O sangue e a crueldade, todos os dias, são estampados nos jornais do mundo todo. A notícia que abalou os brasileiros, relacionado ao estupro da adolescente de 16 anos, é apenas a pequenina ponta do gigantesco e imensurável iceberg.
É difícil dizer se houve, em algum momento da história, uma indiferença e crueldade tão imensuravelmente maior contra a vida. O que sabemos é que, pelas notícias diárias de criminalidade, nada mais parece chocar, assustar, assombrar, surpreender ou aterrorizar a sociedade de uma maneira tão impactante, marcante e perturbadora.
Parece estranho, mas o que fica evidente é que um surto de espanto e pavor de ontem não é muito diferente do surto de hoje e, claro, não será diferente do surto de amanhã. A diferença mesmo está na intensidade, pois na medida em que o tempo passa, a selvageria, desumanidade, truculência e improbidade se tornam maiores, intensas e, infelizmente, cada vez mais comuns.
O que desejo dizer é que nos assustamos não tanto mais pela hediondez do crime, mas pela onda ou intensidade em que essas coisas têm se tornado corriqueiras. Paulo, o Apóstolo, ao contemplar o futuro, não observou nada diferente quanto a realidade da natureza moral e racional do que vemos hoje. Não fomos pegos de surpresa porque a Palavra de Deus já havia nos alertado do aumento da maldade humana. O apóstolo afirmou o que “os homens maus e impostores irão de mal a pior, enganando e sendo enganados.” (II Timóteo 3:13).
Esta tônica da profecia de Paulo é desconcertante e temerosa, pois, segundo sua perspectiva, melhor dizendo, segundo a perspectiva de Deus, no mundo não haverá dias melhores. Jesus também não foi otimista quando, ao descrever os dias finais da história, com ênfase em Sua segunda vinda, retratou o mundo como se parecendo com os dias de Ló e com os dias de Noé (Lucas 17).
Nos dias de Ló, o pecado mais agravante, além de outras, era a promiscuidade sexual em todo seu viés e, nos dias de Noé, o pecado mais agravante, além de outras, era a violência em todo seu viés. As duas ideias se unificam no discurso de Jesus para ilustrar que o fim dos tempos, ou dias que antecedem a segunda vinda de Cristo, poderia, quem sabe, se tornar tão vigorosamente mais degradante, promíscuo e insano quanto as duas situações citadas por Ele juntas.
Se isto for inconcebível para você, então, eu diria, no mínimo semelhante, mas com a diferença de que a força do pecado de Sodoma e dos dias de Noé estariam fazendo parceria para atuar com força em nossos dias. Ou seja, é como se o passado de Sodoma e dos dias de Noé estivessem sendo transportados para o século XXI. É assustador imaginar assim, mas por outro lado, pode se tornar confortante se tivermos em mente que o mesmo juízo que recaiu sobre Sodoma e sobre a geração de Noé, será o mesmo juízo que recairá sobre o mundo impenitente de hoje. Deus intervirá hoje como interveio no passado. A qualquer momento Ele fará a Sua visitação extraordinária.
Não há dúvidas de que estamos todos chocados com o terror em cada esquina. A vida se tornou tão insignificante que muitos torturam e matam uma pessoa como se ela fosse um mero inseto. Jesus havia predito que por causa da multiplicação da iniquidade, o amor de muitos se esfriaria (Mateus 24:12). Amor, sentimento, dor, sofrimento humano ser tornaram profundamente banais para muitos. Mas, o que conforta é saber que a justiça honrará a todos os que foram humilhados e pisoteados pelo pecado. Uma certeza bem gratificante é que o mal, na agenda de Deus, está com data marcada para acabar.
Por mais que pareça tardia, a justiça de Deus não tarda e não falha. Na verdade, ela ocorre no tempo oportuno e certeiro. Viva confiante e com a certeza da providência divina. Olhe para sua sombra e contemple a presença do anjo do Senhor ao seu lado. Viva com os olhos no céu com a convicção da justiça de Deus.
Jamais deixe de orar antes de inserir os seus pés para fora de casa. Sempre peça a Deus que conserve ao seu lado a presença do anjo protetor. Lembre-se que todos os que confessam o nome de Deus e vivem ao Seu lado podem, mesmo em meio a tanta tribulação, viver na paz de espírito. Ele está atento a todas as desordens que tem trazido dor e medo e fará justiça por cada uma delas. Alegre-se, porque a nossa estadia nesta terra está chegando ao fim. Lembre-se:
“Porque Deus conduzirá a Juízo tudo quanto foi realizado e até mesmo o que ainda está escondido; quer seja bem, quer seja mal.” (Eclesiastes 12:14)
“Porque determinou um dia em que julgará o mundo com o rigor de sua justiça, por meio do homem que para isso estabeleceu. E, quanto a isso, Ele deu provas a todos, ao ressuscitá-lo dentre os mortos!” Uns debocham, outros creem.” (Atos 17:31)
“Porquanto, todos nós deveremos comparecer diante do tribunal de Cristo, a fim de que cada um receba o que merece em retribuição pelas obras praticadas por meio do corpo, quer seja o bem, quer seja o mal. Perfeita reconciliação com Deus.” (II Coríntios 5:10)
Nota: "Mais e mais claro está se tornando que os habitantes do mundo não estão em harmonia com Deus. Nenhuma teoria científica pode explicar a firme marcha de obreiros iníquos sob o comando de Satanás. Em toda multidão, anjos ímpios estão em operação, instando homens a cometer atos de violência. A perversidade e crueldade dos homens alcançarão tal atitude que Deus Se revelará em Sua majestade. Muito em breve a impiedade do mundo terá atingido seu limite e, como nos dias de Noé, Deus derramará os Seus juízos." (Ellen G. White - Olhando Para o Alto - MM, 1983, p. 328)
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