4 anos passam rápido. E agora Obama tem mais 4 anos pela frente. Na primeira eleição, ele foi o resultado dos votos da "esperança", do diálogo e não mais da imposição americana sobre o mundo. Nesta última eleição, ele venceu com os votos da "segurança". Parte do eleitorado americano acredita que ele fez uma transição segura após a tremenda crise econômica e que ele é capaz de fazer a América nadar de braçadas de novo.
Obama é menor do que as expectativas que se colocaram nele. Aliás, todo candidato é menor do que suas promessas. Mas ele conseguiu eliminar dois inimigos fatais dos americanos: a crise financeira (que ainda não passou totalmente) e Bin Laden.
Mas Obama tem a seu favor dois pontos muito positivos: boa parte dos cidadãos americanos tem confiança e apreciam seu jeitão família e "descolado"; boa parte dos países, pela primeira vez em décadas, olham sem rancor para os Estados Unidos porque Obama simplesmente não faz pose de xerife.
Por isso lhe escrevo, Obama, sem oba-oba:
"Caro Mr. presidente,
antes de cada assinatura de papéis, lembre-se do povo oprimido nas filas, nas vilas, favelas que se dispôs a lhe conceder novo voto de confiança. Obama, não se permita a beligerância para com o forasteiro, antes, porém, o trate com a decência e a correção que você recebeu de eleitores anônimos e famosos. Por último, Barack, honre o significado do seu nome, “abençoado” em árabe, e procure ser uma benção.
"Talvez seu discurso de tolerância e conciliação mude a relação com os “inimigos da América”, para que não se planeje o aniquilamento do estrangeiro, mas uma abertura de diálogo e resolução conjunta de problemas.
"Talvez alguns jovens das tantas comunidades pobres nos EUA queiram se espelhar em você e não em certos ídolos machistas e exibicionistas. Talvez algumas mocinhas vejam em Michelle Obama uma razão para se afirmar enquanto mulheres inteligentes e amadas e não como corpos que desfilam por baladas sem fim.
"Se o slogan “yes, we can” ainda está por trás disso tudo, que você o faça valer, então.
"Na certeza de que você não lerá esta e-missiva, mas que receberá outras tantas cartas mais bem escritas,
um torcedor e observador distante".
Joêzer Mendonça - Nota na Pauta
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