Hoje quero estudar com você duas profecias que foram feitas a Moisés em seu grande discurso no livro de Deuteronômio. Moisés estava para passar o comando e a liderança de Israel para o sucessor Josué e encerrar sua participação na odisséia israelita rumo a Canaã.
O interessante é que essas duas profecias são muito parecidas. Usam, praticamente, as mesmas palavras. Na verdade, eram duas alternativas. Sucesso ou fracasso. Vida ou morte.
Comecemos pela primeira. Deuteronômio 28:13 – “E o Senhor te porá por cabeça, e não por cauda”. Deus estava prometendo a Israel que ele teria um papel muito importante diante das nações. Israel estaria sempre na liderança. O Senhor colocaria o povo dEle em uma posição privilegiada, a de líder das nações. Israel seria a cabeça, sinônimo de liderança, comando, orientação.
Mas, no mesmo discurso, Moisés apresenta a outra profecia. Preste bem atenção para descobrir as semelhanças e as tremendas diferenças entre elas. Deuteronômio 28:24 “Ele será por cabeça, e tu serás por cauda”.
Na primeira parte do discurso, Israel tinha condições de ser a cabeça e não a cauda. Na parte final Moisés adverte que eles passariam a ser a cauda e não a cabeça. Você poderá estar se perguntando: como isto aconteceria? O próprio Moisés dá a resposta. Eles seriam a cabeça enquanto obedecessem “a voz do Senhor teu Deus, tendo cuidado de guardar todos os seus mandamentos que hoje te ordeno, o Senhor teu Deus te exaltará sobre todas as nações da terra”.
Deus é um Deus simples. Ele nos pede coisas simples. O que ele pedia para o povo de Israel é que estivessem sempre dispostos a obedecê-lo, ficassem ao lado dEle. Só teriam vantagens! E sabe o que Deus queria dar a esse povo? Deuteronômio 28:3-12 descreve de forma fantástica o que aconteceria com a nação: seriam benditos nas cidades e nos campos, na geração de filhos, derrotariam todos os seus inimigos, teriam abundância de comida e seriam extremamente ricos.
Israel, porém, acabou escolhendo a segunda alternativa. A desobediência e, consequentemente, os resultados disso: seriam malditos nas cidades e nos campos, maldito seria o fruto do ventre, o fruto da terra e a cria das vacas; seriam atingidos por doenças terríveis; cairiam diante dos inimigos; seriam atingidos por cegueira, loucura e doenças do coração; os filhos seriam levados para o cativeiro; a terra seria invadida por uma nação de longe e chegariam ao ponto de comer a carne dos próprios filhos.
A mais terrível das penas seria, sem dúvida, comer a carne dos próprios filhos. “Comerás o fruto do teu ventre, a carne de teus filhos e filhas, que o Senhor teu Deus te houver dado, por causa do cerco e da angustia com que os teus inimigos te apertarão” (Deuteronômio 28:53). Em três ocasiões, pelo menos, os israelitas acabaram vivendo essa dramática situação. Uma delas no ano 70 depois de Cristo.
Flávio Josefo, historiador judeu, descreve o cerco de Jerusalém pelo exército de Roma, comandado pelo general Tito: “A cidade foi assaltada na ocasião da Páscoa, quando milhões de judeus estavam reunidos dentro dos muros… A comida acabou e agora começaram a experimentar todos os horrores da morte e da fome… A fome era tão grande que os homens roíam o couro de seus cinturões e sandálias, e a cobertura de seus escudos. Numerosas pessoas saíam da cidade à noite para apanhar plantas silvestres… Muitas eram presas e crucificadas fora dos muros da cidade… E muitos quando conseguiam voltar eram roubados pelos que ficaram na cidade… Milhares pereceram de fome e peste. A afeição natural parecia ter-se destruído. Maridos roubavam de sua esposa, e esposas de seu marido. Filhos arrebatavam o alimento da boca de seus pais idosos” (O Grande Conflito, p. 32). “Amigos e parentes traíam-se mutuamente. Pais matavam seus filhos, e estes aos pais” (O Grande Conflito, p. 28). A fome era tão violenta que, segundo outros autores, as crianças foram sacrificadas e usadas como alimento. Aí se cumpria a profecia feita por Moisés, que a carne dos filhos seria usada para matar a fome dos seus próprios pais.
Não fique pensando que Deus é o culpado dessa tragédia. Israel pode escolher. Tudo foi avisado de forma verbal e escrita, mas eles simplesmente optaram pela desobediência. O sofrimento que tiveram que passar foi apenas resultado das escolhas e decisões erradas que tomaram. Ellen G. White diz: "Os israelitas falharam no cumprimento do desígnio de Deus, deixando assim de receber as bênçãos que lhes teriam pertencido. Mas em José e Daniel, em Moisés e Eliseu, e em muitos outros, temos nobres exemplos dos resultados do verdadeiro plano de vida. Idêntica fidelidade hoje produzirá os mesmos frutos. Quanto a nós está escrito: 'Vós sois a geração eleita, o sacerdócio real, a nação santa, o povo adquirido, para que anuncieis as virtudes dAquele que vos chamou das trevas para a Sua maravilhosa luz' (1Pe 2:9)".
Vivemos em um mundo de muitas crises. E uma das principais é justamente relativa a obediência. São filhos que não obedecem aos pais. Alunos que afrontam e desrespeitam professores. Inclusive até alguns que se dizem religiosos têm a coragem de pregar que a Bíblia ou parte dela foi abolida. “Não é preciso obedecer!”
Meu apelo para você é que valorize as recomendações e advertências da Palavra de Deus. Creia. Não duvide ou tente imaginar que aquilo que está escrito na Bíblia, como advertência, pode não acontecer. Não resista à Palavra de Deus. Não vale a pena! Siga o que Deus pede. Ele sabe o melhor. Ele quer o melhor para você. Quer que você seja cabeça e não cauda.
“Creia no Senhor Deus e você estará seguro. Creia nos profetas dEle e você prosperará”.
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