terça-feira, 20 de junho de 2023

DIA MUNDIAL DO REFUGIADO

Conflitos, violência, pobreza e alterações climáticas são alguns dos fatores que levam milhares de pessoas, todos os dias, a abandonar o seu país à procura de uma vida melhor. Nos últimos anos, o mundo tem assistido ao maior fluxo de deslocados forçados já registrado. Só no ano passado houve mais 19,1 milhões de refugiados do que em 2021, atingindo número histórico, com graves consequências para os direitos humanos. Em 2022, número de deslocados foi recorde - 108,4 milhões. A Organização das Nações Unidas (ONU) celebra, nesta terça-feira (20), o Dia Mundial do Refugiado, destacando o poder da inclusão.

Proclamada em 2000, a data é comemorada anualmente, no dia 20 de junho, pelo Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur), com o objetivo de realçar a coragem, os direitos, as necessidades e a resiliência das pessoas nessam condição. Este ano, o foco das celebrações é o poder da inclusão e as soluções para os refugiados - pessoas que fugiram da guerra, violência, conflito ou perseguição e que atravessaram uma fronteira internacional para procurar segurança em outro país.

Sob o lema “Esperança longe de casa. Um mundo onde os refugiados são sempre incluídos”, a comunidade internacional e o Acnur querem incluir os refugiados nas comunidades onde encontraram segurança, depois de fugirem de seu país. (Agência Brasil)

Comparações à parte, essa busca por uma terra melhor me fez recordar o relato bíblico da saída dos hebreus do Egito, quando Deus agiu poderosamente para libertá-los da servidão e levá-los à terra da promessa. Primeiro, dez pragas forçaram um faraó obstinado a finalmente permitir que os israelitas deixassem o país. Depois, as águas do Mar Vermelho foram como violentos instrumentos de vingança contra soldados implacáveis que, sob a ordem do insolente rei, queriam manter seus prisioneiros. Horas mais tarde, centenas de corpos inertes na praia foram para Israel um sinal do “grande poder do Senhor contra os egípcios” (Êx 14:31). O sonho de Deus era levá-los à terra de Canaã precisamente após esse episódio, porém sua persistente incredulidade os manteve quarenta anos no deserto.

O livro de Josué fala da chegada dos hebreus à terra de Canaã e a divisão do território. Como afirma Ellen G. White, “os longos anos de suas vagueações pelo deserto haviam-se findado. Os pés de Israel estavam finalmente a pisar na terra prometida” (Profetas e Reis, p. 355). Ao longo da história da igreja cristã, essa experiência do povo de Israel tem sido usada como prenúncio da experiência do novo Israel. Porém, diferentemente dos milhões de refugiados, deslocados forçados, os quais saíram para uma terra que não lhes havia sido prometida e para a qual não lhes foi estendido qualquer convite, estamos seguindo para um lugar que nos pertence por um juramento pronunciado pelo próprio Deus (Hb 6:17-20).

Em uma reunião de despedida com os discípulos, Jesus lhes deu uma garantia que ainda hoje aquece o coração de muitos peregrinos: “Não se turbe o vosso coração; credes em Deus, crede também em mim. Na casa de meu Pai há muitas moradas. Se não fosse assim, eu vo-lo teria dito. Vou preparar-vos lugar. E, quando eu for e vos preparar lugar, virei outra vez…” (Jo 14:1-3; grifos acrescentados).

Receosas com um possível aumento desordenado da população, as autoridades de alguns países estão preocupadas com o alto fluxo de imigrantes e estão fechando cada vez mais suas fronteiras, porém, na Canaã celestial há espaço suficiente para todos os refugiados deste mundo.

Ellen G. White conclui: "Na Bíblia, a herança dos salvos é chamada um país. Há ali casas para os peregrinos da Terra. Estamos em caminho para casa. Aquele que nos amou de tal maneira que morreu por nós, construiu para nós uma cidade. A Nova Jerusalém é o nosso lugar de repouso. Não haverá tristeza na cidade de Deus. Nenhum véu de infortúnio, nenhuma lamentação de esperanças frustradas e afeições sepultadas serão jamais ouvidas" (O Lar Adventista, p. 543).

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