Estará Fidel Castro perto de regressar ao catolicismo,
depois de ter sido excomungado em 1962?
Este desejo há muito acalentado pela Igreja Católica é agora considerado pelo Vaticano próximo de se concretizar, por ocasião da visita de Bento XVI a Cuba, de 26 a 28 de Março.
As especulações ganharam asas depois de dois dos mais considerados diários italianos, o “La Repubblica” e o “La Stampa”, terem noticiado que o ditador estaria reconciliado com Deus e a Igreja. O “La Repubblica” citava até a filha de Fidel, Alina Fernández, que terá dito ao jornal que o pai se “aproximou da religião e de Deus”. Alina Fernández, que é católica convicta, veio depois dar o relatado por não dito, mas fontes na Santa Sé citadas pela imprensa italiana revelaram que o Papa deseja encontrar-se com o ex-líder cubano. Este encontro espera confirmação, estando dependente do estado de saúde de Fidel, de acordo com as mesmas fontes.
Entretanto o embaixador cubano em Itália, Eduardo Delgado, admitiu que um encontro de Fidel com o Papa não está fora de questão, “apesar de não estar no programa”. Delgado afirmou que o governo de Cuba vê a visita de Bento XVI à ilha como uma “oportunidade para aprofundar ainda mais as relações entre a Igreja e o Estado no país comunista”, relações estas que melhoraram “enormemente” desde a histórica visita de João Paulo II, em 1998. O presidente Raul Castro vai receber Bento XVI dia 28 de Março em Havana, para conversações privadas.
O regresso de Fidel ao catolicismo não seria nada inverosímil, até porque este é um terreno que não é estranho ao ditador, que foi educado num colégio de Jesuítas, conhecendo bem, portanto, as bases da doutrina católica.
Sobre Fidel pesa, aliás, desde 3 de Janeiro de 1962, uma pena de excomunhão, medida que só é aplicada pelo Papa aos católicos.
A excomunhão foi decretada pelo Papa João XXIII em consequência da adesão oficial ao marxismo-leninismo declarada pelo revolucionário cubano e de Fidel ter anunciado, no discurso histórico de 2 de Dezembro de 1961, que conduziria Cuba ao comunismo. Para mostrar a sua hostilidade à Igreja, Fidel Castro expulsou 131 sacerdotes e encerrou as escolas católicas. A decisão de João XXIII apoiava-se no decreto de Pio XII, elaborado pela Congregação para a Doutrina da Fé, que tinha estabelecido a pena de excomunhão para quem difundisse a ideologia comunista.
Nascido em 1926, Fidel Castro ingressou em 1934 no Colégio dos Irmãos de La Salle de Santiago de Cuba. Em Setembro de 1939 entrou para o Colégio de Dolores, conduzido pela Companhia de Jesus."
Fonte: Jornal i
Nota: Não deixa de ser interessante constatar a mudança de posição de figuras públicas de âmbito mundial, quanto à Igreja Católica: depois de Tony Blair, agora Fidel Castro (e ambos após deixarem os cargos governativos).
No caso em questão, não devemos esquecer que Cuba é, ainda hoje, um dos últimos bastiões entre os regimes comunistas ainda em vigor. O que, só por isso, já confere a este assunto toda a relevância...
Fonte: O Tempo Final
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