A polícia identificou um corpo carbonizado encontrado na Serra como sendo do enfermeiro Jairo Soares de Lima, 53 anos, desaparecido desde o dia 5 de setembro. Jairo era coordenador de hotelaria e higienização do Vitória Apart Hospital, no mesmo município, e teria saído do trabalho para encontrar com um fornecedor de materiais, em Jacaraípe, quando desapareceu.
O corpo foi encontrado pela polícia no dia 11 de setembro, mas só foi identificado agora por meio de exame de DNA. A esposa da vítima, Rivana Martins Alves de Lima, 40, disse que a família está muito abalada. “Eu tinha esperança de encontrá-lo vivo. Minha esperança morreu. Acabei de saber pelo médico responsável pelo exame de DNA que o corpo era do meu marido”, declarou a viúva.
O enfermeiro Jairo Soares de Lima foi enforcado e carbonizado. O corpo foi encontrado em um lixão, com um fio de eletricidade amarrado ao pescoço. A polícia acredita que ele tenha sido asfixiado antes de ser queimado.
Segundo informações de familiares da vítima, Jairo recebeu ameaças de morte há quatro meses. No dia seguinte ao desaparecimento, o corpo de um homem, carbonizado, não identificado, foi localizado em um depósito de lixo, Nova Almeida, na Serra. Ao lado do corpo foi recolhida uma garrafa plástica com restos de líquido inflamável, usado no crime.
A partir de então, o Núcleo de Pessoas Desaparecidas (Nupede) começou as investigações. “Possuíamos a informação de que a vítima havia sido vista pela última vez em Jacaraípe, na Serra, por isso trabalhamos na identificação do corpo”, explicou Leandro Piquet, delegado do Nupede.
A partir daí, a Polícia Civil deu início a um minucioso trabalho de perícia. Inicialmente, o trabalho foi realizado a partir da arcada dentária do corpo carbonizado. Os policiais entraram em contato com o dentista de Jairo em São Paulo, cidade de origem do enfermeiro, porém ele já não possuía as radiografias e demais procedimentos que pudessem comprovar com total certeza de que tratava-se de Jairo de Lima.
A polícia partiu, então, para as análises de DNA comparativas com o pai, a mãe e o irmão do enfermeiro. Os dois primeiros exames não foram precisos devido ao alto grau de carbonização do corpo. Somente na terceira análise, o resultado foi conclusivo e deu positivo. “Eu tinha esperança de encontrá-lo vivo. Minha esperança morreu. Acabei de saber pelo médico o resultado”, diz Rivana Martins de Lima, mulher do enfermeiro.
Mais análises
O computador e o lixo da sala onde o enfermeiro trabalhava foram recolhidos para análise. O delegado informou que vai encaminhar o caso para a Delegacia de Crimes Contra a Vida (DCCV) de Serra para apurar a autoria e motivação do assassinato do enfermeiro.
Jairo já atuou como pastor por 6 anos
Jairo Soares de Lima formou-se em Teologia e foi pastor por seis anos na Igreja Adventista. Como pastor, Jairo exerceu o cargo de capelão do Exército Brasileiro. Decidiu fazer o curso de Enfermagem e após graduar-se trabalhou em grandes hospitais no Estado de São Paulo, como Albert Einstein, Samaritano e Instituto do Coração.
Vítima revelou a irmão ter sofrido ameaças
Quatro meses atrás, o enfermeiro Jairo Soares de Lima, 53 anos, foi ameaçado, de acordo com o irmão dele, o pastor Jair Lima, 51. “Ele disse que tinha recebido ameaças de morte, mas não especificou direito sobre o que se tratava. Acho que seja relacionado a alguma coisa do trabalho. Acredito que meu irmão não contou isso nem para a esposa dele.”
O enfermeiro era coordenador do setor de higienização do Vitória Apart Hospital, em Carapina, na Serra. Ele era de São Paulo e veio para o Espírito Santo para ficar com o irmão. Aqui, Jairo conheceu a esposa, Rivana Martins Alves de Lima, 40 anos. Jairo Soares de Lima era pai de dois filhos, de um casamento anterior, e estava casado com Rivana há três anos.
“Ele sempre teve vontade de vir para cá. Sempre foi muito ativo na igreja, fazia amizades facilmente e era muito apegado à família. A gente tinha esperanças que aquele corpo não fosse ele”, detalhou o irmão.
Depois de receber a notícia do laudo positivo, os parentes estiveram no Departamento Médico Legal (DML), em Vitória, para realizar os procedimentos necessários para a liberação do corpo.
O hospital foi procurado para falar sobre a suposta ameaça que Jairo havia sofrido por causa do trabalho, mas até o fechamento da edição não se pronunciou sobre o assunto.
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