sexta-feira, 8 de março de 2013

A Mulher na Corda Bamba da História


Um dos maiores sucessos do grupo Roupa Nova revela o estigma carregado pela mulher ao longo da história:

É a moça da cantiga / A mulher da Criação / Umas vezes nossa amiga / Outras nossa perdição / O poder que nos levanta / A força que nos faz cair / Qual de nós ainda não sabe / Que isso tudo te faz... / Dona...

A mulher convive com este estigma desde sempre. Ora heroína, ora vilã. Ora mãe e amante, ora responsável por todos os males. Ora "mãe de todos os viventes", ora aquela que nos induz ao erro. Quando somos bem-sucedidos, a classificamos como nossa coadjuvante, aquela "grande mulher que vive à sombra, atrás de todo grande homem". Mas quando fracassamos, damos sempre um jeito de acusá-la de ser a protagonista da conspiração que nos derrubou. É assim desde Adão. - Foi a mulher que Tu me deste, Senhor!

A dor do parto não foi a única que aumentou desde então. Aumentou também a dor da rejeição, da violência doméstica, do preconceito, da cobrança.

O fato inegável é que elas são as verdadeiras protagonistas de nossa história. É por elas que vivemos e morremos. Foi uma delas que convenceu o homem mais poderoso da galiléia a lavar as mãos, em vez de posicionar-se contra aquele santo homem que era julgado. Bastou um riso de uma delas para que o descendente do patriarca recebesse o nome de Isaque. Foi uma delas que tirou do sério o rei que era segundo o coração de Deus. Diante de outra delas o mais forte dentre os homens sucumbiu, acalentado por seus carinhos e apelos. 

Deus não precisou do sémen de um homem para trazer Seu Filho ao Mundo, mas fez questão do óvulo de uma mulher. Jesus foi chamado "Filho do Homem", mas muito antes foi chamado de "Descendente da Mulher". 

Ninguém a valorizou tanto quanto Ele. A maioria absoluta de seus milagres foi pra atender ao clamor delas. Foi graças ao clamor de uma, que Ele transformou água em vinho, Seu primeiro milagre. Graças ao clamor de duas delas que Ele ressuscitou a Lázaro, Seu último milagre antes de enfrentar a Cruz. Foi a choro de algumas delas que chamou Sua atenção a ponto de fazê-lO parar enquanto carregava a Cruz. Foi a uma delas que Ele primeiro apareceu após ressuscitar. Foi ela também a primeira a ser enviada para anunciar aos demais que Ele estava vivo. 

Foi o gênero feminino o escolhido para representar a comunidade de todos os remidos. Por isso, a igreja é a esposa de Cristo, a mulher que aparece no Apocalipse, vestida de sol, com uma coroa de estrelas e a lua aos seus pés. Nenhuma outra visão teria expressado tão bem o valor que Deus atribui à mulher.

Parafraseando Erasmo Carlos, "dizem que mulher é o sexo frágil... que mentira absurda!" Frágeis éramos todos nós quando fomos aconchegados no ventre-refúgio de uma mulher.

A todas as mulheres, meu sincero desejo de um Feliz Dia Internacional da Mulher.

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