A imigração japonesa no Brasil teve início oficialmente em 18 de junho de 1908, quando o navio Kasato Maru aportou em São Paulo trazendo 781 lavradores para as fazendas do interior paulista. O fluxo cessou quase que totalmente em 1973, com a vinda do último navio de imigração Nippon Maru, contando-se quase 200 mil japoneses estabelecidos no país. Atualmente, o Brasil abriga a maior população japonesa fora do Japão, com cerca de 1,5 milhão de nikkeis (termo usado para denominar os japoneses e seus descendentes).
Pode-se dizer que o Centro Universitário Adventista (Unasp), campus São Paulo, foi o berço do adventismo entre os japoneses no Brasil. Mas essa história ganha novo rumo em 1931, com a vinda do imigrante Tossaku Kanada, com 19 anos de idade. Em 1932, Kanada resolveu estudar no Unasp (então CAB), onde foi batizado, tornando-se o segundo converso ao adventismo na colônia nipo-brasíleira (o primeiro foi Saburo Kítajima, em 1925). Em 1935, Kanada concluiu Teologia, tornando-se o primeiro pastor adventista japonês no Brasil.
Em fevereiro de 1965, o Pastor Kanada, depois de uma viagem ao Japão para buscar aperfeiçoamento em evangelismo japonês, organizou o Grupo Japonês no Salão dos Jovens da Igreja Central Paulistana, com 16 membros. Esse foi o primeiro grupo japonês adventista organizado no Brasil. Com a chegada dos Pastores Yují Eída e Kíwao Mori, o grupo cresceu rapidamente, chegando a 42 membros, ainda na década de 1960.
Hoje a Igreja Central Japonesa do Capão Redondo faz parte da Associação Paulista Sul (APS). Foi a primeira igreja adventista japonesa organizada no Brasil, mas não é a única. Há duas outras; o Centro Nípônico Adventista, em Belém, PA, fundado em 1979, e a Igreja Nipo-Brasileira, no bairro Mirandópolís, em São Paulo, organizada em 1981.
Os orientais, por terem espírito mais reservado, em geral levam um tempo consideravelmente maior até a conversão. Numa pesquisa entre os próprios membros, constatou-se que cerca de 80 por cento deles vieram a conhecer o adventismo através de laços de parentesco ou amizade. Abordagens diretas como panfletos ou conferências bíblicas normalmente dão pouco resultado entre os orientais. Por isso, a igreja promove eventos sociais de forma a quebrar a barreira do preconceito, tais como o Undokai e o Motitsuki.
As igrejas adventistas nipo-brasileiras procuram manter a tradição japonesa, tendo certas peculiaridades como classe de Escola Sabatina em japonês, pregações traduzidas, conjunto musical em japonês, aulas de idioma mensais e o tradicional "junta-panelas" a cada sábado, com alguns pratos típicos. Os adventistas japoneses também distribuem revistas e outras publicações missionárias na língua japonesa.
Com informações da Revista Adventista e Associação Paulista Sul
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