Essa lembrança à mulher de Ló, foi mantida para nos advertir hoje. Se tem um comando predileto de Deus é para andarmos para frente e avançarmos. Em todos os episódios, de vitória e intervenção divina, o conselho de olhar para frente é dado. Olhar para trás é retroceder e se apegar ao que geralmente nos deprime. Esse segundo menor versículo na Bíblia, traz um significado enigmático e completo dado por Jesus. Essa história se dá em Sodoma e Gomorra, descrita em Gênesis 19. No contexto de resgate, um conselho se destaca no momento em que Ló e sua família são arrastados para fora da cidade. Esse conselho foi uma advertência: “Fuja por amor à vida! Não olhe para trás” (Gn 19:7).
No entanto, a mulher de Ló, cujo nome é desconhecido, desobedece e se transforma em uma estátua de sal. Ellen G. White diz: "A esposa de Ló olhou para trás na direção de Sodoma, e, murmurando contra as atitudes de Deus, foi transformada em uma estátua de sal, a fim de que permanecesse como advertência a todos quantos desconsideram as especiais misericórdias e providências do Céu" (Testemunhos para a Igreja 4, p. 111).
Essa situação traz uma indagação natural: “Foi só uma olhadinha, que mal teria nisso?”. Aqui, não se trata de uma olhada casual, resultado de uma curiosidade feminina, mas uma olhada de desejo. Embora tenha sido o olho que exerceu o ato, foi o coração que olhou. No fundo, ela queria voltar. Amava ainda o que deixou. Estava ali só em corpo. O passado era a constituição do seu presente.
Há um filosofo contemporâneo que fez a melhor análise sobre o tempo, diferenciando-o em: vazio e científico. Henrique Bergson, afirmava que o tempo mais presente é aquele que faz parte do esquema mental e ocupa a vontade do coração. O presente para Bergson é residual, o passado para ele é como se fosse uma entidade que alimenta e determina o futuro. O passado é um reservatório de memórias que afeta constantemente o presente.
John L. Mason disse: "Quanto mais se olha para trás, menos se avança." Thomas Jefferson estava certo ao proferir: "Gosto mais dos sonhos sobre o futuro do que da História." Hubert Humphrey pronunciou: "Acredite-me: os bons tempos nunca foram assim tão bons. Os verdadeiros bons tempos são hoje, e tempos melhores ainda virão amanhã. Ainda não entoamos nossas melhores canções." Satchel Paige falou uma verdade: "Não olhe para trás; pode ter alguma coisa se aproximando de você." E Charles Kettering acrescenta: "Você não conseguirá ter um futuro melhor se ficar o tempo todo pensando no passado."
A mulher de Ló eternizou Sodoma e Gomorra em seu coração. Hoje, o apego ao que temos e conquistamos nos desvia de olhar para frente. As condições emocionais e financeiras de muitos aprisionam o seu foco e paradigma. Ao olhar para trás, a mulher de Ló duvidou que o Senhor poderia lhe conceder algo melhor do que aquilo que ela já experimentara. Desde o momento da escolha, Ló diante de Abraão, ensinou aos seus a valorizarem o que simplesmente veem e vivem na ocasião.
O passado deve ser visto para tirarmos lições, e não para habitarmos nele. Embora vivamos no presente, onde vivemos e estivemos já é passado quando temos a esperança em Jesus. Essa vida, profissão, bens e relações teremos que deixar para trás. Avance em fé para o que está à frente. Não julgue como a mulher de Ló, quando supôs que nada no futuro poderia ser melhor que aquilo que estava sendo deixado. “Olhos jamais viram, nem ouvidos ouviram o que Deus tem preparado, para os que o amam” (1Co 2: 9). O céu nos aguarda e nada, nem ninguém pode nos fazer olhar para trás.
Nenhum comentário:
Postar um comentário