segunda-feira, 25 de janeiro de 2016

SP, 462 anos - Como as religiões se dividem em São Paulo


A cidade de São Paulo comemora 462 anos nesta segunda-feira e resolvemos falar um pouco sobre esta metrópole multifacetada que possui templos de diversas religiões. [Clique aqui para ver alguns dos mais conhecidos e acesse aqui o Guia de Turismo Religioso em São Paulo].

O mapa das religiões em São Paulo mostra que não há nenhum distrito em que os fiéis da Igreja Católica não sejam maioria. Apesar disso, o número de católicos por evangélicos varia bastante entre as regiões da cidade. Ele é maior justamente nos bairros mais ricos, como Morumbi, Itaim e Alto de Pinheiros. O líder é o Jardim Paulista, onde há 12 católicos para cada evangélico. Essa proporção diminui conforme se afasta dos bairros nobres.

O extremo da zona leste concentra menos católicos do que qualquer outra área da capital, mesmo tendo níveis de renda similares a distritos das zonas sul e norte. A menor taxa é de Lajeado, onde há quase 1 evangélico para cada católico. A explicação, segundo especialistas, está na distribuição histórica dos templos religiosos em São Paulo.

"A zona leste, a partir da Avenida Celso Garcia, tem uma tradição antiga de igrejas evangélicas. A primeira igreja pentecostal de São Paulo é a Congregação Cristã do Brasil, no Brás. Ela foi fundada por italianos, mas já na década de 1950 parte dos milhares de nordestinos que vinham para São Paulo ocupar os bairros mais ao leste dessa área já frequentava esses cultos", explica o professor emérito de Antropologia da USP, João Baptista Borges Pereira.

Segundo ele, as igrejas pentecostais e neopentecostais são especialmente atraentes para imigrantes de menor renda porque foram mais bem-sucedidas em atrair esse público, tanto por seu discurso de prosperidade quanto por sua importância como referência social para os recém-chegados. "O pentecostalismo é uma religião urbana, ligada ao modo de vida capitalista e ao trabalhador assalariado", complementa o professor de Teologia da PUC-SP, Edin Sued. Destacam-se a Igreja Universal do Reino de Deus (Brás), Igreja Apostólica Renascer em Cristo (Vila Mariana), Internacional da Graça de Deus (Centro), Igreja Mundial do Poder de Deus (do bispo Valdomiro Santiago e que funciona no galpão de uma antiga fábrica da Rua Carneiro Leão, no Brás) e a mais recente, a Igreja Mundial Renovada (uma dissidência da IMPD).

O mapa das religiões revela que existem comunidades fortes concentradas em certos bairros. Uma das mais famosas delas são os judeus. Dos 34 mil judeus que vivem na capital, cerca de 10 mil moram nos distritos de Santa Cecília e Consolação, onde fica o bairro de Higienópolis. Há também números relevantes em outros distritos de maior renda, como Jardim Paulista e Perdizes, e também no Bom Retiro, um dos primeiros locais a receber imigração judaica em São Paulo.

Os espíritas - que compõem a terceira maior comunidade religiosa paulistana, com 448 mil adeptos - estão mais concentrados no Tatuapé, Mooca e Água Rasa, onde mais de 10% dos moradores declararam seguir esse credo. É nessa região que fica o Centro Espírita Perseverança, um dos mais tradicionais de São Paulo.

Já a maioria dos muçulmanos - são cerca de 6 mil na capital - está no Pari, tradicional bairro comercial que abriga uma das principais mesquitas da cidade. 

Os budistas (são 63 mil) se concentram na Saúde, Jabaquara e Liberdade, distritos que também têm porcentual relevante de imigrantes orientais, como japoneses e chineses.

Os 56 mil adeptos de religiões afro-brasileiras, como umbanda e candomblé, estão mais espalhados pela capital. Em distritos com grande herança de comunidades africanas, como Tucuruvi e Carrão, cerca de 2% dos seus moradores se declararam adeptos dessa religião.

São Paulo é alvo das grandes religiões, a partir de onde milhares de grupos se difundem pelo país e controlam seus rebanhos. É o caso, por exemplo, da Perfect Liberty (com 14 representações, dentre as quais uma clínica de Assistência Médica na vila Mariana), da Messiânica Mundial (com sede em SP e que possui uma área de 327.500 às margens da Guarapiranga onde funciona o “Solo Sagrado”), da Seicho-no-iê (com sede no Jabaquara) da Congregação Cristã no Brasil (Brás), da Catedral Metropolitana Ortodoxa (uma espécie de Sé da Igreja Ortodoxa Antioquia) etc.

Nos últimos anos São Paulo tem experimentado também o crescimento das religiões esotéricas, como o Círculo Esotérico Comunhão do Pensamento, o Templo do Poder Espiritual e Cura Interior e grupos católicos exóticos, como a Igreja Católica das Santas Missões que promove campanhas de cura, libertação e exorcismo dirigidas pelo Pe. Zezinho e equipe de videntes (Brás). A rádio Mundial é o front de batalha e marketing do esoterismo em São Paulo. Também encontramos em São Paulo grupos terapêuticos e de cura interior, como as palestras de regressão psicológica promovidas pelo terapeuta Amadeu Wolf em sua sede em SP e em hoteis do Estado. 

Igreja Adventista do Sétimo Dia em São Paulo
Tudo começou com um pequeno grupo no bairro do Brás, em 1911. O trabalho de evangelismo não se limitou àquele bairro, estendendo-se também para o bairro de Vila Mariana. Em Fevereiro de 1918, já com 50 membros e um batismo de 9 pessoas, o pequeno grupo de São Paulo passou a se reunir na travessa São João, nº 5, atual Rua Pedro América, perto da praça da República. Em pouco tempo, o pequeno grupo foi constituído em igreja; pois já ultrapassava o número de 80 membros. 

Continuaram neste mesmo salão alugado, pago pelos próprios membros, através de ofertas sistemáticas; pois o auxilio da América havia sido suspenso em virtude da guerra. O pequeno grupo foi crescendo e fortificando-se, tornando-se cada vez mais organizado. Em junho de 1926, o pastor José Amador dos Reis, vindo do Rio Grande do Sul, assumiu a direção da igreja de São Paulo, que a esta altura estava se tornando a igreja mais importante de todo o Brasil.

Auxiliado pelo jovem evangelista Jerônimo Garcia, e pela obreira bíblica Iracema Zorub, foram realizadas campanhas evangelísticas no Brás, em Vila Mariana e no Jabaquara, onde depois de algum tempo de trabalho, foram colhidos valiosos frutos e fundadas outras igrejas na capital.

Hoje existem dezenas de igrejas adventistas espalhadas pela cidade de São Paulo. Através do site Encontre uma Igreja você pode localizar o templo da Igreja Adventista nos diversos bairros da cidade. Temos também as comunidades árabe, nipônicacoreana, hispana, judaica e Nova Semente. Maiores informações nos portais da Associação Paulistana, Associação Paulista Sul e União Central Brasileira.

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