quarta-feira, 22 de março de 2023

VISITA PASTORAL

De acordo com as Escrituras, aconteceram coisas emocionantes quando Jesus, os profetas e os discípulos visitaram as casas das pessoas. A sogra de Pedro foi curada de uma enfermidade (Lc 4:38,39), o filho da mulher sunamita e a filha de Jairo foram ressuscitados (2Rs 4; Mc 5), Zaqueu confessou seus pecados e restituiu o que não era seu (Lc 19:1-10), Jesus descansou na casa de Marta (Lc 10:38-42), o carcereiro de Filipos e sua família foram convertidos (At 16:25-40), os primeiros crentes adoravam com Paulo no lar de Priscila (Rm 16:3-5) e os coletores comeram com Jesus na casa de Mateus (Mt 9:10-13). [...]

Mas e quanto a prática da visita pastoral? Essa, infelizmente, tem sido negligenciada atualmente. No entanto, essa não é uma dificuldade exclusiva da Igreja Adventista ao redor do mundo. Falando de seus colegas, Matt Ward, pastor batista nos Estados Unidos, lamenta: “Conheço pastores que nunca vão a um hospital ou chegam à porta da casa de algum membro da sua igreja”. Não seria o momento de reconsiderarmos os benefícios dessa tarefa ministerial e reavivar essa ferramenta tão valiosa no contexto religioso?

A visitação pastoral cria oportunidades para construir uma ligação entre os membros e o pastor. Ela é tão importante quanto o chamado para o ministério. Estar com as pessoas é o coração das responsabilidades do líder religioso (1Pe 5:2) e contatos frequentes tornam o ministério mais efetivo. Adverte Ellen G. White: "Os ministros de Cristo devem sentir ser seu dever obrigatório deixarem uma bênção com a família procurando encorajar e fortalecer seus membros. Não devem negligenciar os deveres de um pastor, ao fazerem visitas de casa em casa. Devem familiarizar-se com cada membro da família, para que possam compreender a condição espiritual de todos, e modificar seu modo de trabalhar para atender cada caso" (Testemunhos para a Igreja 3, p. 232).

Jesus disse ao povo de Jerusalém que se aglomerava ao Seu redor: “As Minhas ovelhas ouvem a Minha voz; Eu as conheço, e elas Me seguem” (Jo 10:27). Os membros precisam de conexão pessoal com o pastor e seus associados, mas como é possível conhecer as ovelhas se não há tempo dedicado para estar com elas?

Ao visitar, o ministro do Senhor tem a oportunidade de demonstrar que se importa com os membros. Ao conhecer as famílias, a pregação é enriquecida, crises são evitadas e há um sentimento pessoal de cuidado e atenção. No ambiente descontraído do lar, ambas as partes podem conversar com a devida concentração sobre a vida e criar vínculos espirituais.

Bob Possingham, pastor de igreja e capelão, que fez da visitação uma prática constante para a vida, explica: “Quando vamos visitar as pessoas, podemos ter certeza de que Deus está conosco e que Seu Espírito vai adiante de nós. O desanimado e triste recebe esperança, o moribundo recebe paz, o afastado é lembrado de quão importante é para Deus, o solitário é animado porque ali está um irmão que se importa com ele. Aqueles cujo futuro é incerto são lembrados de que a Bíblia aponta um futuro pelo qual almejar.”

As visitas potencializam as outras funções pastorais que precisam ser desempenhadas, pois o envolvimento dos irmãos é ampliado por meio de vínculos cultivados e fortalecidos. Afirma Ellen G. White: O ministro não deve limitar seus labores ao púlpito, nem deve assentar-se em algum lar aprazível entre os irmãos. Cumpre-lhe velar pelas almas. Deve visitar o povo em seus lares, e buscar, mediante esforço pessoal, gravar a verdade no coração e na consciência. Cumpre-lhe orar com as famílias e dar-lhes estudos bíblicos" (Evangelismo, p. 435).

Quando o pastor visita, ele também pode ajudar em casos de pessoas afastadas. Um casal da Igreja Adventista de Caboolture, no subúrbio do estado australiano de Queensland, passou justamente por essa experiência. Eles não congregavam havia algum tempo e relataram que, ao serem visitados pelo pastor Casey, sentiram-se valorizados, sabendo que alguém entrou em contato porque se importava. Isso os motivou a voltar à igreja, e pudemos recebê-los de maneira calorosa para compartilharmos um senso de pertencimento em Cristo.

Diz Ellen G. White: Como pastor do rebanho, ele [o ministro], deve cuidar das ovelhas e cordeiros, procurando os perdidos e extraviados, e levando-os novamente para o aprisco. Ele deve visitar toda família, não somente como hóspede para fruir-lhe a hospitalidade, mas para averiguar as condições espirituais de cada membro da família. Sua própria alma deve achar-se possuída do amor de Deus; então, mediante bondosa cortesia, é-lhe possível achar caminho ao coração de todos, e trabalhar com êxito por pais e filhos, rogando, advertindo, animando, segundo o caso o exigir" (Evangelismo, p. 346).

As visitas pastorais à moda antiga são importantes e ainda funcionam como uma das melhores estratégias voltadas ao crescimento da igreja. Até porque em muitas ocasiões elas são menos complicadas e dispendiosas que outras iniciativas missionárias. Para o pastor, enquanto visitador, e para os membros da igreja que o recebem, a visitação oferece comprovados benefícios espirituais que se refletem em resultados positivos para o ministério pastoral, o desenvolvimento dos membros e da congregação. Visitar, além de ser parte da missão pastoral, é uma poderosa ferramenta para o próprio desempenho da missão da igreja.

Leia também este maravilhoso artigo: Visita pastoral: uma necessidade da igreja.

[Com informações de Revista Adventista / Adventist World)

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