terça-feira, 21 de novembro de 2017

Cristãos sólidos em uma modernidade líquida

Apesar do termo "pós-modernidade" ser o mais usado para se referir ao tempo presente em que vivemos, seja como ruptura (anti-modernidade) ou como continuidade (sobre-modernidade) do projeto modernista, o sociólogo polonês Zygmunt Bauman, falecido em janeiro deste ano, aos 91 anos, utilizava outra expressão para se referir a esse contexto atual: modernidade líquida. Bauman dizia que a antiga modernidade era caracterizada pela sua solidez (modernidade sólida), com seu conjunto fixo de valores. Já o tempo atual (modernidade líquida) é caracterizado pela volatilidade, pela grande possibilidade de adaptações e pela instabilidade. Ele escreve:
"Os fluidos se movem facilmente. Eles fluem, escorrem, esvaem-se, respingam, transbordam, vazam, inundam, borrifam, pingam; são filtrados, destilados; diferentemente dos sólidos, não são facilmente contidos – contornam certos obstáculos, dissolvem outros e invadem ou inundam seu caminho. Do encontro com sólidos emergem intactos, enquanto os sólidos que se encontraram, se permanecem sólidos, são alterados – ficam molhados ou encharcados. A extraordinárias mobilidade dos fluidos é o que os associa à ideia de leveza (…) Associamos “leveza” ou “ausência de peso” à mobilidade e à inconstância: sabemos pela prática que quanto mais leve viajamos, com maior facilidade e rapidez nos movemos."
Bauman realmente utilizou as palavras ideais para diferenciar a modernidade da pós-modernidade. Hoje, dentro da esfera social, não se concebe a rigidez de valores absolutos e da identidade autônoma de pensamento. É sólido demais. Ao contrário, precisamos ser como a água: inconstantes, flexíveis e adaptáveis a tudo quanto se nos apresenta.

Esse é o problema dos cristãos hoje. Somos como uma barra de ferro dentro de uma bacia d'água. Blocos de aço imersos no mar. As ondas batem e continuamos parados. A maré vem, mas não mudamos. E isso incomoda as “porções da água”. Afinal, não “fluímos”, não “pingamos” e não “destilamos” conforme eles querem. Somos assim. Aço incomodando o líquido. 

E esse é o chamado do cristão:
"Portanto, meus amados irmãos, sede firmes e constantes, sempre abundantes na obra do Senhor, sabendo que o vosso trabalho não é vão no Senhor." (1 Corintios 15:58)
“E não vos conformeis com este século, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente, para que experimenteis qual seja a boa agradável e perfeita vontade de Deus.” (Romanos 12:2)
Por outro lado, esse mesmo mundo líquido carece da água verdadeira: Cristo!

Valmir Nascimento (via Como Viveremos)
"Como um povo, devemos estar firmes sobre a plataforma da verdade eterna, que resistiu a todas as provas. Devemos ater-nos aos seguros pilares de nossa fé. Os princípios da verdade que Deus nos revelou, são nossos únicos, fiéis alicerces. Eles é que fizeram de nós o que somos." (Ellen G. White - Mensagens Escolhidas, vol. 1, p. 201)

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