segunda-feira, 18 de abril de 2016

Menções a Deus na votação do impeachment - Deixem Deus fora disso!


Neste domingo (17) o Brasil parou para acompanhar a votação dos deputados em relação ao processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff. Ao serem chamados, cada deputado poderia justificar seu voto e então afirmar se era favorável ou contrário ao impedimento. O que mais se ouviu dos parlamentares foram menções à Deus, afirmando que em nome dEle se posicionariam a respeito da pauta do dia. A certa altura da votação, um deputado resolveu ser irônico em relação às falas dos deputados que citaram Deus. “Nunca na minha vida eu ouvi, em um espaço, usarem tanto o nome de Deus como se fosse um panfleto”, disse Luiz Sergio (PT-RJ). Deus foi onipresente numa votação que nada tinha a ver com ensinamentos bíblicos.

Entre as falas mais comentadas, está o voto dado pelo presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ), réu no processo do Petrolão, que disse: “Que Deus tenha misericórdia dessa nação."
“Deus disse: Este povo com a sua boca diz que me respeita, mas na verdade o seu coração está longe de mim." (Mateus 15:8 NTLH)
No livro Os Escolhidos de Ellen G. White (versão na linguagem de hoje do livro Patriarcas e Profetas), no capítulo 27, lemos: “Não tomarás em vão o nome do Senhor, o teu Deus, pois o Senhor não deixará impune quem tomar o Seu nome em vão” (Êxodo 20:7). Esse mandamento nos proíbe de usar o nome de Deus de maneira descuidada. Ao mencionar Deus impensadamente na conversação comum e pela frequente repetição irrefletida de Seu nome, nós O desonramos. Seu santo nome deve ser pronunciado com reverência e solenidade. 

Todas as ideologias querem Deus como seu garoto propaganda. E assim, Sua mensagem vai se adequando à agenda política de cada grupo. 

Nem Adolf Hitler abriu mão de associar sua ideologia à imagem e mensagem de Deus. O Führer demonstrava acreditar que o cristianismo era “a fundação inabalável da moral e do código moral da nação”. Dizia, ainda, que o Governo do Reich estava decidido a empreender a purificação moral e política da vida pública alemã, criando e assegurando as condições necessárias para uma renovação profunda da vida religiosa. “Como cristão”, dizia Hitler, “tenho a obrigação de lutar pela justiça”. Justificando a sua pérfida luta contra os judeus, ocasionando na morte de cerca de 6 milhões deles, ele teria dito: “Hoje acredito que estou agindo de acordo com a vontade do Criador Todo-Poderoso: – ao defender-me contra os judeus, estou lutando pelo trabalho do Senhor.” Ele se considerava um escolhido de Deus para iniciar no mundo um período de mil anos de paz, conhecido entre os cristãos como o Milênio. Um dos símbolos usados pelo nazismo era… adivinha? A cruz. A chamada “Cruz de Ferro” também era usada como adorno em escudos e espadas dos Cavaleiros Templários. Deu no que deu… Milhões de mortos em nome de um nacionalismo estúpido e cego.

O nome de Deus não cabe dentro de qualquer arranjo ideológico. Também não é cabo eleitoral de candidatura alguma. Os nobres deputados não deveriam ousar conferir tom partidário à Sua mensagem. Os regimes políticos, bem como as ideologias que os justificam, tendem a corromper-se, mas os ideais do Reino de Deus permanecem para sempre.

Nenhum comentário:

Postar um comentário