quarta-feira, 27 de setembro de 2023

A TERRA É ESPECIAL?

Contemplando a ordem da Terra, do sistema solar e do universo estelar, cientistas e estudiosos concluíram que o Grande Projetista não deixou nada para o acaso. A inclinação da Terra, por exemplo, de 23 graus, produz as nossas estações. Os cientistas dizem-nos que, se a Terra não tivesse a exata inclinação que tem, os vapores dos oceanos mover-se-iam para norte e sul, cobrindo os continentes de gelo. Se a Lua estivesse a 80 mil quilômetros da Terra, em vez de 320 mil, as marés seriam tão enormes que todos os continentes seriam submergidos pela água — até mesmo as montanhas seriam afetadas pela erosão.

Se a crosta terrestre fosse apenas três metros mais grossa, não haveria oxigênio, e sem ele toda a vida animal morreria. Se os oceanos fossem uns poucos metros mais profundos, o dióxido de carbono e o oxigênio teriam sido absorvidos e nenhuma vida vegetal poderia existir. O peso da Terra foi estimado em seis sextilhões de toneladas (isso é um 6 seguido de 21 zeros). Ela tem, ainda assim, um equilíbrio perfeito e gira com facilidade no seu eixo. Ela revolve diariamente à razão de mais de 1.600 quilômetros por hora ou quarenta mil quilômetros por dia. Num ano isso dá mais de catorze milhões de quilômetros. Considerando o extraordinário peso de seis sextilhões de toneladas girando a essa fantástica velocidade ao redor do seu eixo invisível, as palavras de Jó 26:7 assumem significado sem paralelo: "Ele ...faz pairar a terra sobre o nada".

A Terra revolve em sua própria órbita ao redor do Sol, percorrendo a cada ano o longo circuito elíptico de 965 milhões de quilômetros — o que significa que viajamos nessa órbita à velocidade de trinta quilômetros por segundo, ou 1.800 quilômetros por hora.

Atualmente, a Terra continua sendo o único lugar no Universo onde os seres humanos foram capazes de detectar, empiricamente, a vida e seus sinais. Por quê? A Terra é especial? Segundo o Marcos Nogueira Eberlin, químico da Unicamp e doutor em espectrometria de massas, “para um planeta ser comparado ao nosso teria que ter, pelo menos, algumas dezenas das milhares de condições únicas e indispensáveis da nossa Terra que permitem que ela sustente vida”.

Eberlin enumera algumas dessas condições essenciais: 1) a existência de planetas como Júpiter e Saturno para proteger os planetas menores e a suposta vida neles do bombardeiro de asteroides e cometas; 2) a existência de luas como a nossa, com o diâmetro e a massa corretos para criar o movimento de precessão – com o ângulo correto – para formar nos mares planetários, se lá existirem, as marés corretas – e não tsunamis – que viabilizariam a vida nessas “Terras”; 3) a gravidade deve ser finamente ajustada naqueles planetas para que eles possam reter água líquida, mas não “esmagar” a vida; 4) os planetas devem ter, também, uma atmosfera correta, com proporção correta de nitrogênio e oxigênio, e bactérias como a anammox em seus oceanos para agir no ciclo de nitrogênio de lá, e, assim, controlar a correta composição 3:1 de N2 e oxigênio de sua atmosfera; 5) se bombardeados por vento solar, como talvez o sejam, esses planetas devem também ser constituídos da liga perfeita de ferro e níquel, que a nossa Terra “milagrosamente” tem, e as condições de pressão e temperatura de seu interior devem ser corretas para que haja uma esfera sólida de Ni/Fe girando em um manto líquido, criando, assim, um campo magnético finamente ajustado para desviar esse vento, que é mortal; 6) ozônio deve compor também a atmosfera desses planetas, para filtrar os raios ultravioletas; 7) a rotação deve ser bem controlada – não basta girar, precisam girar na velocidade certa – para homogeneizar a temperatura global em algo perto de 19 graus centígrados. E muito mais seria preciso!

Jó nos convida ainda a meditar sobre "as maravilhas de Deus" (37:14). Considere o Sol. Cada metro quadrado da superfície do Sol emite constantemente um nível de energia de 130 mil cavalos-força (isto é, aproximadamente 450 motores de oito cilindros) em chamas que estão sendo produzidas por uma fonte de energia muito mais potente que carvão. Os nove grandes planetas no nosso sistema solar estão distantes do Sol entre 57 milhões e cerca de cinco trilhões e oitocentos bilhões de quilômetros; cada um deles gira ao redor do Sol com absoluta precisão, com órbitas que variam entre 88 dias para Mercúrio e 248 anos para Plutão. Ainda assim o Sol é apenas uma estrela menor nos 100 bilhões de astros que compõem a nossa galáxia, a Via Láctea. Se você fosse capaz de enxergar bem o suficiente, uma moeda de dez centavos estendida à distância de um braço ocultaria quinze milhões de estrelas.

Quando tentamos apreender mentalmente as quase incontáveis estrelas e outros corpos celestes encontrados na nossa Via Láctea, apenas, somos levados a ecoar o hino de louvor de Isaías ao Todo-Poderoso Criador: "Levantai ao alto os olhos e vede. Quem criou estas coisas? Aquele que faz sair o seu exército de estrelas, todas bem contadas, as quais ele chama pelo nome; por ser ele grande em força, e forte em poder, nem uma só vem a faltar" (40:26).

Não é de admirar que Davi clame: "Ó SENHOR, Senhor nosso, quão magnífico em toda a terra é o teu nome! Pois expuseste nos céus a tua majestade. Da boca de pequeninos e crianças de peito suscitaste força, por causa dos teus adversários, para fazeres emudecer o inimigo e o vingador. Quando contemplo os teus céus, obra dos teus dedos, e a lua e as estrelas que estabeleceste, que é o homem, que dele te lembres? E o filho do homem, que o visites?" (Sl 8:1-4).

A criação revela tanto poder que desconcerta nossa mente e deixa-nos sem palavras. Somos enamorados e encantados pelo poder de Deus. Gaguejamos e hesitamos diante da santidade de Deus. Trememos diante da majestade de Deus... e apesar disso mostramo-nos melindrosos e ressabiados diante do amor de Deus.

E o que me deixa mais emocionado é saber que esse Deus que espalhou as estrelas pelo espaço e mantém o Universo é o mesmo que cuida de mim e me ajuda em meus problemas. Concluo com este lindo pensamento de Ellen G. White: "Basta que estejamos atentos, e as obras criadas por Deus nos ensinarão lições preciosas de obediência e confiança. Desde as estrelas que, em seus inexplicáveis trajetos através do espaço, percorrem, século após século, os caminhos a elas designados, até o minúsculo átomo, as coisas da natureza obedecem à vontade do Criador. E Deus cuida de tudo e sustenta tudo o que criou. Aquele que mantém os incontáveis mundos através da imensidão do Universo também Se preocupa com as necessidades do pequeno pardal que, sem qualquer temor, eleva seus humildes gorjeios. Quando as pessoas saem para trabalhar, quando se entregam à oração, quando se deitam à noite para dormir e quando se levantam pela manhã; quando o rico dá uma festa em sua mansão ou quando o pobre reúne seus filhos em volta de uma mesa escassa, em qualquer situação, o Pai celestial observa com ternura cada um dos Seus filhos. Nenhuma lágrima é derramada sem que Deus saiba. Não há sorriso que Ele não perceba" (Caminho a Cristo, p. 53).

Nenhum comentário:

Postar um comentário