"Roubado é mais gostoso."
Foi exatamente isso que o goleiro do Flamengo disse ao final da partida contra o Vasco da Gama. (Leia aqui)
Pois é, um número incontável de pessoas em todo país viram que o gol de Márcio Araújo foi irregular. Entretanto, inumeras pessoas celebraram a irregularidade do gol, brincando jocosamente com a desgraça do time vascaíno. Ora, é claro, que se o inverso tivesse acontecido, e o Flamengo em vez de privilegiado tivesse sido vítima do erro do árbitro, haveria um chororô só, onde reclamações, injúrias e blasfêmias teriam sido proferidas.
Lamentavelmente, o povo brasileiro gosta mesmo é de levar vantagem, e isto se percebe nitidamente no comportamento do cidadão brasileiro que canta hits celebrando a malandragem. Como dizia Bezerra da Silva: "Malandro é malandro, mané é mané."
A canção em questão me fez lembrar uma propaganda (aqui) veiculada em rede de televisão na década de 70, na qual o ex-jogador da seleção brasileira, Gérson era o protagonista. A propaganda dizia que certa marca de cigarro era vantajosa por ser melhor e mais barata que as outras, e no final Gérson dizia: "Você também gosta de levar vantagem em tudo, certo?”
O jargão usado na época se transformou então naquilo que hoje denominamos de lei de Gerson, a qual passou a funcionar como mais um elemento na definição da identidade nacional e o símbolo mais explícito da nossa ética ou falta dela.
Infelizmente nossa sociedade encontra-se tão adoecida, que para atingir os seus objetivos se faz "qualquer negócio" Na verdade, parece que vivemos debaixo de uma síndrome, onde o que é importa é prevalecer sobre o outro, independente de que pra isso precisemos atropelar conceitos, princípios e vidas.
Caro leitor, como cristãos somos desafiados a não vivermos segundo as regras deste sistema. De maneira alguma podemos permitir que valores antiéticos e amorais conduzam nossas vidas.
Na perspectiva bíblica, jamais nos será permitido negociarmos o inegociável, nem tampouco, instrumentalizarmos as pessoas com vistas ao nosso sucesso pessoal. Os pressupostos do reino nos motivam a vivermos uma vida justa, reta e equânime, onde nem sempre venceremos.
É o que penso, é o que digo!
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