quinta-feira, 15 de maio de 2025

ESCADA PARA O CÉU OU ESTRADA PARA O INFERNO?

Deus sabe quem vai ser salvo e quem se perderá, porque Ele é “perfeito em conhecimento” (Jó 37:16) e “conhece todas as coisas” (1Jo 3:20), inclusive “o que há de acontecer” (Is 46:10). Mas esse conhecimento divino não restringe de qualquer forma a liberdade humana de escolher o caminho da salvação ou da perdição.

Embora a salvação seja oferecida gratuitamente a todos indistintamente, somente aqueles que a aceitam pela fé serão salvos (ver Ef 2:8-10). “Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o Seu Filho unigênito, para que todo o que nEle crê não pereça, mas tenha a vida eterna” (Jo 3:16). A perdição dos ímpios não é, portanto, o resultado de um decreto divino arbitrário, mas sim a consequência natural de haverem rejeitado individualmente a oferta de salvação.

A. W. Tozer comenta: “Certas coisas foram decretadas pelo livre-arbítrio de Deus, e uma delas é a lei da escolha e suas consequências. Deus declarou que todo aquele que voluntariamente se entrega a Seu Filho Jesus Cristo na obediência da fé, receberá a vida eterna e se tornará filho de Deus. Decretou também que aqueles que amam as trevas e continuam em sua rebeldia contra a suprema autoridade do Céu, permanecerão em estado de alienação espiritual e sofrerão afinal a morte eterna” (Mais Perto de Deus, p. 132).

Embora Deus haja predestinado à salvação todos os que voluntariamente aceitam a Cristo (ver Ef 1:314), Ele não predestinou ninguém para a perdição. Que compete ao próprio homem (e não a Deus) escolher o seu destino é óbvio nas seguintes palavras de Josué 24:15: “Porém, se vos parece mal servir ao Senhor, escolhei, hoje, a quem sirvais: se aos deuses a quem serviram vossos pais que estavam dalém do Eufrates ou aos deuses dos amorreus em cuja terra habitais. Eu e a minha casa serviremos ao Senhor.”

Toda a humanidade aguarda um de dois destinos: "Os que tiverem feito o bem, para a ressurreição da vida; e os que tiverem praticado o mal, para a ressurreição do juízo" (João 5:29). "Ponho diante de ti a vida e a morte, a bênção e a maldição. Escolhe pois a vida, para que vivas com a tua posteridade" (Deuteronômio 30:19).

Escada para o Céu
O Céu é uma realidade. É um lugar. É onde Deus vive com os outros membros da Divindade e uma hoste de anjos não-caídos. Também é o lugar em que viveremos durante mil anos, se permanecermos ao lado de Deus. Quando Cristo voltar e tiver lugar a primeira ressurreição, os santos ressuscitados acompanharão seu Senhor para o Céu, onde permanecerão por mil anos (Apocalipse 20:4-6). Depois disso, ocorrerá uma série de eventos culminando com a criação de um “novo céu” e uma “nova Terra” (Apocalipse 21:1), em que os remidos então viverão para sempre. 

O pastor e escritor Dr. Steven J. Lawson escreveu sobre o Céu: "Não se enganem, o Céu é um lugar real. Não é um estado de consciência. Nem uma invenção da imaginação humana. Nem um conceito filosófico. Nem abstração religiosa. Nem um sonho emocionante. Nem as fábulas medievais de um cientista do passado. Nem a superstição desgastada de um teólogo liberal. É um lugar real. Um local muito mais real do que onde você está agora... É um lugar real onde Deus vive. É o lugar real de onde Deus veio para este mundo. E é um lugar real para onde Cristo voltou na Sua ascensão – com toda a certeza!" (Heaven Help Us! Truths About Eternity That Will Help You Live Today, p. 16).

Ellen G. White aconselha: "Muitos estão perdendo o caminho certo, por pensarem que têm de conquistar o Céu; que têm de fazer algo para merecer o favor de Deus. Procuram tornar-se melhores pelos próprios frágeis esforços. Isso jamais conseguirão realizar. Cristo abriu caminho morrendo como nosso sacrifício, vivendo como nosso exemplo, tornando-Se nosso grande sumo sacerdote. Diz Ele: 'Eu sou o caminho, e a verdade e a vida' (João 14:6). Se por qualquer esforço nosso pudéssemos subir um único degrau na escada, as palavras de Cristo não seriam verdadeiras. Mas quando aceitamos a Cristo, as boas obras aparecerão, como frutífera prova de que nos achamos no caminho da vida, que Cristo é nosso caminho, e que estamos palmilhando a vereda certa, que conduz ao Céu" (Mensagens Escolhidas, vol. 1, p. 368).

Estrada para o Inferno 
Mas o inferno também é uma realidade. A crença popular de um lugar em que os pecadores serão atormentados e queimarão por toda a eternidade não tem apoio bíblico. Mas também não tem esse apoio a ideia popular de que, no fim, todos serão salvos. Os que rejeitam as boas-novas de salvação e recusam obediência a Deus serão julgados, condenados e enfrentarão uma morte da qual nunca haverá ressurreição. Os que creem que todos serão salvos argumentam que um Deus de amor não permitiria que ninguém perdesse a felicidade eterna. Eles têm certa razão até onde dizem que Deus é o amor personificado e quer salvar a todos. Mas, tragicamente, nem todos querem ser salvos. 

Sobre isso, Ellen G. White diz: “Uma distinção, porém, se faz entre as duas classes que ressuscitam. 'Todos os que estão nos sepulcros ouvirão a Sua voz. E os que fizeram o bem, sairão para a ressurreição da vida; e os que fizeram o mal para a ressurreição da condenação' (João 5:28 e 29). Os que foram 'tidos por dignos' da ressurreição da vida, são 'bem-aventurados e santos'. 'Sobre estes não tem poder a segunda morte' (Apocalipse 20:6). Os que, porém, não alcançaram o perdão, mediante o arrependimento e a fé, devem receber a pena da transgressão: 'o salário do pecado'. Sofrem castigo, que varia em duração e intensidade, 'segundo suas obras', mas que finalmente termina com a segunda morte. Visto ser impossível para Deus, de modo coerente com a Sua justiça e misericórdia salvar o pecador em seus pecados, Ele o despoja da existência, que perdeu por suas transgressões, e da qual se mostrou indigno. Diz um escritor inspirado: 'Ainda um pouco, e o ímpio não existirá; olhará para o seu lugar e não aparecerá.' E outro declara: 'E serão como se nunca tivessem sido' (Salmos 37:10; Obadias 16). Cobertos de infâmia, mergulham, sem esperança, no olvido eterno” (O Grande Conflito, pp. 544, 545).

Conclusão
Deus nos deu a vida, e durante a nossa existência temos uma escolha a fazer. A mais importante de todas, e esta decisão é com relação a nossa vida eterna. Ellen G. White adverte: "O mundo caído é o campo de batalha para o maior conflito que o universo celestial e os poderes terrestres já presenciaram.. entre o bem e o mal, entre o Céu e o inferno. Ninguém pode ficar em terreno neutro" (Exaltai-o, p. 290). 

A Palavra de Deus diz: "Entrem pela porta estreita porque a porta larga e o caminho fácil levam para o inferno, e há muitas pessoas que andam por esse caminho. A porta estreita e o caminho difícil levam para a vida, e poucas pessoas encontram esse caminho" (Mateus 7:13-14). Ellen G. White comenta que "homem algum cai no Céu por engano. Ninguém vai para lá de olhos vendados. Caso tome tempo para considerar, toda pessoa saberá se está no caminho reto e estreito, ou na estrada larga que conduz à morte e ao inferno" (A Fé Pela Qual Eu Vivo, p. 363).

Aceitemos a Jesus e nos preparemos para o Céu. O Céu existe, sim, e está ao nosso alcance. O Céu é a morada de Deus, e será a morada daqueles que creem nEle. Jesus nos prometeu um lugar no Céu: “Não se turbe o vosso coração; credes em Deus, crede também em mim. Na casa de Meu Pai há muitas moradas. Se assim não fora, eu vo-lo teria dito. Pois vou preparar-vos lugar. E, quando eu for e vos preparar lugar, voltarei e vos receberei para mim mesmo, para que, onde Eu estou, estejais vós também” (João 14:1-3). Ellen G. White afirma: "Toda alma tem um Céu a ganhar, e um inferno a evitar. E as instrumentalidades angélicas acham-se todas prontas a vir em auxílio da alma tentada e provada" (Mensagens Escolhidas, vol. 1, p. 96).

O Céu pode ser nosso se escolhermos crer em Deus e estivermos dispostos a nos tornar discípulos de Seu Filho, Jesus Cristo. Portanto, sigamos o conselho de Ellen G. White: "Precisamos acostumar-nos a falar do Céu, do belo Céu. Falar daquela existência que perdurará enquanto Deus existir, e então esquecereis vossas pequenas provas e dificuldades. Seja a mente atraída para Deus" (Historical Sketches of the Foreign Missions of the Seventh Day Adventist, p. 146).

Nota: O título do artigo é uma alusão às canções "Stairway to Heaven", do Led Zeppelin e "Highway to Hell", do AC/DC.

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