Estamos em guerra! Essa é a principal lembrança de Apocalipse 12 para aqueles que vivem no fim do tempo do fim. Uma batalha contra o maior “sedutor” (Ap 12:9) de todos os tempos. Para enfrentá-lo, nosso coração não pode ser apenas controlado pelos desejos, mas precisa ser comandado pela Palavra. Fique alerta contra cinco “ismos” destruidores.
Comodismo. É a doença daqueles que vivem confortáveis com o pouco que possuem, subnutridos espiritualmente e mantidos pelo consumismo espiritual. Não usam seus dons, não participam em ministérios, não se aprofundam na mensagem, não cumprem a missão e, o pior, não passam um legado espiritual às novas gerações. Para eles, receber é uma obrigação e oferecer é um sacrifício. Pensam estar alertas, mas estão dormindo.
"Não nos sentemos em indolente comodismo, sem fazer nenhum esforço especial para realizar nossa obra. Façamos a escolha em alguma parte da grande vinha do Mestre e realizemos uma obra que exija exercício de tato e talento. Os que amam o comodismo não praticam a abnegação e paciente perseverança; e quando há necessidade de homens para realizarem grandes proezas para Deus, esses não se acham dispostos a responder: 'Eis-me aqui; envia-me a mim' (Isaías 6:8). Há trabalho árduo e penoso a ser feito, e felizes os que estiverem dispostos a efetuá-lo quando seus nomes forem chamados. Deus não recompensará homens e mulheres no mundo futuro por procurarem viver comodamente neste mundo" (E Recebereis Poder, p. 345).
Institucionalismo. É a doença do triunfalismo religioso e do formalismo espiritual, a síndrome de Laodiceia, que se julga rica, mas é miserável (Ap 3:17, 18). Seus adeptos acreditam que o fato de cumprir regras, manter cerimônias, proteger tradições e viver uma vida repetitiva os manterá seguros e agradará a Deus. Também se encantam com resultados, aplausos, notícias, curtidas, investimentos, eventos e outras formas de parecer relevantes. Suas atitudes fazem a igreja deixar de ser movimento para se tornar monumento, deixar de ser conhecida pela mensagem para ser aplaudida pela grandeza. A relevância social se torna mais importante que o crescimento espiritual. Causar boa impressão passa a ser mais importante que o cumprimento da missão. Sobram glórias e falta coração. Sua mensagem é defendida, mas não encarnada.
"A mensagem à igreja de Laodicéia é uma impressionante acusação, e é aplicável ao povo de Deus no tempo presente. O povo de Deus é representado como em uma posição de segurança carnal. Sentem-se bem, pois se imaginam em exaltada condição de realizações espirituais. Eles não sabem que sua condição é deplorável à vista de Deus. Enquanto aqueles que são abordados se lisonjeiam de achar-se em exaltada condição espiritual, a mensagem da Testemunha Verdadeira destrói sua segurança com a surpreendente denúncia de seu verdadeiro estado espiritual de cegueira, pobreza e miséria" (Testemunhos Seletos 1, p. 327).
Achismo. É apenas um sintoma do secularismo que vê a simplicidade da vida cristã como um suicídio intelectual. Busca uma religião racional, cheia de lógica, vazia de fé e distante de Deus. Seus adeptos não adoram o “Deus Eu Sou”, mas o “Deus que querem que Ele seja”. Para seu racionalismo Deus não é suficiente e para sua independência Deus não é necessário. Não notam que estão envolvidos num ciclo de deterioração da verdade, criado pelo próprio “sedutor”. No Jardim do Éden éramos guiados pela verdade. Na tentação, a serpente questionou a verdade. Séculos mais tarde, a igreja romana modificou a verdade. Anos depois, a Revolução Francesa tentou destruir a verdade. Mais perto de nós, o pós-modernismo estabeleceu que cada um é dono de sua própria verdade. E a multimodernidade, em nossos dias, trouxe a intolerância com a verdade do outro.
"A verdade é de Deus; o engano, em todas as suas múltiplas formas, é de Satanás; e quem quer que, de alguma maneira, se desvia da reta linha da verdade, está-se entregando ao poder do maligno. Não é, todavia, coisa leve ou fácil falar a exata verdade; e quantas vezes opiniões preconcebidas, peculiares disposições mentais, imperfeito conhecimento, erros de juízo, impedem uma justa compreensão das questões com que temos de lidar! Não podemos falar a verdade, a menos que nossa mente seja continuamente dirigida por Aquele que é a verdade" (O Maior Discurso de Cristo, p. 68).
Criticismo. É consequência do achismo e efeito colateral do egoísmo. Pessoas contaminadas por esse mal se importam apenas consigo mesmas. Tudo o que foge aos seus padrões pessoais e não atende aos seus interesses particulares serve de vitamina para a crítica. Seus adeptos estão em busca de justiça para todos e esperam misericórdia para si mesmos. Falam sem conhecer, machucam sem se importar e derrubam sem levantar. Descarregam suas frustrações sobre pessoas, situações ou instituições. A igreja sofre com esses “reformadores” modernos, que são capazes de corrigir a todos, menos a si mesmos. São especialistas em apontar falhas, mas incapazes de construir soluções. Cultivam pouca gratidão e muita indignação, muita desconfiança e pouca esperança, muito zelo e pouco amor. Podem ter até boas intenções, tentando ser instrumentos do “Consolador” (Jo 14:26), mas acabam se tornando agentes do “acusador” (Ap 12:10).
"Ninguém engane sua própria alma nesta questão. Se abrigardes o orgulho, o amor-próprio, o desejo de supremacia, vanglória, ambição egoísta, murmuração, amargura, maledicência, mentira, engano e calúnia, não tendes Cristo em vosso coração, e as evidências demonstram que tendes a mente e o caráter de Satanás, e não o de Jesus Cristo, que era manso e humilde de coração. Podeis ter boas intenções, bons impulsos, podeis falar compreensivelmente a verdade, mas não estais habilitados para o reino dos Céus. [...] Se todos os cristãos professos usassem suas faculdades investigadoras para ver quais os males que neles mesmos carecem de correção, em vez de falar dos erros alheios, existiria na igreja hoje uma condição muito mais saudável" (Testemunhos para Ministros e Obreiros Evangélicos, p. 441 / Conselhos para a Igreja, p. 182 ).
Sensacionalismo. É a doença do superficialismo. Daqueles que têm pouco de Deus no interior e precisam de muito estímulo exterior. Navegam pelo mundo real e virtual em busca de novidades. Novas interpretações, novas datas, novos vídeos, novas descobertas, novos oradores carismáticos. Não se alimentam do “Assim diz o Senhor”, mas do “assim diz o pastor, o pregador, o influenciador”. Acabam afetados pela rotina, decepcionados pelo engano e destruídos pela apostasia.
"Tenho sido instruída de que não é de doutrinas novas e fantasiosas que o povo precisa. Não necessitam de conjecturas humanas. Precisam do testemunho de homens que conhecem e praticam a verdade. As notícias sensacionalistas prejudicam o desenvolvimento da obra. Não temos ânsia de excitação, de sensacionalismo; quanto menos disso tivermos, tanto melhor. O raciocínio tranquilo e fervoroso com base nas Escrituras, é precioso e frutífero" (Evangelismo, p. 170).
Por que não substituir esses “ismos” do mal pelos “ismos” do Senhor? Oferecer palavras de otimismo, desenvolver atitudes de altruísmo e cumprir a missão do adventismo.
[via Revista Adventista - Textos em vermelho de Ellen G. White]
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