quinta-feira, 3 de agosto de 2023

O BATISMO DIÁRIO COM FOGO

O batismo pelo fogo do Espírito é uma linguagem simbólica que, segundo alguns estudiosos, representa o fervor que toma posse do cristão que tem uma vida controlada pela Terceira Pessoa da Trindade. Assim como o fogo aquece e purifica, nós somos purificados e aquecidos pela comunhão com o Espírito Santo e, como resultado, andamos “em novidade de vida” (Romanos 6:4), ou seja, empolgados e felizes pelo que Cristo fez, faz e continuará fazendo por nós.

O Apocalipse nos apresenta três alternativas: frio, morno ou quente. Optar pela frieza do cristianismo sem vida e sem poder não é, com certeza, a sua opção, uma vez que está envolvido neste movimento divino de reconsagração. Viver uma vida cristã morna resultará em apostasia e abandono de Cristo. Resta-nos a opção de sermos quentes pela ação purificadora do fogo do Espírito Santo. Neste artigo, vamos saber o que é o batismo com fogo, as características desse fogo na vida e o que devemos fazer para recebê-lo cada dia.

O batismo diário com fogo
João Batista disse acerca de Cristo: “Ele vos batizará com o Espírito Santo e com fogo” (Mt 3:11). O cumprimento inicial dessa profecia se deu no Pentecostes e seu cumprimento final se dará antes do segundo advento: “E apareceram, distribuídas entre eles, línguas, como de fogo, e pousou uma sobre cada um deles. Todos ficaram cheios do Espírito Santo” (At 2:3, 4).

Devemos entender que o batismo com água, a que todos estamos acostumados, não é contrário ao batismo com fogo profetizado por João Batista; não existe a possibilidade de ser uma opção alternativa, o escolher entre ser batizado com água ou com fogo, pois ambos os batismos acontecem devido à ação do Espírito Santo. A Escritura não diz: “ou com fogo”, mas sim: “com o Espírito Santo e com fogo”.

Claramente, o texto nos diz que “devemos ser batizados com o fogo divino agora para escaparmos da destruição do fogo consumidor mais tarde” (LeRoy E. Froom, A Vinda do Consolador, p. 265, 266). Recebemos esse fogo ao sermos renovados cada manhã pelo Espírito Santo.

O fogo possui características que são semelhantes às manifestações do poder do Espírito Santo. Várias vezes, na Palavra de Deus, são encontradas referências ao “fogo consumidor” de Deus. Dizer que o Espírito Santo é fogo significa que Ele é “Espírito purificador”.

Quando Deus nos batiza com esse fogo, sentimos que nada há de bom em nós mesmos, no que temos, nem no que somos e, se algum valor há, foi concedido pelos méritos de Jesus. O batismo produzirá um espírito de confissão inimaginável. A humildade brotará do nosso íntimo; a real perspectiva de nossa pequenez diante da perfeição e grandiosidade divinas estará diante de nós. Seremos impelidos a confessar nossos pecados e suplicar por perdão. Confissões sinceras serão feitas, e sobre nós virá o poder que nos revestirá e nos preparará para o encontro com Cristo.

Dia a dia, cultivaremos um relacionamento íntimo com o Criador, onde seremos constantemente sustentados por Seu Espírito. Portanto, o batismo com fogo é a experiência diária com o Espírito Santo, que produz na vida do crente os frutos da justiça (Gl 5:22-25).

Características marcantes do fogo
- O fogo consome a escória e a imundícia: O fogo purificador pode transformar-nos agora, modificando-nos, para alcançarmos o padrão divino ou consumir-nos no fim da história deste mundo.

O fogo liberta das cordas do pecado: A escravidão do pecado nos tolhe, nos aleija, privando-nos do refrigério advindo de íntima comunhão com Deus. Devemos nos colocar sob o temor de Deus, libertando-nos dessa escravidão.

O fogo aquece e afugenta o frio: Ele reanima e reaviva. Alimenta-nos com seu calor, assim como a Palavra alimenta os famintos e necessitados, que querem conhecer a Deus. O fogo verdadeiro vem do alto e é dado por Deus, na pessoa de Seu Santo Espírito.

O fogo ilumina a noite: “É o fogo do Espírito Santo que fará luzir a última mensagem de Deus aos homens, dotando-a de um resplendor jamais alcançado por outros meios” (LeRoy E. Froom, A Vinda do Consolador, p. 278).

O fogo torna permanente, endurece e torna durável o metal: Submetidos ao processo do fogo do Espírito Santo, ficaremos imunes aos ataques do diabo. Nada nos afetará: nem perseguição, nem apostasia, nem os furiosos ataques do arquiinimigo e enganador.

O fogo produz energia e induz à ação: A passagem: “Não apagueis o Espírito” (1Ts 5:19) provavelmente se refira a este fogo que leva a uma ação poderosa, continuada, ininterrupta, uma verdadeira locomotiva impulsionada pelo fogo do Espírito. Serviço e testemunho resultarão de uma vida cheia do Espírito.

O que devemos fazer para obter esse fogo?
Consagração não se consegue da noite para o dia. Devemos planejar nossas vidas de tal modo que o verdadeiro foco seja uma intimidade com o Espírito Santo que nos conduza a uma verdadeira transformação interna e externa, através do fogo do poder de Deus.

Devemos pedir a Deus poder para acordarmos de madrugada, nas horas mais calmas, e procurarmos a tão almejada intimidade com o Espírito de Deus. Devemos vivenciar cada segundo desse relacionamento diário. Somente assim estaremos aptos para suportar os ventos da tempestade que se avizinham. O fogo do Espírito se tornará inextinguível no nosso íntimo.

Conta-se que na antiga Dalmácia, hoje Croácia, devido às características montanhosas de suas terras, seus habitantes possuíam um hábito diferente no momento de construir casas.

Faziam suas casas empregando exclusivamente um tipo poroso de pedras, muito comum na região. Tudo na casa era feito com esse material. Era uma pedra muito macia e facilmente moldável. Porém, essas mesmas pedras possuíam um odor fétido, pois eram de origem calcário-betuminosa, ou seja, possuíam uma grande quantidade de betume.

Depois de terminada a casa, ela era totalmente incendiada por seu proprietário. Acabado o fogo, a casa ficava totalmente preta de fuligem, e então era raspada. Depois desse processo, a casa ficava com uma brancura de mármore, atraente, limpa e habitável. Assim, a casa ficava totalmente incombustível – à prova de fogo!

Devemos ser como essa casa, permitindo que o fogo do Espírito Santo nos envolva e nos leve a uma condição de incombustíveis no Grande Dia de Deus. Devemos arder agora, servindo com abnegação.

Devemos manter um relacionamento de íntima comunhão com o Santo Espírito, procurando-O sempre, principalmente nas horas de maior sossego, onde nada nos atrapalhará nem nos distrairá em nosso diálogo com o Consolador.

Devemos nos humilhar e sermos fiéis servos uns dos outros, pedindo ao Espírito Santo para queimar nossos pecados, para que sejamos puros.

Peçamos, neste momento, que o Espírito nos capacite a fim de sermos labaredas de fogo para iluminar e aquecer a vida de homens e mulheres que, dominados pelo pecado, encontram-se gelados e trêmulos, aguardando a proclamação das boas-novas do breve retorno em glória de nosso Salvador Jesus Cristo. Amém!

"Precisa haver um reavivamento e uma reforma, sob a ministração do Espírito Santo. Reavivamento e reforma são duas coisas diversas. Reavivamento significa renovação da vida espiritual, um avivamento das faculdades da mente e do coração, uma ressurreição da morte espiritual. Reforma significa uma reorganização, uma mudança nas idéias e teorias, hábitos e práticas. A reforma não trará o bom fruto da justiça a menos que seja ligada com o reavivamento do Espírito. Reavivamento e reforma devem efetuar a obra que lhes é designada, e no realizá-la, precisam fundir-se" (Ellen G. White, Mensagens Escolhidas, v. 1, p. 128).

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