Recentemente fui ver o grande lançamento do ano, Os Vingadores, com meu filho. Como esperado, o filme superou as expectativas em termos de efeitos, coreografia e até, em certa medida, enredo cativante. Aquelas pessoas aparentemente normais são dotadas de habilidades extraordinárias ao se tornarem super-heróis e estão capacitadas a salvar o mundo de um ataque extraterrestre.
Vamos encarar, nós gostamos de super-heróis. Gostamos da ideia de ter pessoas que vivem entre nós, providas de poderes e impulsionadas por uma grande disposição de nos salvar do nosso maior perigo. Temos uma insegurança inata que é habilmente silenciada por nossa capacidade de fingir que estamos bem. As histórias de super-heróis se relacionam com as nossas inseguranças e, em seguida, nos embalam em um sono tranquilo cativando a nossa imaginação. É um negócio inteligente.
Agora pense comigo sobre a igreja e sua missão.
Somos um grupo de pessoas que querem enfatizar a insegurança da humanidade à luz de sua maior necessidade. Queremos mostrar que fora de Cristo toda a humanidade está faminta e ferida. Estão famintos porque fora de Cristo nada vai realmente satisfazer a alma faminta. Estão feridos, porque continuam a sofrer as consequências da relação rompida com o seu Criador. Isto é expresso pela culpa, vergonha, insegurança, depressão e raiva (para citar apenas alguns). Isso se traduz em relacionamentos destruídos e caracterizados pelas mesmas marcas.
O ponto principal é que, fora de Cristo, o mundo e todas as pessoas dele estão verdadeiramente destruídos. Além disso, fora de Cristo, o maior perigo que enfrentaremos não é a invasão de um alienígena transcendente, mas de um Deus transcendente, que julgará cada um segundo sua obra. O maior inimigo do ser humano é o pecado da humanidade. O salário do pecado é a morte (Rm 6.23) e ele virá na forma de morte física e de morte eterna no inferno, sem Cristo.
Uma vez que esta ferida da insegurança é reaberta, a igreja, ao contrário de Hollywood, não pode nos colocar de volta ao sono com martelos mágicos ou gigantes verdes. Em vez disso, ela chega com a mensagem de como pessoas fracas podem encontrar redenção e descanso.
Pense nisso, a igreja não é composta de vingadores espirituais. Não somos estonteantes, incríveis acima da média e destacadamente legais.
Em seus dias, o apóstolo Paulo sabia que era possível que a igreja desejasse “causar”. Ele lembra aos coríntios qual era seu lugar:
“Porque, vede, irmãos, a vossa vocação, que não são muitos os sábios segundo a carne, nem muitos os poderosos, nem muitos os nobres que são chamados.” (1 Coríntios 1.26)
Longe de ser o grupo de superstars alardeado, a igreja é feita de pessoas fracas e insensatas nascidas em famílias sem grande importância em lugares menos importantes ainda.
Segundo as Escrituras, Deus fez isso intencionalmente. Por quê?
“Mas Deus escolheu as coisas loucas deste mundo para confundir as sábias; e Deus escolheu as coisas fracas deste mundo para confundir as fortes; E Deus escolheu as coisas vis deste mundo, e as desprezíveis, e as que não são, para aniquilar as que são; Para que nenhuma carne se glorie perante ele.” (1 Coríntios 1.27-29)
Deus rebaixa o orgulho dos sábios para que ele deixe de se gloriar em si mesmo (humildade) e passe a se gloriar em Deus (adoração).
“Para que, como está escrito: Aquele que se gloria glorie-se no Senhor.” (1 Coríntios 1.31)
O motivo de usar pessoas fracas é mostrar o poder de Deus. O evangelho nos rebaixa para que possamos descansar em Cristo. O evangelho declara que o Deus infinitamente poderoso veio ao mundo na forma de um fraco bebê. Ele viveu uma vida santa de perfeita obediência em submissão à Lei de Deus. Tudo isso Ele fez por rebeldes que quebram as regras, como eu e você. Então, Ele foi à cruz para sofrer o castigo e ira devido aos mesmos inimigos. Finalmente, depois de conquistar a nossa justiça, aceitação, perdão e vida, Ele ressuscitou vitoriosamente do sepulcro por nós!
Se, depois de tudo isto, ainda estamos pensando que temos algo a oferecer a Deus ou de que nos gloriarmos, então Cristo não é glorificado, este Jesus será de pouco valor (Gálatas 2.21). Em vez disso, a resposta certa é vir a Cristo, confiando na sua obra e apreciando-O por Seu valor.
A igreja então, sendo feita de fracos, de pessoas nada espetaculares e comuns, marcha em todo o mundo anunciando a mensagem de como podemos ser libertos de nosso maior inimigo. Em vez de lisonjear-nos, o evangelho nos diminui, mas apenas para que possamos ressurgir e nos gloriarmos em Cristo.
Erik Raymond | Traduzido por Josie Lima | iPródigo.com | Original aqui
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