segunda-feira, 5 de agosto de 2024

REVERÊNCIA

Desbancadas por Rebeca Andrade, a lendária ginasta americana Simone Biles e Jordan Chiles, também dos Estados Unidos, se ajoelharam aos pés da brasileira, medalha de ouro no solo das Olimpíadas de Paris.

Em entrevista após a cerimônia de premiação, as norte-americanas, que foram, respectivamente, prata e bronze, explicaram por que decidiram reverenciar à campeã olímpica e aproveitaram ainda para exaltar a importância de ter um pódio formado apenas por mulheres negras.

''A Rebeca é tão incrível, ela é uma rainha. Primeiro de tudo, é um pódio só com mulheres negras, o que é muito empolgante para nós. Aí a Jordan disse: deveríamos reverenciar ela? E eu fiquei tipo: com certeza. Aí ela disse: Vamos fazer isso agora? E é por isso que nós fizemos. Mas é tão emocionante ver ela (a Rebeca), e também tinha todos os fãs na multidão sempre torcendo por ela. Então só era a coisa certa a se fazer. Ela é uma rainha'', disse Simone Biles.

Esta cena de hoje nas Olimpíadas nos faz refletir sobre nossa reverência diante de Deus. Uma coisa é dizer que reverenciamos a Deus; outra é manifestar reverência. Como devemos mostrar reverência?

Como cristãos, somos muito privilegiados por desenvolver uma relação íntima e pessoal com Deus. Ao interagir com Ele em nível pessoal, devemos estar completamente cientes de que essa relação é extraordinária. Nunca perder de vista a glória de Deus e a reverência e o temor a que Ele tem direito.

De acordo com Ellen G. White, "Cristo é o único que merece ser venerado" (O Desejado de Todas as Nações, p. 613). Ninguém mais chega perto de Sua grandeza e majestade. Ninguém mais cumpre o Seu papel. Quando Pedro testemunhou o milagre de Cristo ao encher as redes de peixe, este foi para ele “uma manifestação de poder divino. Viu em Jesus, Alguém que tinha toda a natureza sob Seu comando. A humanidade com sua fraqueza e pecado, fora posta em contraste com a perfeição da divindade, e ele se sentiu inteiramente deficiente e falto de santidade. Assim tem sido com todos quantos alcançaram uma visão da grandeza e majestade de Deus?" (O Desejado de Todas as Nações, p. 246).

O controle de Deus inclui cada aspecto de nossa vida. Paulo declara em Atos 17:28 que “nEle vivemos, e nos movemos, e existimos”. Assim ele expressa “o pensamento de que não é meramente nossa dependência inicial que está no Criador, mas que todas as nossas atividades – físicas, mentais e espirituais – são derivadas dEle” (SDA Bible Commentary, vol. 6, p. 353). Além disso, “por intermédio de agentes naturais, Deus está operando dia a dia, hora a hora, momento a momento, para nos conservar em vida, construir e restaurar-nos” (A Ciência do Bom Viver, p. 112).

Sem Ele, literalmente não estaríamos em nenhum lugar. Devemos a Ele a própria existência. Deus tem “toda autoridade. …[Ele é] o tipo de sumo sacerdote que os homens necessitam” (SDA Bible Commentary, vol. 7, p. 404). Ele tomou nossos pecados sobre Si e, com Seu poder para conceder perdão, nos capacitou a experimentar a vida eterna.

A morte de Cristo na cruz proveu um meio pelo qual o Universo inteiro pode saber de Seu poder e majestade. Pela ressurreição foi declarado Filho de Deus com poder (Romanos 1:4). "Na segunda vinda, Ele será revelado como Senhor do Céu e da Terra" (O Desejado de Todas as Nações, p. 600). Sua encarnação e morte permitiu que seres humanos pecaminosos fossem conduzidos à glória. “Cristo era perfeito como Deus. Em Sua encarnação Ele era perfeito como homem. Mas por Seus sofrimentos Ele Se tornou perfeito como Salvador” (SDA Bible Commentary, vol. 7, p. 405).

“Cristo [compartilha] uma igualdade com o Pai [que] O deixa muito acima de qualquer outro poder” (Ibidem, p. 154). Mas dispôs-Se a deixar de lado aquele poder a fim de tornar-Se expiação pelo pecado. Cristo, que mantinha o mais elevado papel no Universo, e que exercia o maior poder do Universo, dispôs-Se a pôr de lado Sua glória para aliviar o nosso fardo de pecado. Esse Deus merece nossa mais profunda reverência, respeito, gratidão e humildade. Não existe maneira de alcançarmos a igualdade com Ele. Devemos aproximar-nos dEle em humilde temor simplesmente por quem Ele é.

Com a consciência de quem é Deus e do que Ele fez por nós vem a responsabilidade de permanecer em Seus princípios. Quando nos aproximamos de Deus com nossas petições devemos estar cientes do papel vital do dever. Ellen G. White adverte que “aqueles que apresentam suas petições a Deus, reivindicando Sua promessa, enquanto não satisfazem as condições, ofendem a Jeová. … Não fazem aquilo que demonstraria fé em Cristo e amor a Ele” (Parábolas de Jesus, p. 143). Amamos a Deus verdadeiramente quando nossas ações refletem Seu amor.

Nosso amor e reverência a Deus também é revelado pelo desejo de honrá-Lo. Honramos a Deus vivendo um tipo de vida que resulta em atos que levam as pessoas a reconhecerem e reverenciarem a Jeová como Deus, dando a Ele a adoração e obediência que Lhe são devidas. Santificamos Seu nome quando reconhecemos a santidade de Seu caráter e Lhe permitimos que reproduza esse caráter em nós. Onde há amor a pessoa passa automaticamente a ordenar a vida em harmonia com a vontade de Deus, como expressa em Seus mandamentos.

O conhecimento do que Deus fez por nós desperta o amor. O amor motiva a obediência. Quando o amor de Deus se torna o foco de nossa vida, torna-se aparente na obediência às Suas leis e no amor aos outros. “Assim devemos servir a Deus. Somente O serve aquele que age segundo a mais alta norma de obediência. Todos quantos querem ser filhos e filhas de Deus precisam provar ser coobreiros de Deus, de Cristo e dos anjos celestiais. Esta é a prova para cada alma” (Parábolas de Jesus, p. 283).

Não há dúvida de que se amarmos a Deus, teremos reverência, e reverência significa mais do que dar louvores ou ajoelhar-nos quando oramos. Na verdade, não podemos reverenciar a Deus sem obedecer-Lhe.

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