quarta-feira, 10 de fevereiro de 2016

Quarta-feira de Cinzas é uma ordenança bíblica?


A Quarta-feira de cinzas indica o primeiro dia da Quaresma que representa os 40 dias antes da páscoa sem contar os domingos. Esta cerimônia também é chamada como “Dia de Cinzas”.

A cerimônia é tradicional pela igreja católica e acontece sempre na quarta-feira após as festividades do carnaval. As cinzas utilizadas neste ritual provêm da queima dos ramos abençoados no Domingo de Ramos do ano anterior. A estas cinzas mistura-se água benta e de acordo com a tradição, o celebrante desta cerimônia (Padre) utiliza essas cinzas úmidas para sinalizar uma cruz na fronte de cada fiel, proferindo a frase “Lembra-te que és pó e que ao pó voltarás” ou a frase “Convertei-vos e crede no Evangelho”, deixando a marca até o horário do pôr-do-sol. Na cerimônia, as pessoas são desafiadas a refletirem na mortalidade e abandonarem os hábitos pecaminosos. Embora milhares de pessoas sinceras participem desta cerimônia, (quero deixar claro que tenho um profundo respeito por cada leitor), apreciaria que de coração aberto, você analisasse as seguintes ponderações:

1. Não há registro Bíblico de que os cristãos devam participar desta cerimônia. Jesus, os discípulos e até mesmo o apóstolo Paulo não participaram de nenhuma quarta-feira de cinzas. Assim, fica fácil identificar que se trata de uma tradição e jamais deva ser visto como uma ordenança bíblica.

2. A Bíblia contém inúmeras narrativas de pessoas usando “poeira e cinzas” como símbolo de arrependimento e ou sofrimento (Gênesis 18:27; II Samuel 13:19; Ester 4:1; Jó 2:8; Daniel 9:3; Mateus 11:21). Porém, essa prática cultural comumente destacada em vários personagens bíblicos, não se limitava apenas a um período específico do ano como acontece na quarta-feira de cinzas, mas quando houvesse a necessidade de externar o sentimento de desgraça ocasionado geralmente por uma tragédia e ou pecado.

É bem verdade, que enquanto vivermos neste mundo pecaminoso, o sofrimento, seja aquele ocasionado de maneira direta ou indireta, nos faz lembrar que não somos nada sem Deus, somos apenas pó, seres mortais e que carecemos da sua libertação e vida eterna. Por essa razão, Deus não especificou um dia para essa prática religiosa por que carecemos de uma entrega pessoal diariamente.

3. Muitos abusam da graça de Deus no carnaval (Festa da Carne) sob o pretexto de que na quarta-feira de cinzas os pecados serão perdoados. Hoje mesmo, os noticiários estão repletos de notícias de vidas que foram ceifadas tragicamente. São acidentes nos carros alegóricos, pessoas assassinadas de maneira fútil, brigas insanas, acidentes automobilísticos e a lista não param por aqui. Se o conceito de graça for analisado por esse prisma, não seria um risco muito grande esperar pela quarta-feira de cinzas?

A impressão que tenho é que a filosofia de muitos é que quanto pior forem os seus atos, aí que Deus aparecerá. Imagine as seguintes situações: Um filho procura a sua mãe e diz: - Mamãe eu vou deixar o quarto bagunçado para você mostrar que é uma boa mãe. Um empregado diz para o patrão que a razão de sua preguiça é dar a oportunidade ao chefinho de demonstrar perdão e paciência. Ou então um mendigo que afirma viver em tais circunstâncias, para dar oportunidade ao governo federal demonstrar benevolência. Frases hilárias, não é verdade? Mas não é assim que as pessoas fazem com Deus? Pecam, para que em seguida Deus demonstre misericórdia. Pulam carnaval porque na quarta-feira de cinzas serão perdoados.

Conclusão:

Qual o aspecto de um cristão conduzido pela graça? A Bíblia responde:
“Que diremos então? Continuaremos pecando para que a graça aumente? De maneira nenhuma! Nós, os que morremos para o pecado, como podemos continuar vivendo nele?" (Romanos 6:1 a 2).
Não é a meta de Deus promover a desobediência para provar o seu amor e perdão. Ao contrário, Deus salva os seus filhos para que continuem salvos, livres do pecado. 
"Pois sabemos que o nosso velho homem foi crucificado com ele, para que o corpo do pecado seja destruído, e não mais sejamos escravos do pecado; pois quem morreu, foi justificado do pecado. Ora, se morremos com Cristo, cremos que também com ele viveremos. Pois sabemos que, tendo sido ressuscitado dos mortos, Cristo não pode morrer outra vez: a morte não tem mais domínio sobre ele. Porque morrendo, ele morreu para o pecado uma vez por todas; mas vivendo, vive para Deus. Da mesma forma, considerem-se mortos para o pecado, mas vivos para Deus em Cristo Jesus. Portanto, não permitam que o pecado continue dominando os seus corpos mortais, fazendo que vocês obedeçam aos seus desejos. Não ofereçam os membros do corpo de vocês ao pecado, como instrumentos de injustiça; antes ofereçam-se a Deus como quem voltou da morte para a vida; e ofereçam os membros do corpo de vocês a ele, como instrumentos de justiça." (Rm 6: 6-13)
Pense nisso!

Pr. Fábio dos Santos (via Nisto Cremos)

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