terça-feira, 11 de março de 2014

Mídia destaca detentas recebendo kits de higiene e livro missionário


Shampoo, condicionador, sabonete, desodorante, absorvente, creme dental, escova de dente, papel higiênico e escova de cabelo. Em uma bolsinha cor de rosa, esses itens formaram um kit que foi entregue a cada detenta da Colônia Penal de Abreu e Lima no último 8 de março, quando se comemora o Dia Internacional da Mulher. O presídio de regime fechado recebe mulheres já condenadas pela Justiça de todo o litoral e Zona da Mata do Estado de Pernambuco. Hoje, a unidade prisional conta com quase 500 reclusas, que dividem um espaço onde só caberia metade disso.

O material entregue a elas chegou através de uma campanha realizada pela Igreja Adventista do Sétimo Dia e por três colégios da Rede Adventista de Educação do Leste de Pernambuco. “Esse é o segundo ano que realizamos a campanha. No ano passado foram 400 kits, esse ano, foram 500”, conta a professora Cláudia Oliveira, responsável pela campanha. O projeto foi lançado nas mais de 300 congregações adventistas da Grande Recife, e, no total, foram arrecadados mais de quatro mil itens de higiene e beleza.

Um pouco para quem não tem nada
R. S., de 36 anos, está presa há dois anos e seis meses. Acusada por tráfico de drogas, deixou fora do presídio o marido, os filhos e a mãe, que não sabiam do seu envolvimento com entorpecentes. “Quando eu fui recolhida, meu bebê mamava e meu mundo caiu. Hoje estou pagando porque eu sabia o certo, mas fiz o errado”, esclarece.

Sua mãe é uma mulher de oração, uma fiel adventista do sétimo dia. “E quando vi essas mulheres chegando hoje aqui com esse presente, e soube que eram adventistas, fiquei muito feliz. Todas nós precisamos de ajudas assim. A minha família me ajuda, mas nem tudo que eles trazem. Isso foi um presente maravilhoso”, conta R., emocionada.

I. M. foi presa injustamente e condenada por latrocínio. A penalidade para este tipo de crime, no Brasil, é uma das maiores. A detenta pegou 25 anos de prisão. Reclusa há sete, diz enxergar esperança ao ver iniciativas como a da Igreja Adventista. “A pior coisa do mundo é estar neste lugar. Eu me envolvi com pessoas erradas, e este foi meu erro. Mas eu sei que Deus quer me ensinar coisas ainda maiores aqui. Essa ajuda foi muito boa pra todas nós. É bom saber que tem gente que se preocupa com a gente”, reflete.

De acordo com a diretora do presídio, Geiselly Dias, a doação em pleno Dia Internacional da Mulher foi um diferencial para as presidiárias. “Sabemos que foi de coração e isso é muito positivo, pois desperta o espírito de solidariedade na sociedade. Pra elas, aqui dentro, esse presente foi muito importante”, acredita. “Muitas vezes as famílias não têm condições de dar assistência básica às detentas, e o governo também não cuida de tudo. Iniciativas assim são importantes para a ressocialização delas. Tenho certeza que elas ficaram muito felizes porque até eu fiquei muito emocionada com o que vi hoje aqui”.

Com os kits, cada pessoa recebeu um exemplar do livro A Única Esperança, que fala sobre o amor, perdão e vontade de Deus para os seus filhos em vários momentos da vida, quer sejam bons, ou ruins. “Como cristãos, trouxemos o auxílio básico e também deixamos uma mensagem de Deus para essas mulheres. A partir de agora teremos um grupo de voluntários adventistas nessa unidade prisional que vai estudar a Bíblia e mostrar a única esperança, mesmo para quem está atrás das grades”, sublinha Cláudia.

Destaque na mídia
Dois portais de notícia do Estado destacaram a entrega dos kits.

FOLHA PE

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