Não adianta dizer que não: você é mau. Simplesmente porque você, assim como eu, não pratica o que Jesus ensinou. Neste momento, você, revoltado com a minha petulância, já se irritou com “esse cara nem me conhece e já está me julgando. Como assim?!”, você diria, “sou lavado e remido no sangue de Jesus, peco mas não sou pecador, sou santo, faço exame de consciência sempre que vou tomar a Ceia e peço perdão pelos meus pecados”. Ótimo. Que bom que você faz isso. Também faço. Mas só para você ver que não sou de todo um santarrão que põe o dedo na cara dos outros, vou te fazer 5 perguntas e você responda honestamente:
1. Se alguém te dá uma fechada no trânsito e ainda grita pela janela ofendendo a senhora sua mãe como você reage?
2. Se alguém te dá um tapa na cara você vira pra ele e diz “por gentileza, o outro lado do rosto ainda não está doendo tanto, se incomodaria de acertá-lo também?”?
3. Se uma pessoa te obriga a fazer algo que você não quer, você faz espontaneamente duas vezes mais o que ela pediu?
4. Se você vê um homem caído no chão vestido em trapos, rasgado, com aparência de um bêbado semimorto e com feridas espalhadas pelo corpo, você para e o ajuda ou finge que não é com você e prossegue no seu caminho?
5. Olhe profundamente dentro do seu coração. Você vê uma luz radiante ou uma escuridão profunda?
Cinco perguntas, cinco respostas simples. Vamos então às respostas:
1. Se você foi honesto, vai responder que, no mínimo, teve pensamentos bastante agressivos àquela pessoa que te fechou no trânsito e te ofendeu. Mas Jesus nos ensina que devemos orar por quem nos faz mal. Você ora por essa pessoa?
2.. Até hoje não conheci um ser humano sequer que tenha dito tais palavras. Em geral, a reação é partir pra cima e sair no tapa. Jesus mandou dar a outra face. Repare: mandou. Não pediu. Mandou. Você faz isso?
3. Provavelmente você faz o que essa pessoa te obrigou, de má vontade, e olhe lá. Jesus mandou que se alguém nos obrigasse a andar com ele uma milha, que andássemos duas. Você anda?
4. Acabei de descrever a aparência do homem abandonado à beira da estrada na parábola do Bom Samaritano. Se você alguma vez na vida parou para ajudar um homem com essa aparência, parabéns: você é o primeiro que eu conheço. Em geral as pessoas passam apressadas e não dão a mínima.
Vamos ler agora o que Jesus MANDA nós fazermos, conforme descrito no evangelho segundo Lucas, a partir do versículo 27: “Digo-vos, porém, a vós outros que me ouvis: amai os vossos inimigos, fazei o bem aos que vos odeiam, bendizei aos que vos maldizem, orai pelos que vos caluniam. Ao que te bate numa face, oferece-lhe também a outra; e, ao que tirar a tua capa, deixa-o levar também a túnica; dá a todo o que te pede; e, se alguém levar o que é teu, não entres em demanda. Como quereis que os homens vos façam, assim fazei-o vós também a eles”. Pulemos agora ao versículo 35: “Amai, porém, os vossos inimigos, fazei o bem e emprestai, sem esperar nenhuma paga; será grande o vosso galardão, e sereis filhos do Altíssimo. Pois ele é benigno até para com os ingratos e maus. Sede misericordiosos, como também é misericordioso vosso Pai.“
Quando eu leio essas palavras de Cristo, não consigo falar nada. Apenas gemo. O que sai de minha boca ao ler isso são apenas interjeições de dor. É um “ai” depois de outro “ai”. Pois o que Jesus está MANDANDO eu fazer eu não faço.
Em geral quero arrebentar meus inimigos. No mínimo, tratar com desprezo quem não gosta de mim. Saio falando cobras e lagartos sobre quem diz coisas maldosas a meu respeito, de preferência para o maior número possível de pessoas, que é para detonar mesmo aquele cabra miserável. Se inventam mentiras sobre mim eu escrevo e-mails me defendendo, busco gente que seja minha testemunha, faço e aconteço, e, sinceramente, orar pelo bem dessas pessoas geralmente é a ultima coisa que penso em fazer. Se alguém me bate na cara eu viro a mão na cara dele e parto pro braço, afinal sou macho pra caramba e não vou deixar passar barato. Se alguém pega qualquer coisa que seja minha, mesmo que seja uma caneta na minha mesa, logo logo dou um jeito de pegar de volta. É mi-nha! Que história é essa de deixar a túnica? Eu, hein?! Dar a quem me pede? Hmmmm, depende: o que eu vou ganhar em troca? Já com relação aos meus inimigos, quero mais é que eles morram, que se deem mal, que tudo de ruim lhes aconteça. São meus inimigos, poxa, quem é filho do Rei aqui sou eu, que história é essa? Que se explodam! E se eu empresto um dinheiro para alguém posso até não falar nada, mas por dentro fico remoendo “será que é hoje que ele vai me pagar de volta?”.
Em geral quero arrebentar meus inimigos. No mínimo, tratar com desprezo quem não gosta de mim. Saio falando cobras e lagartos sobre quem diz coisas maldosas a meu respeito, de preferência para o maior número possível de pessoas, que é para detonar mesmo aquele cabra miserável. Se inventam mentiras sobre mim eu escrevo e-mails me defendendo, busco gente que seja minha testemunha, faço e aconteço, e, sinceramente, orar pelo bem dessas pessoas geralmente é a ultima coisa que penso em fazer. Se alguém me bate na cara eu viro a mão na cara dele e parto pro braço, afinal sou macho pra caramba e não vou deixar passar barato. Se alguém pega qualquer coisa que seja minha, mesmo que seja uma caneta na minha mesa, logo logo dou um jeito de pegar de volta. É mi-nha! Que história é essa de deixar a túnica? Eu, hein?! Dar a quem me pede? Hmmmm, depende: o que eu vou ganhar em troca? Já com relação aos meus inimigos, quero mais é que eles morram, que se deem mal, que tudo de ruim lhes aconteça. São meus inimigos, poxa, quem é filho do Rei aqui sou eu, que história é essa? Que se explodam! E se eu empresto um dinheiro para alguém posso até não falar nada, mas por dentro fico remoendo “será que é hoje que ele vai me pagar de volta?”.
Agora… Se me perguntarem se eu sou misericordioso… Vou fazer minha melhor cara de crente de culto, vestir minha melhor aparência de santidade e deixar todos verem que santinho eu sou. Hipócrita, isso sim.
Ah! Já ia esquecendo! Diante disso tudo, faltou responder à quinta pergunta. Mas, pensando bem, meu irmão, minha irmã, com tudo o que acabei de falar será que ainda preciso responder a isso? Sem a menor sombra de dúvida olho as profundezas do meu coração e vejo trevas densas. Uma escuridão assustadora. E é justamente por isso que, se não carrego em mim aquele que é a Luz do Mundo, tudo o que me espera é choro e ranger de dentes.
Sim, sou mau. Segundo os padrões de Cristo, sou muito mau. Ele mesmo confirmou isso quando disse “vós, que sois maus…” em Mateus 7:11 e Lucas 11:13. E por que estou dizendo isso? Pois a percepção da minha maldade me leva cada mais a perceber que só em Cristo tenho qualquer esperança de ter um mínimo de bondade. Em Mateus 7:17, o Mestre diz que “toda árvore boa dá frutos bons, mas a árvore má dá frutos maus”. O que me assusta é o que Ele diz logo depois, no versículo 19: “Toda árvore que não produz bons frutos é cortada e lançada no fogo”.
Eu tremo ao olhar para dentro do meu coração e depois ler isso. Você não? A única coisa que faz com que eu me aquiete um pouco quando olho no espelho e vejo quem eu REALMENTE sou e não quem os irmãozinhos que me veem como um santinho sorridente acham que eu sou é uma coisa chamada graça. Sem ela, querido, querida, não passo de um mau. Um mau samaritano. Uma árvore má. Um mau cristão.
Senhor Jesus, preciso da tua graça todos os dias. Todas as horas. Todos os minutos. Todos os segundos. Senhor Jesus, que venha a tua graça para acender a luz em meu coração e fazer de mim alguém um pouco menos mau.
Paz a todos vocês que estão em Cristo.
Maurício Zágari - Apenas
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