quinta-feira, 3 de julho de 2025

VALE TUDO PELA BELEZA E ESTÉTICA?

Atualmente, a aparência pessoal passou a ser o "cartão de visita" de muitos. Motivados pela necessidade de apresentar uma estética corporal "aceita" pela sociedade, algumas pessoas investem muito mais tempo buscando a beleza exterior do que a interior.

Um exemplo desse comportamento é o da cantora Anitta (foto). São inúmeras versões— poderosas, malandras, meigas e abusadas. Aos 32 anos, a cantora já se submeteu a mais de 50 cirurgias plásticas. E a cantora não esconde o fato. Nesta semana, a carioca surpreendeu os fãs ao surgir, novamente, com uma mudança significativa no rosto.

"Parece outra pessoa", comentou um seguidor da moça, no Instagram. A artista costuma achar graça da repercussão de suas transformações. "Para mim, fazer uma cirurgia plástica é como mudar meu cabelo", disse, anos atrás, ao discorrer sobre os vários procedimentos estéticos que realiza.

A seguir, confira alguns dos procedimentos que ela já fez: redução dos seios, lipospiração, rinoplastia, preenchimento dos lábios, remodelagem do queixo, implante de silicone, plasma rico em plaquetas (técnica terapêutica que utiliza o próprio sangue do paciente para promover a cicatrização e regeneração de tecidos) e ninfoplastia (para reduzir os pequenos lábios vaginais).

Os procedimentos estéticos nunca estiveram tão em alta no Brasil. A promessa de um rosto mais harmonizado e um corpo perfeito movimenta mais de R$ 40 bilhões por ano no país e impulsiona uma indústria que cresce a cada dia. A harmonização facial continua forte, assim como procedimentos que utilizam lasers e outras tecnologias para rejuvenescimento da pele e remoção de manchas. Outros tratamentos populares incluem lipoaspiração, lipo HD, rinomodelação e criolipólise, além de um foco em tratamentos minimamente invasivos e resultados naturais. No entanto, essa busca incessante pela beleza vem acompanhada de riscos cada vez mais alarmantes. De profissionais sem qualificação a procedimentos ilegais, a obsessão estética tem levado muitas pessoas a consequências irreversíveis – e até fatais.

Para a psicóloga clínica e jurídica Marlêide Borges, essa febre estética vai além da vaidade. Existem casos em que está ligada a um problema mais profundo: um vazio emocional. “A estética virou uma necessidade social e gerou uma alta demanda. Muitos profissionais apresentam um excelente trabalho, mas outros enxergam apenas o lucro, sem levar em conta a integralidade do ser humano”, alerta. Segundo a especialista, pacientes com transtornos psicológicos, como a dismorfia corporal – condição em que a pessoa tem uma preocupação obsessiva e distorcida com sua aparência –, são alvos fáceis nesse cenário. “Já atendi pacientes que chegaram a um ponto de ‘plasticidade artificial’, após tantos procedimentos que perderam a naturalidade, e ainda assim não estavam satisfeitos. O mais assustador é que, na maioria dos casos, os profissionais não questionavam os motivos da busca excessiva por mudanças. Estavam mais preocupados em atender ao “desejo do cliente” do que em avaliar se aquilo era realmente necessário”, acrescenta.

Portanto, antes de se decidir por qualquer procedimento, é necessária muita reflexão sobre o assunto e cuidado para não agir por impulso ou pelas emoções. Procure identificar quais as reais motivações que levam você a pensar em se submeter a eles. Você possui um "defeito" real e significativo, ou está criando tempestade em copo d'água por causa de uma pequena imperfeição?

Podemos aprender com a história de Salomão. Ellen G. White comenta: "Absorveu-se tanto com a ostentação exterior, que se esqueceu de elevar a mente pela constante ligação com o Deus da sabedoria. A perfeição e a beleza de caráter foram passadas por alto em sua tentativa de alcançar a beleza exterior. Vendeu a honra e a integridade do caráter na busca de glorificação própria diante do mundo (...) Primeiro, corrompeu-se no coração, depois se afastou de Deus e se tornou por fim adorador de ídolos" (Testemunhos para a Igreja, v. 4, p. 628).

Esse sofrimento é completamente evitável. Pense nisso e lembre-se de que a verdadeira beleza está no caráter. Ellen White alerta: “É justo amar e desejar a beleza; Deus, porém, deseja que amemos e procuremos primeiro a mais alta beleza – aquela que é imperecível. As mais seletas produções da perícia humana não possuem beleza que se possa comparar com a beleza do caráter, que à Sua vista é de grande preço” (Educação, pp. 248, 249).

Enquanto o padrão de beleza muda a cada ano, o valor do caráter nunca sai de moda. E quando a motivação de uma pessoa para fazer um procedimento estético é apenas vaidade, ela se tornou o próprio ídolo. Não há problema nenhum em se achar bonito ou bonita, mas cuidado pra não fazer disso sua razão de viver. Ellen White adverte: "No dia em que forem ajustadas as contas de todos, experimentarão vocês alegria ao ser passada em revista sua vida, ou sentirão que a beleza do ser exterior é que foi buscada, enquanto a beleza interior ficou quase de todo negligenciada?" (Filhas de Deus, p. 121).

A coisa mais importante que devemos fazer antes de decidir fazer ou não algum procedimento é consultar ao Senhor sobre o assunto. A Bíblia nos diz que Deus se importa com tudo que nos preocupa, por isso devemos levar nossos problemas a Ele em oração. Através da sabedoria e direção do Espírito Santo e da Palavra de Deus, temos a habilidade de fazer decisões que vão honrar e agradar a Ele. "A beleza de você deve estar no coração, pois ela não se perde; ela é a beleza de um espírito calmo e delicado, que tem muito valor para Deus" (1Pe 3:4 NTLH).

Finalizo com este maravilhoso pensamento de Ellen White: "A beleza natural consiste da simetria ou da harmoniosa proporção das partes, de uma para com outra; mas a beleza espiritual consiste na harmonia ou semelhança de nossa alma com Jesus. Isso tornará seu possuidor mais precioso que o ouro fino, mesmo o ouro de Ofir. A graça de Cristo é, de fato, adorno de incalculável preço. Eleva e enobrece seu possuidor, reflete raios de glória sobre outros, atraindo-os também para a fonte de luz e bênçãos" (Orientação da Criança, p. 423).

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