quinta-feira, 22 de maio de 2014

Xuxa, lei da palmada, bancada evangélica, Ellen White e a Bíblia


Lei da Palmada
A Comissão de Constituição e Justiça da Câmara aprovou nesta quarta-feira (21), após acordo entre parlamentares, a chamada Lei da Palmada, rebatizada Lei Menino Bernardo, em homenagem a Bernardo Boldrini, morto no Rio Grande do Sul com uma injeção letal – o pai, a madrasta e uma assistente social foram indiciados pelo crime em 13 de maio.

A proposta proíbe pais e responsáveis legais por crianças e adolescentes de baterem nos menores de 18 anos. Aprovada em caráter terminativo, seguirá diretamente para análise pelo Senado, sem necessidade de votação no plenário da Câmara.

O projeto prevê que os pais que agredirem fisicamente os filhos devem ser encaminhados a cursos de orientação e a tratamento psicológico ou psiquiátrico, além de receberem advertência. A matéria não especifica que tipo de advertência pode ser aplicada aos responsáveis. As crianças e os adolescentes agredidos, segundo a proposta, passam a ser encaminhados para atendimento especializado. 

Xuxa e o filme pornô
A apresentadora Xuxa Meneguel participava do debate sentada à mesa junto a outros deputados quando o deputado pastor Eurico (PSB-PE) resolveu lembrar que a apresentadora já “agrediu” uma criança. Xuxa saiu por cima, fazendo um coração com as mãos para o deputado.

Eurico afirmou que a agressão aconteceu quando Xuxa “protagonizou um filme pornô”, citando um dos episódios mais polêmicos da carreira da apresentadora. O filme foi lançado em 1982 com o título de “Amor estranho amor” onde ela protagonizava cenas sensuais com um garoto de 12 anos.

Ao comentar sobre o filme, o deputado disse: “Eu nem falo sobre violência que passa na tevê todos os dias. A conhecida rainha dos baixinhos protagonizou em 1982 a maior violência contra as crianças quando fez um filme pornô”.

Bancada Evangélica
Alguns deputados, incluindo representantes da Bancada Evangélica, prestaram apoio à Xuxa. Entre eles Anthony Garotinho que fez questão de esclarecer que a opinião do pastor Eurico não representa os deputados evangélicos.

A deputada Sandra Rosado (PSB-RN) também defendeu a apresentadora e pediu para que o deputado, que faz parte do mesmo partido que ela, respeitasse a artista. “Cada um tem seu papel relevante na sociedade, seja como parlamentar, seja como artista”, disse Rosado.

O deputado federal Júlio Delgado se superou e saiu correndo para abordar Xuxa quando ela caminhava rumo ao elevador para ir embora. "Eu quero me desculpar muito. Em meu nome, do meu partido e em nome do Eduardo Campos. O deputado não será mais titular da comissão e o que ele diz de jeito nenhum representa o que pensa a bancada. Desculpe, me desculpe, de coração." Xuxa não se conteve, encheu os olhos e começou a chorar, antes de responder, elegantemente: "Olha, a minha mãe é evangélica, outras pessoas na minhas família são evangélicas. Eu sei que isso não é uma coisa dos evangélicos, mas, individual, só daquela pessoa." (Com informações da G1, Veja e Gospel Prime)

Nota 1: Segue alguns textos bíblicos já conhecidos sobre a educação dos filhos:
1 - "O que retém a vara aborrece a seu filho, mas o que o ama, a seu tempo, o castiga.”(Provérbios 13:24)
2 – “Não retires a disciplina da criança, porque, fustigando-a com a vara, nem por isso morrerá. Tu a fustigarás com a vara e livrarás a sua alma do inferno.” (Provérbios 23:13 e 14)
3 – “A vara e a repreensão dão sabedoria, mas o rapaz entregue a si mesmo envergonha a sua mãe.” (Provérbios 29:15) 
4 - "Castiga o teu filho enquanto há esperança, mas não deixes que o teu ânimo se exalte até o matar." (Provérbios 19:18)
5 - " A estultícia está ligada ao coração da criança, mas a vara da correção a afugentará dela." (Provérbios 22:15)

Como sabemos, o livro de Provérbios foi escrito unicamente por Salomão, o homem mais sábio da terra. A sabedoria de Salomão era inspirada por Deus.

A disciplina é necessária e a “vara”, palavra utilizada por Salomão, representa diferentes classes de disciplina. A “palmada”, uma dessas classes, pode ser necessária quando falharem outros recursos.

Quando criança, o castigo físico adequado, se extremamente necessário, pode proporcionar-lhe um benefício pedagógico. Lembra da palmadinha para ensinar a criança que não deve insistir em colocar o dedinho na tomada? Ou, será que mesmo após ter conversado com ela, você a deixaria insistir e levar um choque?

Na maioria dos casos, o diálogo aberto e a atenção resolvem o problema, sem que haja a necessidade da “palmada”. A disciplina através do diálogo leva à confiança mútua. No entanto, em determinados casos, talvez a palmada seja necessária. Essa é instrução Bíblica.

Ellen White ensina como proceder quanto a moderação no que diz respeito à disciplina:
“Nunca levanteis a mão para lhes dar um tapa, a não ser que possais, com clara consciência, curvar-vos diante de Deus e pedir sua benção sobre a correção que estais prestes a dar. Incentivai o amor no coração de vossos filhos. Apresentai-lhes motivos elevados e corretos para o domínio próprio. Não lhes deis a impressão de que se devem submeter ao governo porque essa é a vossa vontade arbitrária, porque são fracos e vós sois fortes, porque vós por que vós sois o pai e eles os filhos. Se desejardes arruinar a vossa família, continuai a governar pela força bruta, e certamente tereis êxito.” Testimonies, Vol. 2, Pág. 259 e 260.

Sendo assim, não é da vontade de Deus que disciplinemos nossos filhos imbuídos de raiva e ira. Isso nos levará ao emprego da violência abominada por Deus e à ruína dos nossos filhos e das nossas famílias. Devemos aplicar a disciplina de maneira racional quando for necessária.

Nota 2: Li muitos comentários de que o passado de Xuxa não a classificaria para defender as crianças contra a pedofilia e a violência. E será que o passado do apóstolo Paulo o classificava para defender o evangelho de Cristo? Como podemos pregar o perdão e o amor se nem ao menos nos dispomos a esquecer dos erros alheios? "Não julguem e vocês não serão julgados. Não condenem e não serão condenados. Perdoem e serão perdoados." (Lucas 6:37)

2 comentários:

  1. Na maioria dos casos, quem defende a palmada nos filhos se valem de uma força sobre os textos, pois não há nenhum texto na Bíblia que mencione a palmada como incentivo na educação. Além disso, como podemos acreditar que uma criança mereça castigos corporais quando acreditamos que os adultos não deveriam ser disciplinados assim? Há até leis que combatem isso e chamam de tortura. Os textos de Provérbios são poéticos e devem ser interpretados dentro dessa perspectiva. Só temos dois textos de Ellen em que ela fala sobre o castigo sobre crianças mas se lemos bem, ela o faz com tanta cautela que o que se nota é uma resistência dela a esse procedimento.

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  2. Fica para debate, meu texto e repostas de uma mestre na área: http://pastorclaudiosampaio.blogspot.com.br/2014/03/proverbios-1324-e-vara-da-disciplina-os.html

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