sexta-feira, 10 de novembro de 2023

SÍMBOLOS DO SANTUÁRIO

O tabernáculo era uma expressão do amor de Deus manifestado no desejo de habitar entre Seu povo. Era um tipo da Sua habitação celestial, onde o problema do pecado seria resolvido. O plano da salvação foi ilustrado nos rituais do tabernáculo terrestre. A configuração dos móveis é rica em simbolismo.

1. O altar de sacrifícios. Durante todo o período patriarcal, os locais de adoração eram identificados pela construção de altares (Gn 8:20; 12:7, 8; 22:9; 26:25; 33:20). Quando o tabernáculo foi construído, o altar foi centralizado. Ele foi construído com madeira de acácia, coberto de bronze e colocado no pátio. Em todo o Antigo Testamento, o altar é associado com a presença do Senhor. Por meio do altar os israelitas tinham acesso a Deus (Sl 43:4) e levavam seus sacrifícios a Ele. Em cada um dos quatro cantos do altar havia um chifre (Êx 27:1-8) onde era colocado sangue durante os sacrifícios diários (Lv 4:7) e durante o Dia da Expiação (Lv 16:18). O altar representava a cruz de Cristo.

2. A pia. Ela ficava entre o altar e a entrada para o santuário (Êx 30:17-21). Era usada pelos sacerdotes para lavar as mãos e os pés antes de oficiar no altar, ou antes de entrar no tabernáculo (v. 20). Os que se aproximavam de Deus deviam estar limpos. Hoje somos purificados pelo sangue de Cristo, apropriado pelo batismo (cf. At 22:16; Ef 5:26; 1Co 6:11).

3. A mesa de ouro. Ao norte, dentro do lugar santo, estava a mesa de madeira de acácia revestida de ouro (Êx 25:23-30). O pão da presença era colocado sobre a mesa. Os 12 pães provavelmente fossem agrupados em duas pilhas de seis cada (Lv 24:5-9). Todos os sábados os pães eram trocados por pães novos. O Senhor dava o pão de volta aos sacerdotes, para comerem como representantes do povo. Essa era a simbologia de que Deus era o Provedor do pão diário, um símbolo de Cristo como o pão da vida (cf. Ez 16:19; Jo 6:48-51).

4. O candelabro. O candelabro, cujo eixo central unia três derivações de cada lado, era colocado no lado sul do lugar sagrado (Êx 25:31-40). Ele era feito de ouro maciço e decorado com copos em formato de amêndoas e flores. Seu formato e o uso da terminologia floral sugerem a imagem de uma árvore. O candelabro parece ter sido uma forma estilizada da árvore da vida que representava Deus como a fonte da vida para Suas criaturas e indicava Cristo como a verdadeira fonte de vida.

5. O altar de incenso. Esse altar era colocado diretamente em frente ao véu que separava o lugar santo do lugar santíssimo. Ele era usado para queimar incenso perante o Senhor, duas vezes ao dia. O incenso representava as orações do povo de Deus (Sl 141:2; cf. Ap 5:8; 8:3, 4), mas também possibilitava que o sacerdote se aproximasse de Deus no lugar santíssimo (Lv 16:13). Simbolicamente, o incenso liga Deus ao Seu povo e é uma representação adequada para os méritos de Cristo (cf. Ef 5:2; 2Co 2:14-17; Fp 4:18). Como você pode ver, tudo aponta para Jesus.

6. A arca da aliança. A arca da aliança era o móvel mais importante do tabernáculo israelita. Era uma caixa de madeira, coberta com ouro, com cerca de 1,22 m de comprimento e 76 cm de altura e largura. Originalmente continha apenas as tábuas dos Dez Mandamentos. A caixa era coberta por uma tampa de ouro onde estavam fixados dois querubins formando uma peça com a tampa. A arca era o símbolo da presença e do poder do Deus. Como representava a presença do Senhor, a arca passou a expressar importantes ideias sobre Deus.

- Lugar de Revelação: A residência de Deus entre os israelitas era o lugar onde Ele Se comunicava e Se manifestava a Seu povo. Ele disse a Moisés “Ali, sobre a tampa, no meio dos dois querubins que se encontram sobre a arca da aliança, Eu Me encontrarei com você e lhe darei todos os Meus Mandamentos destinados aos israelitas” (Êxodo 25:22, NVI; conforme Números 7:89). Em uma ocasião, os israelitas foram até onde estava a arca para consultar ao Senhor antes de saírem para a guerra, e Ele lhes respondeu (Juízes 20:27). É impressionante que nosso Deus estivesse disponível para o Seu povo naquele lugar específico – nesse caso, o tabernáculo, e no espaço entre os dois querubins na arca da Aliança.

- Lugar de Adoração: Como a arca, localizada no Lugar Santíssimo do Templo, era um símbolo do Senhor, as pessoas O adoravam na direção do tabernáculo: “Ergo as mãos para o Teu Lugar Santíssimo” (Salmos 28:2; conforme Salmos 138:2). Josué caiu e orou diante da arca e o Senhor lhe respondeu (Josué 7:6 a 11). Os israelitas não adoravam a arca, mas buscavam ao Senhor naquele lugar onde Ele Se encontrava com eles, e onde podiam oferecer-Lhe suas orações e louvores.

- Lugar do Rei: O Senhor era o Rei do Seu povo, e a arca O representava como tal. O salmista se refere a Deus como “Pastor [Rei] de Israel” que “tem o Teu trono sobre os querubins” (Salmos 80:1). Ezequiel usa a mesma expressão e acrescenta, “só Tu és Deus sobre todos os reinos da Terra (2Reis 19:15; conforme 2Samuel 6:2). Isso não significa que a arca estava no trono de Deus, mas que ela O representava como Rei da Terra. Como Rei, da arca, o Senhor conduziu Seu povo em campanhas militares. Quando andavam como exército, a arca do Senhor mostrava o caminho (Números 10:33 e 35); quando caminharam pelo rio Jordão, carregando a arca, o rio parou de correr (Josué 3:13); em Jericó a presença do Senhor, representada pela arca, levou o povo à vitória (Josué 6). A arca era um símbolo, não o próprio Deus. A presença da arca na guerra não significava que o Senhor estava presente entre Seu povo. Sua presença estava diretamente ligada à aliança de fidelidade. Quando a aliança era quebrada, a presença da arca era inútil e o povo de Deus era derrotado (1Samuel 4:1 a 11).

Ángel Manuel Rodríguez (via Revista Adventista)

Nenhum comentário:

Postar um comentário