Nos dias de Cristo, o povo da Palestina vivia em cidades muradas, situadas na maioria das vezes sobre colinas e montes. As portas eram alcançadas por meio de caminhos íngremes e pedregosos. O caminhante que se dirigia para casa no fim do dia tinha muitas vezes que percorrer correndo a penosa subida a fim de chegar à porta antes do cair da noite. O retardatário ficava de fora.
Do estreito e ascendente caminho que conduzia ao lar, Jesus tirou uma imagem do caminho cristão. Desse exemplo, Jesus pode demonstrar a existência de dois caminhos na vida de toda pessoa: um é estreito e o outro mais largo. Mas o fim de cada um deles é totalmente diverso. Quem quer seguir a trilha da salvação deve buscar continuamente o caminho cuja direção é para cima. É natural que a maioria preferirá o caminho descendente, que conduz à destruição final, por isso é fundamental sempre lembrar que em se tratando de assuntos espirituais, a maioria nunca esteve certa.
É verdade que a estrada para a perdição é aparentemente atraente, mas não passa de uma ilusão. Na estrada descendente talvez a entrada esteja adornada com flores, mas ao fim conduz ao desespero e à aflição. C. S. Lewis diz: "A estrada mais segura para o inferno é a gradual - a ladeira suave, com chão suave, sem curvas acentuadas, sem avisos de quilometragem e sem placas indicativas de sinalização".
Mateus 7:13: “Entrai pela porta estreita. Pois larga é a porta e espaçoso o caminho que conduz à perdição e muitos são os que entram por ela.”
Mateus 7:14: “Mas estreita é a porta e apertado o caminho que conduz para a vida e são poucos os que a encontram.”
Consciência do certo e do errado
É crucial que o ser humano tenha consciência do que é certo e do que errado. Somente conhecendo o caminho, é possível decidir.
Provérbios 14:12: “Há caminho que ao homem parece direito, mas o fim dele são os caminhos da morte.”
Isaías 30:21: “Quer te desvies para a direita, quer te desvies para a esquerda, os teus ouvidos ouvirão a palavra que será dita atrás de ti: Este é o caminho; andai nele.”
Ellen G. White aponta: "Acham-se diante de vós dois caminhos — a ampla estrada da satisfação própria e o caminho estreito do sacrifício. Podeis levar na estrada larga o egoísmo, o orgulho, o amor do mundo; os que trilham o caminho estreito, porém, têm de deixar de lado toda carga, e o pecado que tão comodamente nos rodeia. Que caminho escolhestes — a estrada que leva à morte eterna, ou a que conduz à glória e à imortalidade?" (Nossa Alta Vocação, p. 3).
É preciso decidir
>> Uma decisão que envolve conhecimento de Deus.
>> Uma decisão que exige mudança de rumo e de comportamento.
>> Uma decisão que exige compromisso.
>> Uma decisão que exige domínio próprio.
>> Uma decisão que tem consequências eternas.
Ellen G. White afirma: "Jamais houve na história do mundo um tempo mais solene do que aquele em que vivemos. Nossos interesses eternos se acham em jogo, e devemos despertar para a importância de tornar firmes nossa vocação e eleição. Não ousamos arriscar nossos interesses eternos em meras probabilidades. Cumpre-nos ser zelosos. O que somos, o que fazemos, o que há de ser nosso procedimento no futuro, são todas questões de indizível importância, e não podemos permitir a desatenção, a indiferença, o desinteresse. Convém-nos perguntar: 'Que significa para mim a eternidade?' Acham-se nossos pés no caminho que conduz ao Céu, ou na estrada larga que leva à perdição?" (Idem, p. 3).
O perigo de rejeitar a verdade
João 8:32: “E conhecereis a verdade e a verdade vos libertará.”
Atos 17:30: “Mas Deus, não levando em conta os tempos da ignorância, manda agora que todos os homens em todos os lugares se arrependam.”
Oséias 4:1: “Ouvi a palavra do Senhor, vós, filhos de Israel, porque o Senhor tem uma contenda com os habitantes da terra. Não há verdade, nem amor, nem conhecimento de Deus na terra.”
Deus não levará em conta a verdade que o ser humano não conhecia, mas pedirá conta da verdade que o ser humano não quis conhecer.
Oséias 4:6: “...o Meu povo é destruído porque lhe falta o conhecimento. Porque tu rejeitaste o conhecimento, também Eu te rejeitarei com Meu sacerdócio; visto que te esqueceste da lei do teu Deus, também Eu me esquecerei de teus filhos.”
Ellen G. White adverte: "Não é por falta de conhecimento que o povo de Deus está perecendo agora. Não hão de ser condenados por desconhecerem o caminho, a verdade e a vida. A verdade que lhes alcançou o entendimento, a luz que lhes brilhou na alma, mas que foi negligenciada e recusada, há de condená-los" (Serviço Cristão, p. 29).
Disposição de fazer a vontade de Deus
João 7:17: “Se alguém quiser fazer a vontade de Deus, descobrirá se o meu ensino vem de Deus, ou se falo de mim mesmo.”
Para andar no caminho que conduz à vida é preciso pensar e pensar muito. Pensar cada dia; a cada momento. O domínio próprio é a submissão da vontade ao poder de Deus. “Como cidade derrubada, que não tem muros, assim é o homem que não pode conter o seu espírito” (Pv 25:28). A pessoa que não tem domínio próprio é como uma cidade sem muros. Recebe ataques de todos os lados e não consegue resistir.
Permitimos que Deus assuma a direção de nossas decisões, porém, o controle continua conosco. Tanto é verdade que no momento em que quisermos assumir, podemos fazê-lo.
“Esforçai-vos” (Lc 13:24). Paulo diz: “Prossigo para o alvo” (Fp 3:14). “Já estou crucificado com Cristo e vivo não mais eu, mas Cristo vive em mim” (Gl 2:20). Se o homem se esforça em obedecer a Deus, Jesus aceita essa disposição e esforço e supre a eventual deficiência com Seu próprio mérito divino.
“Vinde a Mim” (Mt 11:28) – Esse é o segredo da vitória. Por nós mesmos, não podemos vencer os maus hábitos e pensamentos pecaminosos que prevalecem em nosso coração. Não temos como dominar o poderoso inimigo que nos mantém em escravidão.
Ellen G. White alerta: "Muitos estão perdendo o caminho certo, por pensarem que têm de conquistar o Céu; que têm de fazer algo para merecer o favor de Deus. Procuram tornar-se melhores pelos próprios frágeis esforços. Isso jamais conseguirão realizar. Cristo abriu caminho morrendo como nosso sacrifício, vivendo como nosso exemplo, tornando-Se nosso grande sumo sacerdote. Diz Ele: 'Eu sou o caminho, e a verdade e a vida' (João 14:6). Se por qualquer esforço nosso pudéssemos subir um único degrau na escada, as palavras de Cristo não seriam verdadeiras. Mas quando aceitamos a Cristo, as boas obras aparecerão, como frutífera prova de que nos achamos no caminho da vida, que Cristo é nosso caminho, e que estamos palmilhando a vereda certa, que conduz ao Céu" (Mensagens Escolhidas 1, p. 368).
Unicamente Cristo pode nos dar a vitória. Ele deseja que tenhamos o domínio de nós mesmos, de nossa vontade e de nossos caminhos. Ele não pode, porém, operar em nós contra o nosso consentimento e cooperação. O Espírito divino opera mediante as faculdades e poderes conferidos ao homem. Nossas energias são requeridas para cooperar com Deus. A vitória não é ganha sem muita e fervorosa oração. Nossa vontade não deve ser forçada a cooperar, mas deve ser colocada ao lado da vontade de Deus. “Porque Deus é o que opera em vós tanto o querer como o efetuar, segundo a Sua boa vontade” (Fl 2:13).
Pensamos que ter liberdade é ser dono das próprias decisões. É fazer o que quisermos. Mas verdadeiramente livres são os que cumprem a “lei da liberdade” (Tg 2:12).
Ellen G. White diz: "Devemos ter menos confiança no que podemos por nós mesmos fazer, e mais confiança no que o Senhor para nós e por nós pode fazer. Não estais empenhados em vossa própria obra, mas sim na de Deus. Submetei-Lhe vossa vontade e vossos desígnios. Não façais uma única reserva, uma única contemporização com vós mesmos. Aprendei o que é ser livres em Cristo" (A Ciência do Bom Viver, p. 513).
Que temos de deixar quando escolhemos o caminho certo?
>> Temos que caminhar em outra direção, porque já nascemos andando na direção errada. Quando nascemos, já estamos no caminho largo. A decisão é deixá-lo e entrar pela porta estreita. Andar na contramão do mundo.
“Esta é a vitória que vence o mundo: a nossa fé” (1 João 5:4).
Ellen G. White conclui: "Os que tornam a vida cristã vitoriosa, considerarão tudo como perda pela excelência do conhecimento de Cristo. Unicamente os que permanecem em Cristo, podem saber o que seja a verdadeira vida. Sabem que o caminho que precisam trilhar é reto e estreito, e que hão de encontrar muitos obstáculos e tentações, ao resistirem às seduções da estrada mais ampla que conduz à ruína; discernirão, porém, as pegadas de Jesus, e avançarão firmes em direção ao alvo, pelo prêmio da soberana vocação de seu Senhor e Salvador. Escolherão a estrada real que conduz ao Céu, se bem que seja reta e estreita; pois têm em apreço o grande galardão" (Nossa Alta Vocação, p. 3).
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