat. 2020;33(2):p. 187-191. doi:10.1002/ca.23425.
  6. Seladi-Schulman J, White C. “How many muscles are in the human body?” Healthline (4 de fevereiro de 2020). https://www.healthline.com/health/ how-many-muscles-are-in-the-human-body
  7. LÓreal Paris USA, “Lóreal Paris faces the facts about pores: New survey results from the brand uncovers the powers of pores” Cision PR Newswire (10 de junho de 2014). https://www.prnewswire.com/news-releases/ loreal-paris-faces-the-facts-about-pores-262699361.html
  8. Ochs M, Nyengaard JR, Jung A, Knudsen L, Voigt M, Wahiers T, Richter J, & Gundersen HJG, “The number of alveoli in the human lung”. American Journal of Respiratory and Critical Care Medicine 169 (1), (20 de setembro de 2003). https://doi.org/10.1164/rccm.200308-1107OC
  9. World Health Organization (WHO), “Cardiovascular Diseases (CVDs),” factsheet, (17 de maio de 2017):https://www.who.int/news-room/fact- sheets/detail/cardiovascular-diseases-(cvds).
  10. bid., WHO, “Noncommunicable Diseases,” fact sheet, 1o de junho de 2018: http://www.who.int/mediacentre/factsheets/fs355/en/.
  11. Ibid.
  12. European Society of Preventive Medicine, “Cardiovascular Diseases” (n.d.): http://www.esprevmed.org/diseases-conditions/cardiovascular-diseases/.
  13. International Agency for Research on Cancer, cited in National Cancer Institute, National Institutes of Health, “Cancer Statistics” (atualizado em 25 de setembro de 2020): https://www.cancer.gov/about-cancer/ understanding/statistics; WHO, “Cancer,” fact sheet (12 de setembro de 2018): http://www.who.int/mediacentre/factsheets/fs297/en/.
  14. Ibid.
  15. World Economic Forum, “Global Deaths: Here’s How COVID-19 Compares to Other Diseases” (18 de maio de 2020): https://es.weforum.org/ agenda/2020/05/muertes-globales-asi-es-como-covid-19-se-compara-con-otras-enfermedades/.
  16. Worldometer.info, “COVID-19 Coronavirus pandemic: Última Atualização em 17 de março de 2021, 15.22 GMT”. https://www.worldometers.info/coronavirus/.
  17. WHO, “Cancer,” fact sheet; ver também Joel Fuhrman,“The Hidden Dangers of Fast and Processed Food,” The American Journal of Lifestyle Medicine 12:5 (Setembro-Outubro de 2018): p. 375-381; Elizabeth Pegg Frates and Tom Rifai, “Making the Case for ‘COVID-19 Prophylaxis’ With Lifestyle Medicine, ”American Journal of Health Promotion (19 de junho de 2020): p. 689-691; National Institute of Mental Health, “5 Things You Should Know About Stress,” U.S. Department of Health and Human Services, National Institutes of Health, NIH Publication No. 19-MH- 810 (n.d.): https://www.nimh.nih.gov/health/publications/stress/index. shtml.
  18. The Lancet. “COVID-19: a new lens for non-communicable diseases.” Editorial vol. 396,10252, p 649 (6 de setembro de 2020). DOI: https://doi. org/10.1016/S0140-6736(20)31856-0.

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