Em geral, as pessoas temem o sofrimento. Elas o odeiam e tentam evitá-lo. Uma forma de sofrimento é a perseguição religiosa, que, em alguns casos, pode até levar ao martírio. Porém, as pessoas que vivem nos países em que há forte proteção legal e liberdade religiosa costumam se esquecer de que sofrer por amor de Jesus faz parte do presente destino do cristão. O próprio Jesus profetizou o sofrimento (Jo 15:18-21; 16:2, 3). Todos os apóstolos sofreram perseguição e não a consideraram “coisa estranha” (1Pe 4:12, 13). Aqueles que não sofrem perseguição de não cristãos ou mesmo de outros cristãos podem não perceber esse tema tão presente no livro de Apocalipse ou projetá-lo somente para os últimos momentos da história da Terra. Entretanto, tal visão limitada pode nos impedir de compreender e apoiar nossos irmãos e irmãs que estão sofrendo hoje.
O livro de Apocalipse contém muitas referências à perseguição e ao sofrimento. Esse tema permeia o livro. Embora a palavra “perseguir” (dioko) seja encontrada apenas uma vez em Apocalipse – o dragão persegue a mulher pura, a igreja (Ap 12:13) –, Robert H. Mounce, em sua obra The Book of Revelation, argumenta que a ideia de perseguição não se limita a esse termo. Palavras específicas, frases e trechos narram perseguição e feroz oposição. A perseguição da mulher pelo dragão é descrita em Apocalipse 12 de maneira gráfica e simbólica. O dragão tenta afogar a mulher e fazer com que ela seja arrebatada pelo rio (Ap 12:15).
Encontramos muitas vezes o termo “sangue” (haima) em contextos que ressaltam morte violenta (Ap 1:5; 6:10; 17:6). Em diversas passagens as palavras “morto” (nekros) e “morte” (thanatos) indicam martírio (Ap 1:5, 18; 14:13). João participou da “tribulação” (thlipsis) que outros cristãos sofreram (Ap 1:9). A igreja de Esmirna sofreu boa parte dessa tribulação (Ap 2:9, 10). A grande multidão virá da grande tribulação (Ap 7:14). A palavra “paciência” ou “perseverança” (hupomone) encontra-se em contextos de perseguição (Ap 1:9; 2:2, 3, 19; 13:10; 14:12). Apocalipse 2:10 descreve uma perseguição futura com a palavra “sofrer” (pascho).
Em algumas passagens, “morte” ou “assassínio” (apokteino) indica perseguição (Ap 2:13; 13:15), assim como podem indicar os termos “assassinato” (phonos; Ap 9:21) e “assassino” (phoneus; Ap 21:8; 22:15) em outras. Na igreja de Pérgamo, Antipas foi morto como “testemunha fiel” (Ap 2:13). Jesus é a testemunha fiel suprema (martus; Ap 1:5).
Jesus foi morto (sphazo; Ap 5:6, 9, 12) como um animal sacrifical. Alguns de seus seguidores também seriam violentamente mortos (Ap 6:9). Cristãos também foram decapitados (pelekizo; Ap 20:4). A cidade santa (que, segundo Stephen Smalley, em seu livro The Revelation of John, representa a igreja) será calcada aos pés (pateo; Ap 11:2).
Além de serem ameaçados de morte, os cristãos sofrerão boicote econômico (Ap 13:17). Ao terem o selo de Deus (Ap 7:2-4), eles não possuirão a marca da besta (Ap 13:16). Isso os colocará em evidência para que sejam perseguidos. Eles morarão nas proximidades do reino de Satanás (Ap 2:13) e serão atormentados pela sinagoga dele (Ap 2:9; 3:9). Serão confrontados e provados pelas “coisas profundas de Satanás”. O dragão pelejará (poieo polemon) contra o remanescente (Ap 12:17) por meio da besta que emerge do mar (poieo polemon; Ap 13:7) e da besta que emerge da terra (Ap 13:11-17) e as vencerá (Ap 13:7), ao menos temporariamente. A batalha do Armagedom (Ap 16:14; 16) será a luta final. A última ameaça de Satanás e seu exército contra a Nova Jerusalém e o povo de Deus, descrita em Apocalipse 20:7-10, se provará inútil e vã. Portanto, percebe-se que a perseguição está em todas as partes do livro de Apocalipse.
NUANCES DA PERSEGUIÇÃO
As informações sobre a perseguição no livro de Apocalipse podem ser agrupadas dentro dos seguintes tópicos:
1. A perseguição não está limitada a um período na história. O livro de Apocalipse menciona perseguições nas mensagens às sete igrejas. Apocalipse 12 a 14 apresenta um panorama do conflito entre Satanás e Jesus e Satanás e a igreja, iniciando com o nascimento do Messias e terminando com a segunda vinda de Jesus. A perseguição da igreja por longos períodos da história, simbolicamente descritos como “1.260 dias”, “42 meses” ou “um tempo, dois tempos e metade de um tempo”, é claramente expressa. Em Apocalipse 13 há uma longa profecia de uma futura adoração do dragão, da besta que emerge do mar e da imagem da besta.
2. A perseguição é local e universal. Há uma discussão acadêmica sobre até que ponto os cristãos do 1º século sofreram perseguição. Normalmente se admite que, de fato, ocorreram conflitos locais e perseguições na história primitiva da igreja, conforme afirma J. Nelson Kraybill em seu livro Apocalypse and Allegiance. Com relação ao tempo do fim, o apóstolo João viu uma união religiosa apóstata – Babilônia (Ap 17:1-7; veja também Ap 12-14) – apoiada por uma aliança política (Ap 17:2, 12, 13) e que guerreava contra o povo de Deus em nível universal.
3. A perseguição pode ter origens diferentes. O martírio de Jesus, o sofrimento de João, a perseguição dos cristãos em Esmirna e a morte de Antipas não estão diretamente atribuídos a um poder específico. No entanto, a circunstância histórica dos primeiros séculos indica que o Império Romano foi peça-chave na perseguição e morte dos cristãos.
As cartas às igrejas de Esmirna e Filadélfia mencionam aqueles que se autodeclaravam “judeus”, mas não eram (Ap 2:9; 3:9). Alan S. Bandy, no livro Prophetic Lawsuit in the Book of Revelation, afirma que essas duas igrejas estavam, de certa forma, em conflito com as comunidades judaicas em Esmirna e Filadélfia.
Apocalipse 12 descreve a perseguição do verdadeiro povo de Deus pelo dragão nos períodos medieval e pós-medieval. No entanto, conforme afirma Simon J. Kistemaker em New Testament Commentary: Exposition of the Book of Revelation, o dragão utiliza como poder humano a besta que emerge do mar – a grande e poderosa igreja medieval. Angel M. Rodríguez, em Future Glory, ressalta que o remanescente da mulher (Ap 12:17) será atacado pela besta que emerge do mar e também pela besta que emerge da terra, a América protestante. Portanto, o livro de Apocalipse vê Satanás, o adversário do Cordeiro, como protagonista por trás de todas as perseguições. Ele utilizou e utilizará diversos poderes políticos para perseguir o povo de Deus, como o Império Romano, poderes políticos dos últimos dias e também entidades religiosas como os judeus, religiões não cristãs e até mesmo igrejas cristãs.
4. A perseguição pode vir de formas variadas. O Apocalipse menciona blasfêmia (Ap 2:9; 13:6), perseguição (Ap 12:13), tribulação e sofrimento (Ap 1:9; 2:9-10), boicote econômico (Ap 13:17) e martírio (Ap 1:18; 2:10; 6:9, 10; 20:4). Há dúvidas se o conflito com falsos mestres e doutrinas enganadoras – a investigação das coisas profundas de Satanás (Ap 2:24) – também pode vir a ser perseguição.
5. A perseguição pode ser provocada pelo testemunho do povo de Deus. João utilizou com bastante frequência a família da palavra martu, “dar testemunho”, “prova” e “testemunha” (como pessoa). Um mártir é alguém que testifica da verdade com a própria vida. A palavra martus (testemunha) refere-se a Jesus e seus seguidores (Ap 2:13; 17:6). Jesus é o exemplo a ser seguido pela igreja.
Grant R. Osborne, em Revelation, e Richard Bauckham, em Theology of the Book of Revelation, destacam que o testemunho dos cristãos é primeiramente um estilo de vida de fidelidade a Cristo, e, em segundo lugar, um testemunho verbal durante o período de sofrimento deles. Perseguição e testemunho estão, muitas vezes, correlacionados, no sentido de que testemunhas fiéis têm que sofrer.
6. Perseguição e seguir a Jesus são coisas que andam de mãos dadas. Apocalipse 14:4 menciona que os 144.000 seguem (akoloutheo) o Cordeiro “por onde quer que Ele vá”. O contexto se refere a uma situação de perseguição extremamente difícil. No Evangelho de João, Jesus é descrito como o Bom Pastor. Suas ovelhas o seguem (Jo 10:4, 27). Porém, João, em seu evangelho, também coloca “seguir a Jesus” no contexto de sofrimento e até de martírio (Jo 12:23-26; 13:36, 37; 21:19). Para os cristãos que seguem o Cordeiro, a perseguição é algo normal e não uma “coisa estranha” (1Pe 4:12). É algo a ser esperado. Portanto, os cristãos devem evitar a perseguição, se puderem? Sim. Devem eles evitá-la a todo custo? Não.
7. A perseguição será levantada pela recusa dos crentes em ser leais às instituições humanas. O livro de Apocalipse prevê um conflito entre aqueles que têm o selo de Deus em sua fronte (Ap 7:2-4) e aqueles que aceitam a marca da besta em sua fronte ou na mão direita (Ap 13:16), o que levará à perseguição de fiéis seguidores de Cristo no tempo do fim. Esses eventos ainda estão por vir e sobrepujarão tudo o que anteriormente já aconteceu na história da igreja.
8. A perseguição é muitas vezes retratada em conexão com a ideia de guerra. Por exemplo, de acordo com Richard Bauckham, em The Climax of Prophecy, os 144 mil (durante o sexto selo), que obviamente terão que viver nos tempos em que os ventos serão soltos (Ap 7:1-4), são descritos como o exército messiânico. Sua contrapartida é o exército demoníaco de 200 milhões de seres que surgem durante a sexta trombeta (Ap 9:16). O conflito entre Miguel e o dragão é descrito como uma guerra no Céu (Ap 12:7). A perseguição dos remanescentes (santos) por meio do dragão (besta que emerge do mar) é descrita como uma guerra travada contra eles (Ap 12:17; 13:7). A última batalha, em conjunto com a segunda vinda de Cristo, é a batalha do Armagedom (16:16; 17:14; 19:11-21). No entanto, essa batalha tem natureza espiritual em vez de militar.
A ideia de guerra faz parte do tema do grande conflito, o que, nas Escrituras, provavelmente se desenvolva mais claramente no livro de Apocalipse. Conflito e guerra ocorrem em nível pessoal, de grupo e também no nível cósmico. Em outras palavras, não estão limitados ao planeta Terra, mas também são percebidos no Universo. O plano de salvação idealizado por Deus resolve todos esses níveis de conflito. O ponto decisivo no grande conflito é a morte de Jesus na cruz, retratada no livro de Apocalipse como a morte do Cordeiro. A morte do Messias enfatiza a forma de ser obtida a vitória. Assim como o Cordeiro vence por meio do sofrimento, de idêntica maneira vencem seus seguidores. Eles não se envolverão em atos de violência.
9. O livro de Apocalipse demonstra a reação dos cristãos diante da perseguição. Quando ocorre perseguição e tribulação, a pergunta é: “Como os cristãos enfrentam tal situação?” Há duas formas possíveis de reação correlacionadas. Uma delas é a reação intrapessoal. A outra é uma reação exterior que tem que ver com ações observáveis. Normalmente, a ação exterior é lutar ou fugir. No livro de Apocalipse, a luta física não é uma opção para o povo de Deus. Isso faz com que lhes reste apenas a outra possiblidade, ou seja, fugir. Por fuga entende-se a mudança para outra área geográfica ou a busca de esconderijos.
O Apocalipse não discorre muito sobre o apoio mútuo entre os cristãos perseguidos. No entanto, o cuidado pelos companheiros cristãos pode ser refletido em várias partes do livro. A igreja de Éfeso é desafiada a voltar ao seu primeiro amor, o que inclui o amor fraternal (Ap 2:2; veja 2:19). O termo “serviço” (diakonia; Ap 2:19) inclui serviço aos companheiros cristãos. Os membros da igreja têm responsabilidade uns pelos outros (Ap 3:2). Eles também são chamados a servir uns aos outros em tempos de aflição.
Isso nos leva à reação intrapessoal para com a perseguição. Algumas dessas pessoas que estão sofrendo perseguição certamente já se perguntaram: “Por que Deus permite tanta crueldade?” No entanto, essa pergunta não é feita de maneira direta em Apocalipse. Assim, é mais proveitoso perguntar: “Como os seguidores do Cordeiro podem reagir à perseguição?” Apocalipse revela:
▪ Eles se voltam para Deus em oração (Ap 6:10).
▪ Eles percebem e reconhecem que os pensamentos de Deus não são os deles, e que o plano da salvação idealizado por Deus lhes ultrapassa a compreensão. Enquanto os seguidores do Cordeiro repousam e outros mártires são acrescentados ao número deles (Ap 6:11), é dado tempo ao “povo de Deus” que ainda permanece na Babilônia do tempo do fim para que abandone esse sistema de contrafação (Ap 18:4).
▪ Eles conservam o que têm e não permitem que suas coroas lhes escapem das mãos (Ap 2:25; 3:11). Essa atitude também é descrita como perseverança, paciência, resignação (hupomone), um conceito importante em Apocalipse.
▪ Eles seguem o Cordeiro (Ap 14:4) e aceitam o sofrimento como algo inerente ao discipulado.
▪ Eles buscam o bem de seus inimigos mediante o testemunho fiel de sua vida, suas palavras e seu serviço como sacerdotes (Ap 12:11; 1:6).
▪ Eles confiam no terno cuidado de Jesus (Ap 1:5-7) e nas muitas promessas divinas contidas no livro de Apocalipse. Jesus têm as chaves da morte e do inferno (Ap 1:18). Ele ajuda seu povo a perseverar (Ap 2:10) e não permite que seja tocado pela segunda morte (Ap 2:11). Ele limita os fardos para que se tornem suportáveis (Ap 2:24; 3:10). Jesus até influencia os inimigos de seu povo a reconhecer que esses cristãos são amados por Deus (Ap 3:9).
10. Perseguição e morte não são consideradas derrota. No Evangelho de João, a morte de Jesus não é entendida como sua derrota, mas como sua glorificação (doxazo; Jo 7:39; 12:16, 23; 13:31) e exaltação (hupsoo; Jo 3:14; 8:28; 12:32-34). O livro de Apocalipse traz essa mesma abordagem. Assim como a aparente derrota de Jesus era, na realidade, sua vitória, da mesma forma o fiel sofrimento de seus seguidores (mesmo o martírio) não deve ser entendido como derrota. O livro de Apocalipse inverte a compreensão comum e torna derrotados os aparentemente vitoriosos, e vitoriosos os aparentemente derrotados. Essa inversão leva as pessoas a atentar para o fato de que Deus avalia as situações de maneira diferente e que elas são diferentes do que pareciam ser. Ironicamente, foi a aparente vitória satânica com a morte de Jesus que derrotou o próprio Satanás.
A PERSEGUIÇÃO NÃO É O FIM
O fato de o tema “perseguição” estar presente em todo o Apocalipse pode ser desalentador, principalmente para os cristãos que estão sofrendo perseguição. Porém, o Apocalipse não é um livro deprimente. É um livro muito positivo que fala do amor de Jesus por seus seguidores, de salvação e de uma nova condição de cristãos como um reino e sacerdotes; fala de auxílio constante e de uma esperança maravilhosa.
À luz da perseguição, devemos ter em mente que cerca de metade do livro é dedicada ao julgamento divino, isto é, à vindicação do nome de Deus e de seu povo. Os cristãos também são animados pela promessa constantemente repetida da iminência do regresso de Cristo. A ressurreição é a concretização da esperança de vida eterna para os cristãos sofredores. Ao mesmo tempo, é o terror de Deus para seus inimigos, pois eles reconhecem que terminou seu único poder, o da morte. Portanto, o Apocalipse não é um livro sobre morte; é sobre a vida através de Cristo e com Ele. A perseguição não é a palavra final. Deus tem a palavra final. Enquanto isso, amamos e ajudamos aqueles que estão sofrendo.
Ekkehardt Mueller (via Revista Adventista)
"Em todas as épocas as testemunhas designadas por Deus se têm exposto às perseguições e ao desprezo por amor à verdade. José foi caluniado e perseguido por haver preservado sua virtude e integridade. Davi, o mensageiro escolhido de Deus, foi caçado como um animal feroz por seus inimigos. Daniel foi lançado na cova dos leões por ser leal ao seu concerto com o Céu. Jó foi destituído de suas posses terrestres e ferido no corpo de tal maneira que o desprezaram os próprios parentes e amigos; contudo manteve sua integridade. Jeremias não pôde ser impedido de falar as palavras que Deus lhe ordenara; e seu testemunho de tal maneira enfureceu o rei e os príncipes que o atiraram num poço asqueroso. Estêvão foi apedrejado por haver pregado a Cristo, e Este crucificado. Paulo foi encarcerado, açoitado, apedrejado e finalmente entregue à morte por ter sido fiel mensageiro de Deus aos gentios. E João foi banido para a ilha de Patmos “por causa da Palavra de Deus, e pelo testemunho de Jesus Cristo” (Ap 1:9).
Esses exemplos de humana firmeza dão testemunho da fidelidade das promessas de Deus - de Sua permanente presença e mantenedora graça. Testificam do poder da fé para enfrentar os poderes do mundo. É obra de fé repousar em Deus na hora mais escura, sentir, embora dolorosamente provado e sacudido pela tempestade, que nosso Pai está ao leme. Somente os olhos da fé podem ver para além das coisas temporais e apreciar com acerto o valor das riquezas eternas.
Jesus não oferece a Seus seguidores a esperança de alcançar glórias e riquezas terrestres, de viver uma vida livre de provações. Ao contrário, chama-os para segui-Lo no caminho da abnegação e ignomínia. Aquele que veio para redimir o mundo sofreu a oposição das arregimentadas forças do mal. Numa impiedosa confederação, homens e anjos maus se aliaram contra o Príncipe da paz. Cada um de Seus atos e palavras revelava divina compaixão, e Sua inconformidade com o mundo provocou a mais acérrima hostilidade.
Assim será com todos os que se dispuserem a viver piamente em Cristo Jesus. A perseguição e o descrédito esperam todos os que se imbuírem do Espírito de Cristo. O caráter da perseguição muda com o tempo, mas o princípio - o espírito que a anima - é o mesmo que tem dado a morte aos escolhidos do Senhor desde os dias de Abel.
Em todos os séculos, Satanás tem perseguido o povo de Deus. Tem-no torturado e lhe dado a morte, porém tornaram-se eles conquistadores ao morrer. Deram testemunho do poder de Alguém que é mais forte que Satanás. Podem os ímpios torturar e matar o corpo, mas não podem tocar na vida que está escondida com Cristo em Deus. Podem encerrar homens e mulheres nas prisões, mas não lhes podem encerrar o espírito.
Mediante provas e perseguições, a glória - o caráter - de Deus se revela em Seus escolhidos. Os crentes em Cristo, odiados e perseguidos pelo mundo, são educados e disciplinados na escola de Cristo. Na Terra andam em caminhos estreitos; são purificados na fornalha da aflição (Is 48:10).
Seguem a Cristo através de penosos conflitos; suportam a abnegação e passam por amargos desapontamentos; mas deste modo aprendem o que significam a culpa e os ais do pecado, e olham para ele com repulsa. Tendo sido participantes das aflições de Cristo, podem contemplar a glória além da obscuridade, dizendo: “Tenho por certo que as aflições deste tempo presente não são para comparar com a glória que em nós há de ser revelada” (Rm 8:18)" (Ellen G. White - Atos dos Apóstolos, pp. 297-297).
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